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Top 8 – discos de 2009

Eu não sou daquele tipo de pessoa que escuta quatrocentos discos novos em um ano.

Primeiro porque a banda larga não me motiva a baixar qualquer link que aparecer na minha frente e depois apagar se eu não gostar. Costumo a esperar uma boa indicação, uma boa resenha ou simplesmente um estalo que me dê vontade.

E eu não sinto isso quando vejo nomes como Vampire Weekend, Klaxons e Bravery empilhados sobre rótulos desinteressantes.

Também acredito que 2009 é apenas um pequeno ano no meio de toda uma história de lançamentos musicais. E que existem discos muito mais interessantes espalhados nos 50 anos anteriores, do que em 2009. Então esse ano eu escutei algo em torno de 80 discos. Porque infelizmente nós não nascemos já tendo escutado a discografia dos Rolling Stones e Bob Dylan.

Também acho que um disco não pode ser escutado uma vez. Não é possível escutar a música uma vez e decidir se é boa ou não. É preciso escutar pelo menos umas três vezes. Colocar para repetir as faixas favoritas. Dar tempo para perceber as nuances e os detalhes.

Assim sendo, escutei 14 discos lançados em 2009. Ano que vem é bem capaz de que eu aumente essa lista.

Entre o que eu escutei, 2009 foi um ano decepcionante. Não há um único disco que tenha aprisionado meus ouvidos. No geral são discos corretos, mas sem brilho. Jet, Doves e o novo projeto do Jack White ficaram muito abaixo do esperado. Franz Ferdinand e Muse não repetiram o brilho do disco anterior. Ben Kweller, Wilco e Brendan Benson foram bem, mas longe do que eles são capazes.

8 Lord Cut-Glass – Lord Cut-Glass: É o primeiro disco solo de Alun Woodward, vocalista dos Delgados. Mostra que as orquestrações, experimentações e sarcasmo das letras eram de sua parte. Mas o departamento de melodias era respondido por Emma Pollock.
Melhores: Even Jesus Couldn’t Love You e Picasso.

7 Ben Harper – White Lies for dark times: Um disco correto e nada mais.
Melhores: Number with no name e Faithfully Remain.

6 Starsailor – All the Plans: É um pouco mais do que o Starsailor sempre fez. E é talvez a banda que mais próxima esteve do seu melhor. O que garante um sexto lugar.
Melhores: Neon Sky e You never get what you deserve.

5 Them Crooked Vultures – Them Crooked Vultures: Não é melhor que Queens of the Stone Age, Nirvana, Led Zeppelin ou Foo Fighters. E parece muito mais um sexto disco do QOTSA. Reúne grandes canções com momentos pra lá de arrastados.
Melhores: Caligulove e No One Loves me & Neither do I.

4 Echo and the Bunnymen – The Fountain: Apenas o quarto melhor disco da banda desde a sua volta, e talvez o sétimo na discografia da banda. E mesmo com a impressão de que Ian McCulloch vai perder a voz de vez em breve, a guitarra e as melodias salvam.
Melhores: Everlasting Neverendless e The Ildoness of Gods.

3 Brendan Benson – My Old, Familiar Friend: Alguma das melhores melodias do ano, no disco mais regular do ano. Quase nenhuma faixa se destaca e apenas uma é absolutamente ruim.
Melhores: Don’t Wanna Talk e Gonowhere.

2 Ben Kweller – Changing Horses: Kweller mudou de vez. No começo ele fazia um rock alternativo, absolutamente urbano. Aos poucos ele foi indo para o lado caipira. O excesso de Pedal Steel Guitar nesse disco cansa um pouco. O ponto forte são as boas melodias de que Kweller é sempre capaz de fazer. E sim, é o pior disco dele, fácil. Melhores: Sawdust Man e Hurtin’ You.

1 Wilco – Wilco (The Album): Apenas o quarto melhor disco entre os sete do Wilco. É uma continuação do anterior (e melhor) Sky Blu Sky. Com a diferença que as improvisações de guitarra perderam espaço para a distorção. Ainda se espera que Jef Tweedy lance algo mais brilhante.
Melhores: Bull Black Nova e You Never Know.

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