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Mostrando postagens de setembro, 2010

Texto Perdido - Em busca dos garotos perdidos

(Durante uma época da minha vida, eu escrevi alguns textos para um site do qual eu era colaborador. Foi um período no qual era colunista. Após um tempo fora do ar, o site voltou em 2007. Escrevi o texto seguinte, sobre o show dos Forgotten Boys no festival Grito Rock. O site acabou morrendo, antes que esse texto fosse publicado. Por isso, o mesmo não foi concluído. Analiso-o agora, com o passar dos tempos.) Ai está então, o Festival do Grito Rock, com esses negócios de Cena Independente e etc. Sem dúvida, o show do Forgotten Boys era o mais interessante, até tenho um CD deles. As músicas são boas, as guitarras são fantásticas, alguns dos riffs mais empolgantes que ouvi foram feitos por eles. A bateria e o baixo são muito bons também, o vocal é que costuma a deixar a desejar às vezes. Mas importa pouco, perto das guitarras. (Eu tinho um estilo bem descompromissado de escrita. Ainda tenho. Mas vendo esse começo, era algo como "não sei o que escreve na abertura, portanto, vou escreve

A censura de cada tempo

Bonito, ver José Dirceu falar que o problema do Brasil é o excesso de liberdade de imprensa. Primeiro, porque é uma declaração completamente antidemocrática. Pode-se discutir se a imprensa trabalha bem, ou não. E de fato, muitas vezes ela trabalha mal. Mas não dá pra criticar o excesso da - essencial - liberdade. Entre outros motivos, porque não acredito que exista uma liberdade restrita. Uma liberdade condicional para a imprensa. E segundo, podemos não passar por um momento de perseguição contra a imprensa, ou contra posições políticas defendidas por jornalistas. Não temos a censura prévia estatal e ninguém é necessariamente preso pelo que escreve. E isso é uma conquista democrática, como não, José Dirceu? Mas nós vivemos numa era de censura financeira. Ninguém mais precisa matar ou prender. Apenas compra-se o silêncio da mídia. Basta ver nos jornais, o deputado que nunca é citado, o candidato que apenas faz o bem, o opositor fraudulento. A censura prévia deixou de ser feita pelo esta

Calango

E lá está o calango subindo a árvore. Fazia um certo tempo que os calangos não apareciam aqui em casa. Houve uma época em que minha rua tinha preás, tamanduás e se bobear até as históricas capivaras. Talvez seja o preço da civilização, mas todos desapareceram. Assim como os vagalumes. Os macacos. Algumas espécies sortidas de pássaros que já habitaram a região. Os calangos foram os últimos da resistência. Foram depois que os sininbús também foram. Até os sapos minguaram. Em seu lugar ficaram as cercas elétricas e o assaltante da beira do rio. Maldita civilização, maldito progresso. Espero que os calangos continuem por aí, andando em muros e árvores. Eram uma vizinhança mais simpática.

Me lembro, Barcelona

E de repente, lá estava eu em Barcelona. A oportunidade apareceu e eu acabei indo. Já fazem 9 anos, mas me lembro bem da semana em que estive lá. Semana que começou complicada, com o ataque as torres gêmeas, a sensação de que estávamos prestes a uma terceira guerra mundial, o medo de voar. Mas eu estava lá. Cheguei lá num dia 15 de setembro de 2001. Me lembro da longa viagem, que passava um filme com a Liv Tyler, mas não cheguei a terminar de ver nenhum dos seis filmes. Me lembro da conexão em Paris - da longa fila - do sotaque afetado do comissário me oferecendo uma Pepsi e de ter visto a Torre Eiffel pela janela do avião. Também me lembro da volta, de um fim de semana de volta as origens na Alemanha e o coração apertado durante a viagem, aquela sensação que temos, de que nunca mais seremos felizes daquele jeito. Mas me lembro principalmente de Barcelona. Gosto de muitas cidades. Gosto dos museus e inúmeros restaurantes de São Paulo, gosto da paisagem do rio e gosto de algumas cidades

Memórias musicais

Estava escutando música antes de dormir. Na ordem de músicas que o tocador sempre toca. Comecei a perceber que me lembrava exatamente onde estava da última vez que tinha escutado tal música. Atravessando a rua, lavando a louça. Lembro as músicas que escutei no carro e em que situação. Gasto minha memória com coisas inúteis.

1993

"Taí o Casemiro, autor do gol, ele que é garoto, apenas 18 anos, nasceu em 1993". Dizia o narrador. Como assim, em 1993? Nessa época eu já estava no colégio. Quem nasceu em 1993 não era nascido quando o muro de Berlim caiu, quando a União Soviética acabou. Não viu tantas coisas que eu vi na minha infância. E agora estão aí, fazendo gols. Me sinto velho, agora.