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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Andei Escutando (7)

Blind Faith (1969): Mais uma das inúmeras bandas de Eric Clapton. O Blind Faith foi formado com o baterista Ginger Baker – antigo companheiro de Clapton no Cream – e também com Steven Winwood do Traffic. O objetivo inicial era apenas fazer ensaios descompromissados. Do grande Jam eles lançaram um disco, que une enormes improvisos desnecessários com viagens sonoras interessantes. Melhores: Presence of the Lord e Sea of Joy . Emma Pollock – The Law of large numbers (2009): A ex-vocalista dos Delgados chega ao seu segundo disco solo, mostrando que ela era a responsável pelas belas melodias da banda. Law of Large Numbers não é superior ao excelente debute de Watch the fireworks, mas a bela voz de Emma é sempre uma boa companhia para dias bucólicos, nostálgicos e apaixonados. Melhores: The Loop e The Child in Me . Hüsker Dü – Warehouse: songs and stories (1987): Este disco poderia estar num dicionário musical, encaixado no verbete “Rock Alternativo Americano dos anos 80”. Baterias aceler

Pacto com o demônio

O Black Rebel Motorcycle Club é uma banda malvada. Eles já lançaram um disco cujo nome era o de um poema de Allan Ginsberg sobre atravessar o inferno. Eles já versaram sobre encruzilhadas, sobre a espera do diabo e a salvação. Em outras músicas a maldade estava apenas no som, por vezes denso e sombrio. Escrevo isso no momento em que escuto o quinto disco da banda. Cujo o nome faz referência ao oculto, novamente: “Beat the devil’s Tattoo”. Penso que a única coisa que a banda não fez com o diabo, foi o pacto. A história do homem que vai a encruzilhada e vende sua alma ao diabo em troco do sucesso. Eles são contemporâneos dos Strokes e não tenho medo de errar em dizer que sua carreira é muito mais relevante. Enquanto os Strokes vivem da eterna expectativa de um disco ao nível do primeiro, o BRMC já saiu da obscuridade, fez sons mais sujos, se atolou no folk/gospel/blues e depois misturou tudo novamente. E sempre com um bom padrão de qualidade. No entanto o sucesso sempre passou longe da b

Traduções in the air

Os tradutores de nome de filme adoram sacanear. Existem sim, alguns poucos casos em que a tradução alterada fica boa. É o caso de Mystic River, filme de Clint Eastwood, traduzido como "Sobre meninos e lobos". O nome original, Rio Mystic não tem muita poesia. O Mystic era o rio que cruzava a cidade e que escondeu alguns segredos. Sobre meninos e lobos diz muito mais sobre o filme, e é bem auto-explicativo. "Onde os fracos não têm vez" também foi uma boa adaptação para "No Country for old men". Mas no geral as traduções são péssimas. Como é o caso de "Hangover" traduzido como "Se beber não case". Uma vez que o casamento não é o assunto principal tratado no filme, era bem melhor a simples tradução como "A Ressaca". Os produtores devem ter achado pouco comercial. "The Hurt Locker" traduzido como "Guerra ao terror" também é péssimo. Mas o pior caso que eu realmente me lembro foi o de "Up in the air" qu

Sapos suicidas

Por anos, as galinhas ocuparam o lugar de animal mais idiota do mundo no meu imaginário. Se estão seguras na calçada, elas preferem se jogar na frente do carro para sair correndo. Uma atitude típica de um animal que gosta de viver a vida perigosamente. Ou de maneira idiota. Mas ontem descobrir que sapos são piores. Eles não arriscam sua vida com corridas perigosas. Eles preferem a clara tentativa de suicídio. Estava voltando a noite para casa. Chuvisco leve, rua molhada, paredes úmidas. Anfíbios gostam de climas assim. E do nada, vejo um sapo saltando alucinadamente na direção do meu carro. Tentei desviar, mas não sei se poupei a vida do batráquio, depois de sua corrida kamikaze. Pouco mais a frente, outro sapo, menorzinho, repete o ato desesperado. Comecei a pensar que fosse o fim do mundo e que os sapos estivessem cometendo suicídio em um ato desesperado. Depois descobri o real motivo. A luz do carro reflete nos insetos. Os sapos então são atraídos pela imagem do farto banquete e par

Paradigma de coceira

Mudei meus paradigmas do que é uma coceira. A partir de agora acredito que pessoas possam se coçar até a morte. Ou que a pior punição para alguém seja a condenação à coceira perpétua. Fora o stress físico, a coceira destrói sua mente. Mina suas forças psicológicas. Faz o tempo passar devagar. A espera na fila, o trânsito. Tudo. Os dias de coceira não terminam nunca.

Memórias Hipocondríacas

Quando eu era pequeno tomava injeções todos os dias. Depois sua frequência diminuiu até chegar ao uma vez por ano. Também tomava alguns remédios, pela combinação de alergia, bronquite e asma. Dimetapp. Eis o nome do remédio que eu tomava todo dia. Lembro-me do seu medidor comprido com a boca alargada. E lembro-me do seu gosto, algo que lembrava um suco de uva de garrafinha. Lembro que eu gostava do remédio e até ficava feliz em tomá-lo. Quando o tratamento acabou, vez ou outra eu ainda o tomava, era um descongestionante nasal. Seu sabor lembrava minha infância. Foi em 2000 que ele foi proibido. Ele continha feniproplonamina, substância proibida porque poderia provocar hipertensão. Quando o Dimetapp foi proibido, eu poderia ter ficado preocupado por ter tomado o remédio por tantos anos. Mas não. Senti uma tristeza nostálgica.

The Beatles - Live at Budokan

É difícil que algum material envolvendo os Beatles seja ruim. Por mais que a qualidade técnica não seja significante, o registro histórico é justamente.... histórico. É o caso desse DVD. Não há nada de excepcional nas filmagens, o som tem chiados e a gritaria dos japoneses abafa as canções. No entanto, é bem interessante ver a banda no palco, em 1966, pouco antes do Revolver a prestes a abandonar os palcos. Rock'n'Roll Music aparece numa versão mais bluezeira, Yesterday é tocada de maneira elétrica e a tentativa de reproduzir os multi-vocais de Nowhere Man e Paperback Wirtter é heróica, por assim dizer. E interessante ver os shows em outras épocas. Produção simples, pessoas sentadas e duração de meia hora. Paul McCartney trava um grande duelo com o microfone que insiste em se mover para o lado. Os Beatles surgiram antes da era dos mega shows. Mas, mesmo assim, esse show no Budokan é imperdível, justamente por ser histórico, para ver a história em cima do palco.

Andei Escutando (6,5)

Chico Buarque de Hollanda, Volume 4 (1970): É um disco mais simples e baseado no samba. Não é genial como Construção , mas tem bons momentos, principalmente pelas letras, sempre ótimas. Melhores: Essa moça ‘ta diferente e Rosa dos Ventos . Forgotten Boys (2000): O primeiro disco dos Forgotten Boys é punk rock. Feito por garotos que escutavam muito Ramones na época, provavelmente. Com o tempo eles iriam evoluir e melhorar bastante. Melhores: I wanna live untill I die e Rosana. Queens of the Stone Age – Era Vulgaris (2007) : É o disco menos obscuro do QOTSA e muito provavelmente é o menos genial. O som é mais cru e chapado. No entanto, eles são das poucas bandas da atualidade que fazem um bom disco ser apenas mediano em sua discografia. Melhores: 3’s & 7’s e Turnin’ on the screw Radiohead – Kid A (2000): Depois de anos tomando coragem, escutei Kid A . E, não é tão assustador quanto parece, nem tão genial quanto dizem. Existem músicas geniais e outras que são um pé no saco. Mesm