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Mostrando postagens de abril, 2015

Carolina, completamente perdida

O som do meu carro tocava uma música de Josh Rouse, chamada "Caroliña" no exato momento em que eu cheguei para deixar meu carro na revisão. Curiosamente, seria atendido por uma funcionária chamada Carolina. A música de Josh Rouse fala que Carolina se sente muito feliz do lado de fora e acredito que a Carolina da concessionária também se sentiria mais feliz em outro lugar. Tinha olhos tristes e sotaque mineiro. Não me avisou, mas era fácil perceber que estava começando a trabalhar ali. Carolina não entendia o complexo funcionamento do complexo sistema da Nissan e precisava da ajuda do seu colega de lado para realizar todos os procedimentos. E realmente, ao que eu percebi, são vários procedimentos. Abertura e fechamentos de abas, cliques em mãozinhas, em sinais verdes, ligações para liberação de valores, consultas, fichas e meu deus. Pobre Carolina. Esperei 25 minutos para ser atendido e o atendimento em si deve ter demorado outros 25. Chegou aquele ponto em que o at

Nossos comentaristas

O futebol brasileiro está em crise. Nossa seleção não é mais um selecionado de craques, não temos um punhado de atacantes e meias brilhando no futebol europeu, os campeonatos locais não são um primor técnico. E os nossos técnicos? Não fazem parte do primeiro escalão mundial. Tem ali o Tite, mas no geral quando assistimos qualquer time brasileiro contra qualquer time sul-americano de segunda categoria, a impressão é que o estrangeiro tem muito mais padrão tático. Sim, as coisas não vão bem dentro de campo. E fora? Nossos dirigentes são uma reprodução fiel do que é a política local, as federações são um paraíso fisiologista com cartolas que se perpetuam por décadas no poder. As arquibancadas dos estádios, os velhos e os novos, estão geralmente mais vazias do que cheias. E temos os nossos comentaristas. Ah, os nossos comentaristas, que show de horrores. Estamos cheios de comentaristas que comentam o óbvio e não contribuem nada para que o futebol dentro e fora de campo melhore. Na qu

Galeano

Um dia um amigo do meu pai veio passar uns dias aqui em Cuiabá. Ele vinha de Campinas e trouxe um livro de lembrança para mim, comprado no aeroporto mesmo, acredito. O livro era "Futebol ao Sol e a Sombra" de Eduardo Galeano. Eu tinha 15 anos, no máximo. Não li o livro ali, dei uma enrolada pelas páginas e seus textos curtos. Anos depois esse livro me ajudou na minha monografia. Depois, o li hipnotizado. Hoje só tenho a agradecer. Ao Galeano, e ao amigo do meu pai.