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Mostrando postagens de março, 2017

A lógica de mercado e a oportunidade política

Ao que tudo indica, a Polícia Federal cometeu alguns equívocos na divulgação dos resultados da Operação Carne Fraca. Não é nenhuma novidade, uma vez que os órgãos fiscalizadores costumam a superdimensionar suas operações e encontram na mídia um ótimo caminho de difundir a informação muitas vezes equivocadas. Parece que houve um grande equívoco na história do papelão, por exemplo. Mas, também parece certo dizer que foram cometidas irregularidades na fiscalização de frigoríficos, exatamente 21. Não sei dizer ao certo o quanto de carne foi produzida nesses estabelecimentos e parece difícil dimensionar o quanto de carne foi adulterada e quantas pessoas foram atingidas por essa fraude. São dois fatos que me parecem consumados e um não invalida o outro. Depois de um breve baque inicial com a denúncia da fraude que envolve 21 frigoríficos e 30 e poucos funcionários do setor de fiscalização da Ministério da Agricultura, o Governo fez uma contraofensiva intensa contra a operação, com o pr

Mendigando emoções

Depois que a Mercedes estabeleceu o maior domínio da história da Fórmula 1 - nunca ninguém havia ganho tanto em um período de três anos - qualquer coisa que não fosse uma dobradinha prateada no Grande Prêmio da Austrália já deixaria os telespectadores felizes. De fato, isso aconteceu com a vitória estratégica de Sebastian Vettel, que indica que nesse ano poderemos ter alguma disputa pelo título. Mas foi só. A corrida australiana foi uma entendiante abertura de campeonato, igual as que vimos nos últimos três anos - desde 2013 não temos uma corrida de abertura minimamente interessante. Ao que tudo indica, essa temporada de 2017 será uma temporada de ultrapassagens miseráveis e corridas definidas na estratégia. Talvez lembre a temporada 2007, disputa emocionante em corridas chatas. A transmissão foi um horror e parecia feita por um pessoal que nunca tinha trabalhado no assunto - o que foi colocar o Kvyat na disputa pelo segundo lugar, 40 segundos atrás e com uma parada a menos? Além

Federer, novamente uma experiência religiosa

O falecido escritor norte-americano David Foster Wallace era um aficionado por tênis e provavelmente seu maior texto sobre o assunto foi o ensaio "Federer como experiência religiosa". Escrito em 2006, auge (será?) do suíço enquanto tenista, Wallace faz uma longa contextualização sobre a evolução do jogo, dos estilos de jogo, até chegar em Federer, um desses raros casos de esportistas sobre os quais as leis da física não se aplicam. É notória a sua descrição sobre os momentos Federer, os golpes aplicados pelo suíço que deixam os espectadores impressionados, sobretudo, pela facilidade com a qual ele bateu na bola. No seu auge Federer era exatamente isso, um cara que fazia mágica sem fazer esforço. O ápice deve ter sido aquela final de US Open contra Lleyton Hewitt na qual Federer se sagrou campeão com um sobrenatural 6/0-7/6-6/0. Claro que surgiu Rafael Nadal, incansável, canhoto com um forehand potente e que conseguia sempre levar o jogo ao limite, saindo das questões mera

Dória, presidente?

Parafraseando Michael Moore, eu gostaria de estar errado, mas tenho a impressão de que João Dória será o próximo presidente do Brasil. Alguns fatores provocam esta minha impressão. Algumas pesquisas recentes demonstram um cenário confuso para a eleição do ano que vem. O perfil desejado pela maior parte da população é o de alguém de fora do establishment político, ou outsider, mas que tenha alguma experiência de gestão. Uma figura que não existe, ou que ainda não existia. Apesar de suas profundas raízes entre o meio político e de ter algum histórico no setor, João Dória passa a imagem de uma pessoa que veio de fora e, exatamente, se elegeu se vendendo como o gestor. Seu um ano e meio a frente da prefeitura de São Paulo podem colaborar ainda mais para reforçar seu perfil. Há também a operação Lava Jato que está dragando praticamente todos os nomes de peso da política nacional, inclusive seus correligionários do PSDB. Geraldo Alckmin parecia ser o último colega da linha de frente do

Sobre perseverança, desistência e como as coisas simplesmente acontecem

Na última quarta-feira, dia 08 de março de 2017, o Barcelona conseguiu uma das maiores façanhas futebolísticas de todos os tempos ao conseguir vencer o Paris Saint-Germain por 6x1 e reverter a derrota de 4x0 na partida de ida das oitavas de final da Champions League. O que impressionou ainda mais nesta vitória já impressionante, foram os três gols nos oito minutos finais, exterminando a folga no placar que o PSG tinha e a classificação escorreu pelas mãos dos franceses. Claro que é preciso fazer um adendo nessa epopeia para falar da arbitragem, principalmente pelo quinto gol barcelonista, um pênalti inventado desses que chegam a ser constrangedores. Houve ainda outro gol de pênalti, marcação discutível e é justo dizer que se não fosse pela interferência do juiz, o PSG teria se classificado. Mas também é justo dizer que uma equipe que vence uma partida de ida por 4x0, não pode se colocar na dependência da arbitragem para conseguir a classificação. Ninguém pode sofrer seis gols num jog

Top 8 - Músicas cantadas por mulheres

8 Joni Mitchell - In France They Kiss on Main Street Canção que abre o meu disco favorito da Joni Mithcell, The Hissing of Summer Lawns, de 1975 - muito provavelmente o meu favorito por esta canção de abertura. Uma música sobre andar pelo centro de uma cidade desconhecida, conhecer os seus hábitos. "I said, take me to the dance, do you want to dance? I love to dance".Como resistir a pergunta irresistível feita por Mitchell? 7 Pato Fu - Canção pra você viver mais Fernanda Takai extrai toda a sensibilidade de sua voz nesta música sobre a morte do seu pai. Fora do drama pessoal, a letra tem uma beleza universal, afinal, todo mundo gostaria de fazer uma canção para que alguém vivesse mais, fazer alguma coisa que está ao seu alcance para que algo dure mais. 6 Pretenders - Brass in Pocket Música extremamente sensual de uma mulher que quer de alguma forma mostrar para o seu amante que não há ninguém no mundo que seja igual ela. Não sei quem era este homem, mas espero que ele