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Mostrando postagens de abril, 2017

Uma lembrança de Tia Iracy

Em 2007, pela primeira vez eu viajei sozinho para Petrópolis, minha cidade natal. Em uma tarde peguei o ônibus e fui visitar minha tia-avó Iracy. Durante o caminho até Cascatinha, pensei que seria uma visita breve, uma vez que as passagens pela sua casa costumavam a ser rápidas. Tia Iracy gostava de ficar sozinha. Me surpreendi então quando deixei a sua casa, quando o dia anoitecia, após uma tarde em que não vi a hora passar. Conversei com Tia Iracy sobre todos os aspectos do mundo, ela lia O Globo inteiro, todos os dias, e os jornais iam se empilhando ao lado da poltrona em que ela passava a maior parte do tempo. Também devorava as revistas de palavras-cruzadas, igualmente empilhadas. Fazia isso para exercitar a cabeça, me disse. Reclamava da política atual e de vários aspectos do mundo moderno, principalmente da mania que nós temos de esconder fios e canos, o que é um problema enorme quando eles precisam passar por manutenção. Reclamava da perna, cada vez pior, mas não da vida co