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Mostrando postagens de julho, 2020

O quão triste estaremos quando tudo isso terminar

O ser humano é um otimista nato. Mesmo quem acha que tudo vai dar errado, no fundo, vê isso como uma estratégia para tudo dar certo. Quando a pandemia de coronavírus se fixou no território nacional e todos estávamos impactados com as imagens italianas de hospitais lotados e caminhões carregando corpos, fizemos conjecturas sobre como seria o mundo quando tudo isso acabasse. Estávamos também impressionados com as cenas de solidariedade, com as músicas nas janelas, e, tomados pela humanidade que ainda habita em nós, fantasiamos um novo mundo mais coletivo, onde cada momento fosse mais aproveitado e cada ser vivo fosse mais respeitado. Esse pensamento positivo já é passado. A cada dia fica mais claro que a situação não vai melhorar. A pandemia foi tomada pelo debate político e, como qualquer drama da nossa sociedade, foi possuída pela banalidade. As mortes não impactam mais e viraram uma fria estatística cotidiana. Especialistas tentam explicar com novos termos como estamos perdidos, mas p

Hanta

Sempre que Luiz Eloy Pereira vinha para Cuiabá, trazia consigo uma frente fria. No começo parecia apenas uma coincidência, mas, após uma série de visitas todo mundo chegou a conclusão que sua presença sempre agradável ajudava a amenizar o calor da cidade. Essa é provavelmente a primeira lembrança que eu tenho dele. Devia ter uns 8 anos de idade quando ele aparecia aqui para fazer cursos sobre algum vírus novo. Logo, já estávamos passando férias na casa que ele tinha em Iguape. Era fim de tarde, quando ele voltou de algum lugar com a informação de que naquele dia a maré estava baixa, portanto dava para fazer uma parte do trajeto de volta pela beira da praia. E lá fomos nós, três carros andando na areia dura que até pouco tempo estava embaixo d'água. Que praia era essa deserta na qual se podia andar tanto tempo na praia. Iguape, Ilha Comprida, Cananeia. Era janeiro de 1996. O dia terminava sempre em algum restaurante desses de cidade de praia, comendo manjubas fritas e com ele contan