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Mostrando postagens de dezembro, 2009

3 constatações do fim de ano

1) Estava vendo o show do The Who, live at Isle of Wight na TV. A grande dimensão de importância que o The Who tem, é graças aos seus shows. Eles têm músicas clássicas como My Generation, Substitute e The Seeker . Discos ótimos como o Who Sell Out . Mas é ao vivo, que a virtuose, o barulho infernal e energia que a banda proporciona (principalmente o monstruoso Keith Moon) concedem a banda o status de lenda. Conheça o The Who ao vivo e você terá mais chances de gostar. 2) Escutei, após algum tempo, o disco 4 dos Los Hermanos. Minha impressão sempre foi a de ser um disco chato, em que talvez metade se salvava. De fato, as músicas do Amarante são boas, ou tem uma boa média. Primeiro Andar , Condicional e O Vento são muito boas. Agora o Camelo fez pouca coisa. Dois Barcos tem uma parte bonitinha, Horizonte Distante tem um ritmo interessante e os teclados de Pois é são bons. Mas sua insistência em fazer rimas com Morena e soar como o lado mais chato de Caetano Veloso tornam o disco

Andei Escutando (5,5)

Buffalo Springfield Again (1967): Foi uma banda de folk-rock que lançou Neil Young e Stephen Stills ao mundo da música e durou apenas 25 meses. O destaque do disco são as harmonias vocais, as guitarras e os experimentos psicodélicos, típicos de todas as bandas que viveram o ano de 1967. Melhores: Hung Upside Down e A Child's Claim to Fame . Emitt Rhodes (1970) : Rhodes foi um artista que gravou discos no começo dos anos 70, antes de ter sua carreira afundada por questões contratuais. Ele grava todos os instrumentos e tudo o que ele faz lembra muito as baladas de Paul McCartney. Existem ecos de Ob-la-di Ob-la-da em Fresh as Daisy e de Honey Pie em outras cinco. Até a voz é bem parecida. Mas o original é bem melhor. Melhores: Fresh as Daisy e You take the dark out of the night . Forgotten Boys – Gimme More and More (2003): O segundo disco da banda paulista tem o melhor da banda. Riffs marcantes, bateria marcada e músicas animadas. Os Forgotten Boys são uma das bandas que melhor

Escrever

Acho que já escrevi demais. Escrevi demais e ninguém leu. Seja em um blog pré-histórico, ou em um site de música no qual eu falava sobre cotidiano. E acho que alguns realmente foram bons textos. Ou, eu pelo menos fiquei satisfeito na época. Para quem sempre quis dominar as palavras, e sonha em coloca-las de tal modo que pareça que um campo magnético as faz estar em tal disposição. Gostei quando escrevi o seguinte paragráfo: "E agora realmente chove muito. Meus óculos embaçam, e minha camisa está ensopada. Passo em frente a praça que hoje não tem o casal namorando no tronco da árvore. Devem estar em casa por conta da chuva. Passo pela esquina da minha rua e pela poça de água, que sempre se forma ali quando chove. Mais alguns metros e chego na minha casa. Pela última vez cumpro o trajeto escola-casa. Talvez todos os metros que já percorri nesse trajeto fossem suficientes para dar a volta na linha do equador. E agora?". Gostava de escrever textos que divagassem sobre o que acont

Andei Escutando (5)

Discos que estava para escutar a algum tempo. Chico Buarque – Construção (1971): O disco foi lançado no auge da repressão do regime militar, no governo Médici. E reúne as melhores composições do Chico. A raiva, ironia, nostalgia, melancolia, o amor e esperança se misturam nos temas políticos e sociais. E há espaço para a pequena obra-prima que é a faixa título. O ritmo marcado e os versos alternados, que criam um sentido novo para a canção a cada linha. Los Hermanos (1999): O primeiro disco dos Los Hermanos não dá a menor sensação que eles seriam capazes de lançar um disco da qualidade do Bloco do Eu Sozinho , dois anos depois. O som pesado da banda com Camelo cantando de um jeito que não deveria, faz com que faixas como Bárbara e Tenha Dó soem constrangedoras. Para piorar, o estilo da composição de Camelo era muito brega. Alguns trechos seriam dignos do Wando. Amarante fez as duas melhores do disco: Onze Dias e Quem Sabe . Lynyrd Skynyrd Tempos atrás baixei quatro discos para o meu

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Natal

Natal era muito mais interessante quando se era criança. Pelo simples fato de que a graça era receber presentes. E quando se é criança se recebe mais presentes. E os presentes sempre são mais interessantes quando se é criança. Porque você sempre tem um brinquedo que quer ganhar. E era uma decepção tremenda ganhar roupas. Depois você cresce e não tem mais brinquedos pra ganhar. E não tem tantas expectativas sobre algo que você sonha em ganhar.

Top 8 – discos de 2009

Eu não sou daquele tipo de pessoa que escuta quatrocentos discos novos em um ano. Primeiro porque a banda larga não me motiva a baixar qualquer link que aparecer na minha frente e depois apagar se eu não gostar. Costumo a esperar uma boa indicação, uma boa resenha ou simplesmente um estalo que me dê vontade. E eu não sinto isso quando vejo nomes como Vampire Weekend, Klaxons e Bravery empilhados sobre rótulos desinteressantes. Também acredito que 2009 é apenas um pequeno ano no meio de toda uma história de lançamentos musicais. E que existem discos muito mais interessantes espalhados nos 50 anos anteriores, do que em 2009. Então esse ano eu escutei algo em torno de 80 discos. Porque infelizmente nós não nascemos já tendo escutado a discografia dos Rolling Stones e Bob Dylan. Também acho que um disco não pode ser escutado uma vez. Não é possível escutar a música uma vez e decidir se é boa ou não. É preciso escutar pelo menos umas três vezes. Colocar para repetir as faixas favoritas. Dar

Ah, a Pitty

Estava lendo uma entrevista da Pitty a revista Billboard, sobre o processo de criação da música Me Adora. Certa hora o repórter pergunta se houve alguma contribuição externa no processo. E ela responde: "Não. Deve ter tido contribuição extraterrena que é o que acho que acontece de vez em quando, quando a gente lida com arte". Mais a frente em outra pergunta, ela diz: "A gente cria, faz arte, entrega pro mundo desfrutar e - como não poderia deixar de ser - julgar. Acontece que esse julgamento é feito em alguns casos por pessoas que não têm interesse, identificação ou sequer boa vontade de compreender aquele universo que lhe é distinto. Ou seja: fica a cargo deles transmitir a definição de sua obra a milhares de pessoas que normalmente acatam tudo sem questionar. É bem injusto". Pitty, que vale lembrar, de acordo com tabelas publicadas na mesma revista, tem com "Me Adora" a 12ª música mais tocada no país. O que mostra que essas milhares de pessoas que normal

Dialética

E quando percebi, já não tinha como voltar atrás. Desde pequeno sempre tive um problema com argumentações. Não que eu não conseguisse criar um argumento. Mas quando eu pensava em algum eu sempre pensava na resposta de algum opositor. Onde é que meu argumento era fraco e que alguém poderia derrubá-lo. Passava então a pensar naonde é que eu poderia corrigir essa falha, e na possível falha dessa correção. Quando ia perceber, já estava perdido em devaneios argumentativos. Fazer minha monografia foi uma complicação, pois imaginava a cada parágrafo o momento em que minha tese se mostraria fraca. A única solução era chegar até um ponto em que eu pensasse que quem pudesse discordar de mim, jamais perceberia essa falha. E geralmente não percebem, ou apontam uma outra falha, que para mim não era falha. Então, eu sofria para fazer textos, até o momento em que ela não permitisse dubiedades ou contra-argumentações. Ou então eu poderia simplesmente não fazer nada. Quantas vezes já não fui dormir, me

Diários de Pizzas

Quando eu era pequeno me lembro de sempre ir comer pizza na Torre de Pisa. E o pedido era sempre o mesmo. Meia escarola e meia portuguesa. Tal qual eu sempre pedia Gato Frio quando ia no Komilão, ou Carioca quando ia no Alaska. Eu não era uma criança receptiva a idéia de mudanças. Por anos comi esses sabores e imagino que sejam minhas pizzas preferidas até hoje. Aliás, no geral eu abomino escarola, mas como era, e ainda é boa a escarola de lá. Com o tempo mudei para o Edlus. E as pizzas que eu comia não eram tão boas por lá. Acabei descobrindo então a pizza Genovesa. Que se transformou em minha paixão. Por anos me entreguei àquela pizza com presunto fatiado, creme de leite e ervilha. Algumas experiências foram feitas ligando na Roma, até na Mafia. Eram boas pizzas, mas nada como a minha velha genovesa. Comi pizzas em todo o Brasil. Comi em Campinas, Gramado e Iguaba Grande. Comi pizzas em Barcelona e Montevideu. As pizzas paulistanas que são quase sempre iguais. Comi mais pizzas em cas

Os 40 melhores discos dos anos 2000 – parte 2

*Ou, os meus 40 discos favoritos dos anos 2000. Os 10 primeiros 10º Queens of the Stone Age – Songs for the Deaf (2002): Um disco sombrio, apocalíptico. A sintonia entre Josh Homme e Nick Olivieri funcionaram ainda melhor com a participação de Dave Ghrol na guitarra e Mark Lanegan nos vocais. The Sky is Fallin’, First it giveth e No One Knows. 9º Oasis – Dig Out Your Soul (2008): O ultimo disco do Oasis se garante nas ótimas composições de Noel Gallagher (suas melhores desde 1995) e na produção impecável. O começo do disco é avassalador e o final (dominado por composições dos outros membros) faz o nível cair um pouco. De qualquer maneira, foi um encerramento digno. Bag it Up, Waiting for the Rapture e Falling Down. 8º The White Stripes – Elephant (2003): O momento em que os Stripes soaram mais bluezeiros, mais toscos. O gás diminui na metade final, mas é um disco feito para se escutar quando você tem 16 anos. Seven Nation Army, Black Math e I Just Don’t Know What to do With Myself.

Os 40 melhores discos dos anos 2000 – parte 1

*Ou, os meus 40 discos favoritos dos anos 2000. Para muitos os anos 2000 foram a pior década da história da música. Eu não acho. Acredito que sim, em termos de músicas e bandas consumidas em grandes escala a década tenha sido fraca. Mas várias bandas de qualidade, graças a internet, puderam mostrar seu trabalho. Várias das bandas da minha lista, eu não teria escutado 10 anos atrás. Para fazer a lista tive alguns critérios, mas não é interessante explicá-los. No total: dois discos de 2000, oito de 2001, seis de 2002, cinco de 2003, 2 de 2004, 8 de 2005, 3 de 2006, 4 de 2007 e 2 de 2008 . Nenhum de 2009. Da 40ª a 11ª posição 40º Morning Runner – Wilderness is Paradise Now (2006): Músicas paranóicas de uma banda que durou pouco. Burning Benches. 39º Echo and the Bunnymen – Siberia (2005): Um disco sensível e constante, o melhor da segunda fase dos Bunnymen. All Because of You Days. 38º The Fratellis – Costelo Music (2006): Disco divertido com meia dúzia de músicas que grudam na cabeça.

Tempos Calmos

Quando eu era pequeno, lembro que nós deixavamos o portão destrancado o dia inteiro. Também deixavámos o carro do lado de fora e so o guardávamos na hora de dormir. Com o tempo passando, fomos deixando o portão trancado o tempo todo. Logo aconteceu um assalto na casa de trás, e passamos então a deixar o carro do lado de dentro, e entrar e sair com ele sempre que fosse preciso. A casa da frente foi assaltada. E então contratamos um guarda para a rua. Quando alguém chegasse com o carro, outra pessoa ia no portão olhar. Colocamos portão eletrônico. Pularam o muro de outra casa, de dia. Era a hora de colocar uma cerca elétrica. E mesmo com a cerca, o portão, cadeados, cachorros, guardas a sensação de segurança não existe. E não é coisa só daqui. Tem aquele amigo que saiu de casa e foi para um condomínio. O outro foi para um apartamento. Trocou as fechaduras. E mesmo assim o medo sempre está por aí. Lembro de um texto que eu escrevi certa vez, ou, de um pedaço dele. "Escuto One Way Roa

Motoristas de picapes

Estava eu calmamente andando com meu carro na pista da direita. O trânsito ia devagar. Atrás de mim um cara com uma s-10. Começou a dar farol e buzinar. Oras, eu estava na pista da direita. E haviam vários carros na minha frente. Não sei se ele imaginava que eu devesse subir na calçada para ceder passagem, afinal. Então me passou pela esquerda (o que é normal) me fechou e mostrou o dedo. Provavelmente estava com a cueca apertando. E de qualquer forma, ele vai morrer antes de mim. Mas, eu odeio pessoas que dirigem picapes . Geralmente imaginam que são os donos das ruas e avenidas. Que podem andar no meio de duas pistas, sair na sua frente devagar, dar fechadas, mudar de pista sem dar seta. São quase tão ruins quanto os motoqueiros .

Melhores músicas dos anos 2000

Os anos 2000 estão acabando (ou não?). Época então de se fazer listas sobre os melhores dos anos 2000. Como minha preferência é por listas musicais, resolvi publicar minhas opiniões sobre as melhores músicas dessa década. No caso, três por ano. Depois, ainda farei algo sobre os melhores discos. Se eu tiver memória, quem sabe, os melhores filmes. Ou não. 2000: - The Delgados - Accused of Stealing - Ryan Adams - Come Pick me Up - Coldplay - Shiver 2001: - Los Hermanos - Retrato pra Iaiá - Black Rebel Motorcycle Club - Too Real - Super Furry Animals - Presidential Suite 2002: - Wilco - Jesus, etc - Ben Kweller - Walk on Me - Queens of the Stone Age - The Sky is Fallin' 2003: - Snow Patrol - Run - Travis - Peace the Fuck Out - Los Hermanos - De onde vem a calma 2004: - The Thills - Not for all the love in the world - The Libertines - Music when the lights go out - The Delgados - The city consume us 2005: - Black Rebel Motorcycle Club - Howl - Josh Rouse - Streetlights - Echo and the Bu

Prateleiras de CDs

A maneira como as lojas daqui organizam CDs é uma coisa sensacional. Por lojas, só posso me referir a Janina . Porque nas Americanas não existe organização. Principalmente na do shopping Pantanal. Imagino que a cada meia hora os funcionários de lá sejam ordenados a bagunçar as coisas. Já havia visto um disco do Jimi Hendrix na sessão de New Age, ao lado da Enya . Não sei se pensam que alguém vá se relaxar escutando Purple Haze . Ontem eu vi um CD de música de relaxamentos na sessão de Heavy Metal. Porque? Porque o CD se chamava Nirvana. Alguém viu e pensou " hmm , Nirvana é pesado, põe no Metal". E teve a vez em que eu vi o Magical Mistery Tour dos Beatles na sessão de música infantil. Imagino que seja porque é uma capa colorida, com pessoas fantasiadas de animais e o nome de "Viagem mágica e misteriosa". Só podia ser infantil, é claro. Você então coloca seus filhos para escutar "Eu sou o homem-ovo. Eles são os homens-ovos. Eu sou a morsa. Goo goo j

Futuro

O futuro é sempre o grande problema. O incerto, aquilo que está fora de controle. Se o futuro fosse mais facilmente decifrável, a vida seria mais tranquila. Mas o futuro de fato nunca chega. E se sofre pelo o que nunca chega, e isso que nunca chega, parece que sempre muda o que de fato já passou.

Os Cães

Desde que eu me conheço como gente, tenho algum cachorro em casa. Primeiro que me lembro era uma fox - paulistinha , chamada Yasha . Lembro me vagamente de uma cena, quando eu eu devia ter um ano, de estar engatinhando perto da churrasqueira com a Yasha na minha frente. Aliás, o porquê de eu ter essa memória talvez fosse assunto para outro post . Mas, voltando aos cães. Os cães da minha infância foram a Liz , outra fox - paulistinha , o Bansé e a Xuxa , dois vira-latas e a Mel uma fila brasileiro. Existiam cachorros na casa da minha tia, alguns moraram aqui em casa um tempo, mas esses são os que eu mais lembro. Depois em outra fase, o Ciro Gomes e a Bwana . O Ciro que foi provavelmente o primeiro cão que em sã consciência eu acompanhei o começo, o meio e o fim. Eu amo cães. Não me imagino vivendo em uma casa onde não exista pelo menos um. Às vezes troco algumas palavras com ele, brinco um pouco. E sei que o único problema deles, é que eles vivem pouco. Dez, talvez doze anos. Um t