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Mostrando postagens de outubro, 2012

Sobre Lance Armstrong

(Será que algum jornal deu a manchete Lance Ilegal?) Pensei comigo mesmo: acho que Lance Armstrong deveria ser preso, se confirmada a sua farsa. O ciclista norte-americano era um dos maiores nomes do Esporte, de qualquer modalidade. Superou uma doença terrível, um câncer nos testículos, para vencer a Volta da França, principal competição da categoria por sete vezes, um recorde. Tratava-se da maior história do esporte mundial. Um dos maiores vencedores de sua modalidade com a mais incrível das superações. Some-se a isso, que o ciclismo é um esporte manchado pelo doping, talvez o esporte que mais sofra com o uso de substâncias ilegais. Nesse cenário, Armstrong era praticamente um superhumano, um superatleta. Estátuas suas deveriam ser erguidas em todas as praças públicas do mundo. Eis que toda a história foi por água abaixo, com a descoberta de que ele se dopava. Sim, e mais do que isso, que ele montou uma grande rede para fraudar os resultados dos exames antidoping. Coisa de soc

O artista é livre

A manchete era simples, mas chamou minha atenção. "Fãs querem que Plant toque mais Led Zeppelin". Robert Plant, lenda viva e vocalista do Led Zeppelin está tocando em São Paulo neste exato momento. Pelo o que eu li, no seu show ele toca cerca de 20 canções, sendo que apenas 7 são do Led Zeppelin. Sim, o LZ é o principal momento da sua carreira, mas Plant tem uma carreira justamente. Seu conjunto não lança discos há 30 anos e nesse período ele teve inúmeros projetos. Em 40 e poucos anos de carreira, o Led Zeppelin não ocupou um 1/3. Creio que nada seja mais natural do que ele dar espaço a tudo o que ele já fez em tantos anos. Os fãs também tem o direito de querer ver as músicas que mais gostam. Mas, não sei se o Robert Plant de hoje é o mesmo de 40 anos atrás. Talvez, o Plant de hoje não escute nada de rock, seu interesse esteja justamente em música indiana, marroquina. Talvez, no carro, ele escute músicas que ninguém imagina que ele escutaria. O artista, em uma carreira

As Horas Mortas do Horário de Verão

O primeiro dia útil após o começo do horário de verão pode ser o pior dia do resto de nossas vidas. Na noite anterior, o sono não veio como o esperado. Tudo porque você adiantou em uma hora o seu relógio, os seus relógios, mas não adiantou seu relógio interno. O sono veio no horário de sempre. O problema é que no dia seguinte o relógio tocou no mesmo horário de sempre. Ou melhor, no horário mecânico correto, o horário atualizado. Seu corpo não. O horário de verão tira uma hora da sua vida. E não repõe jamais.

O debate lá e aqui

E eis que durante essa semana eu acompanhei o debate entre os candidatos a presidente dos Estados Unidos. Eu nunca fui de dar muita importância para as eleições norte-americanas, que sim, são importantes, mas não acredito que têm o poder de mudar o mundo como as pessoas imaginaram. A vida da maioria das pessoas aqui do Brasil não é minimamente influenciada pelo embate entre democratas e republicanos. Mas este debate me prendeu. Barack Obama e Mitt Romney se enfrentaram diante do público. Sim, durante duas horas eles realmente se enfrentaram, confrontaram ideias diferentes, visões políticas divergentes, propostas diferentes. Geração de petróleo, produção energética, imigração, saúde, os mais variados temas. Foi um debate realmente. Me surpreendeu o fato de que Obama e Romney tinham opiniões divergentes. E eu falo de opiniões. Que ambos sabiam as propostas de seus adversários e sabiam no que se confrontar. Conseguiam citar trechos do plano de governo e as suas falhas. Não deveria fic

Andei Escutando (38)

Bert Jansch (1965): Escutar Bert Jansch é aquela típica coisa que lhe dá um ar de superioridade. Uma conotação de exclusividade, com o charme intelectual que só o folk tem. Ainda mais em um disco gravado só com o violão e de maneira amadora. E, para melhorar, o disco é muito bom. Melhor que o mais famoso Nick Drake, por exemplo. Melhores : Needle of Death e Oh How Your Love is Strong. Cheap Trick (1977): Uma banda cheia de truques vagabundos e clichês de hard rock. Riffs pesados, visual caricato, guitarras de quatro (!!) braços. Chato pra caramba. Melhores: Mandocello e Speak Now Or Forever Hold Your Peace. Idlewild – Warning/Promisses (2005): O Idlewild é uma bandinha. Faz algumas músicas boas, competentes, mas sempre na zona de conforto, dando a impressão de que qualquer um seria capaz de fazer igual. Sem graça. Melhores: I Want a Warning e As If I Hadn’t Slept. Lou Reed – The Blue Mask (1982): Um disco bem pesado, Lou Reed parece desesperado enquanto canta. As mú

O segundo adeus de Schumacher

O dia 10 de setembro de 2006 foi um dia diferente para a Fórmula 1, o dia em que Michael Schumacher conquistou sua 90ª vitória na categoria. Uma vitória que, somada ao abandono do líder do mundial, Fernando Alonso, colocou o alemão definitivamente de volta à briga pelo título mundial em um campeonato que parecia perdido após o começo arrasador de Alonso. Começo que parecia mostrar que Schumacher deveria se aposentar, pois não seria páreo para a nova geração. Aposentadoria, aquele era o assunto daquele dia 10 de setembro. Ao longo dos últimos meses e daquela semana, esse era o assunto que dominava a categoria. Será que Michael Schumacher, recordista em vitórias, poles, melhores voltas, pontos, pódiuns e tudo o que se possa pensar, iria se aposentar? Sua reação no campeonato de 2006 mostrava que ele ainda era competitivo. O clima era diferente. A vitória, na casa dos torcedores da Ferrari parecia ser a deixa final. Naquele dia, a Rede Globo quebrou seu esquema de transmissão para mos

As traves separadas

Olha a construção do novo muro e vejo que as traves estão separadas. Sim, as duas árvores paralelas localizadas no quintal da casa da minha tia, árvores que eu usava para demarcar o gol, quando eu era criança. Árvores sob as quais fiz mais gols do que Pelé e inúmeras defesas. As árvores estão sendo separadas agora por um muro. Uma para cada lado, por toda a eternidade. E daqui a 200 anos, as pessoas que passarem por ali, jamais imaginarão que ali, um dia, existiu um Maracanã.