Olha a construção do novo muro e vejo que as traves estão separadas. Sim, as duas árvores paralelas localizadas no quintal da casa da minha tia, árvores que eu usava para demarcar o gol, quando eu era criança. Árvores sob as quais fiz mais gols do que Pelé e inúmeras defesas. As árvores estão sendo separadas agora por um muro. Uma para cada lado, por toda a eternidade. E daqui a 200 anos, as pessoas que passarem por ali, jamais imaginarão que ali, um dia, existiu um Maracanã.
Não dá para entender o Oasis pensando apenas na relevância das suas músicas, nos discos vendidos, nos ingressos esgotados ou nas incontáveis exibições do videoclipe de Wonderwall na MTV. Além das influências musicais, das acusações de plágio e das brigas públicas, o Oasis faz parte de um fenômeno cultural (um pouco datado, claro), mas é uma banda que captou o espírito de uma época e transformou isso em arte, promovendo uma rara identificação com seus fãs. Os anos 1990 foram marcados por problemas econômicos no mundo inteiro. Uma juventude já desiludida não via muitas perspectivas de vida. A Guerra Fria havia acabado, uma nova revolução tecnológica começava, o Reino Unido vivia uma crise pós governo Thatcher e nesse cenário surge um grupo cantando letras incrivelmente ousadas para meros desconhecidos. Definitely Maybe, primeiro disco do grupo, fala sobre curtir a vida de maneira meio sem propósito e sem juízo. A diversão que só vem com cigarros e álcool, o sentimento supersônico de...
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