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Mostrando postagens de julho, 2012

Lembranças Olímpicas II

A medalha de ouro conquistada por Sarah Menezes logo no primeiro dia das Olimpíadas é uma raridade para o Brasil. O país sempre conquistou medalhas nos esportes coletivos, que são decididos nos últimos dias da competição e também em esportes como o Iatismo, que tem sua decisão na sua segunda semana. Nas primeiras semanas, as principais medalhas são distribuídas em esportes que o brasileiro nem conhece. Exceção feita ao judô e a natação. A natação nos oferece medalhas eventuais - só Cielo já conquistou um ouro - e o judô tem medalhas com frequência, mas nem sempre a principal. A medalha de Sarah Menezes, aliás, é inédita. Nunca o Brasil havia conquistado uma medalha de ouro no primeiro dia. Normalmente, os brasileiros terminam a primeira semana com alguns bronzes e a sensação de que nenhuma medalha de ouro será conquistada é sufocante. Nos Jogos Olímpicos de Sidney em 2000, foi ainda pior. A esperada medalha não veio no judô - duas pratas. Depois não veio no vôlei de praia, certeza

Lembranças Olímpicas

Marcelo Negrão foi para o saque e eu disse "é agora". Eu tinha cinco anos recém completados e o Brasil estava prestes a conseguir sua primeira medalha de ouro no vôlei. Marcelo Negrão sacou, o holandês não conseguiu defender a bola, que talvez tenha parado fora do ginásio. A equipe comemora a conquista e eu celebro meu momento jovem Nostradamus. As Olimpíadas de 1992 foram as primeiras que eu acompanhei na minha vida. Lembro de uma abertura pavorosamente chata - apesar de todo mundo querer ver, eu sempre acho a abertura chata, exceção feita às de Pequim em 2008. O vôlei e o basquete são os dois grandes esportes coletivos dos Jogos. O futebol, não. O futebol é jogado por atletas milionários, mas que não estão entre os grandes milionários. A medalha de ouro olímpica não é mais importante do que um título na Copa do Mundo. O futebol nos jogos olímpicos ocupa um patamar de mediocridade. O lado superstar dos jogadores de futebol se difere do famoso espírito olímpico. Ao contrá

Um jogo que decide

Ausente 16 anos dos Jogos Olímpicos, a seleção brasileira de basquete fará sua estréia na competição contra a Austrália, no dia 29. Mais do que um simples retorno ao torneio, o jogo decidirá o futuro do Brasil na competição. O Brasil está em um grupo médio, onde é claramente superior a duas equipes: China e Grã Bretanha. Também é melhor que a Austrália, mas não é uma superioridade visível. É um jogo em que pode ganhar e pode perder. Uma possível derrota não elimina o Brasil, mas deixa o caminho complicado. Uma derrota aumenta a pressão sobre o Brasil, que pode se complicar na sequência contra os donos da casa e ainda terá Rússia e Espanha mais adiante. Pode não ser eliminado, mas pode se classificar com a quarta colocação o que o colocaria diante dos Estados Unidos no mata-mata olímpico, pronto para morrer nas quartas-de-final. Uma vitória traz tranquilidade e a certeza do caminho certo. Tranquilidade para confirmar a vitória contra os britânicos e para enfrentar os equivalentes

Ética Política

Eu não voto em candidato que me acorda sábado de manhã com carro de som. Não voto. Se ele não respeitou meu sono, meu voto ele não terá. Aliás, carro de som nenhum irá ganhar meu voto. Eles não me conquistarão perturbando o silêncio. Também não voto naqueles que me telefonam. Se eles acham que iriam me agradar, me colocando ao pé do telefone para escutar uma mensagem gravada, meu voto eles não merecem. Placa em poste de luz é certeza de voto perdido. Cavaletes, pior ainda. Pagar dez reais para alguém balançar uma bandeira em um semáforo... me perdeu. Distribuiu santinhos na minha casa? Depositou uma árvore na minha caixa de correio em busca do meu voto? Perdeu seu tempo. Aqueles que espalham seus santinhos pelo chão, em dia de eleição, também não tem meu voto. Não voto em alguém que contribui para o entupimento dos bueiros. Sim, eu sei. Muita gente escolhe seu candidato buscando um papelzinho aleatório distribuído no chão. Mas, eu não. E assim sendo, no final, eu não voto em ni

O Fim do Playcenter

Foi no Playcenter que eu conheci o pânico. Fui andar na montanha russa e creio que esta já seja uma experiência ruim para uma criança de cinco anos. Mas, meu tio imaginou que seria uma boa ideia que eu fosse sentado na primeira fileira. Aquelas tantas descidas me traumatizaram. Fiquei pálido, quase transparente quando voltei ao chão, depois de, sei lá, cinco horas de passeio na Montanha Russa. Não sei quanto tempo dura a volta, mas para mim, naquele dia, foi interminável. Creio que foi um dia inteiro. Depois dessa experiência traumática, as pessoas relatam que eu fiquei assustado até na descida de um outro brinquedo. Levei anos para superar o trauma com a montanha russa, mas, digo que até hoje eu não vejo graça no negócio. Culpa daquele dia? Uma incompatibilidade de signos? Não sei. De qualquer forma, o Playcenter era uma espécie de terra do sonho. Ir a São Paulo significava a possibilidade de ir ao Playcenter. Um ambiente de sonho, magia, aventuras e essas coisas todas que os pu

Andei Escutando (35)

Beirut – The Flying Club Cup (2007):Em seu segundo disco, Zach Condon parece deixar o leste europeu para abraçar a França. Poderia ser uma ótima trilha sonora para qualquer filme que tem Paris no nome. Melhores: Un Dernier Verre e Nantes . Ben Folds – Song for Silvermen (2005): Um disco mediano. Interessante notar que nos discos solos, Ben Folds é bem mais depressivo do que nas músicas do seu antigo trio. Melhores: Bastard e Time . Eric Clapton – Clapton (2010): Clapton parece estar se especializando em fazer discos agradáveis, com músicas para serem escutadas aleatoriamente, sem nenhum destaque absoluto. Aqui, seu repertório parece mais puxado para números de jazz, ao invés de blues. Melhores: Rockin’ Chair e Judgment Day . Gene Clark – Firebyrd (1984) : Não é um disco ruim. Mas a produção e o repertório dão uma cara bem amadora para o registro final do genial Clark. Melhores: If You Could Read My Mind e Rain Song . Golden Smog – Blood on the Slacks (2007): Com

A Sombra da Mangueira

De repente, a mangueira não estava mais lá. Ela que sempre esteve por ali, desde os princípios da humanidade. Sua sombra não estava mais lá. E então o sol começou a entrar pela casa em vários lugares no qual não se imaginava que o sol batia. Desde então, sempre que o sol forte me incomoda, tenho a impressão que a culpa está na ausência da mangueira, que deixou de sombrear o planeta.

Os volantes

A seleção espanhola tem. Busquets e Xabi Alonso marcam forte e saem para o jogo. Os meias Xavi, Iniesta e Fabregas já foram considerados volantes um dia. Todos tem grande poder de marcação. A vice-campeã Itália também. O homem mais recuado de seu meio de campo era Pirlo. Um meia que armava o jogo de trás. Marchisio, Montolivo e de Rossi, marcavam por ele. E todos tem qualidade para jogar. Entre os semifinalistas, a Alemanha tem Schweinsteiger e Khedira, que marcam e chegam na frente com eficiência. Já Portugal, também tem João Moutinho e Raul Meireles. As quatro semifinalistas da Eurocopa foram as quatro equipes que jogaram o melhor futebol do torneio, todas chegaram com merecimentos. E tirando Portugal, que teve Cristiano Ronaldo jogando bem, as outras seleções se destacaram pelos meio-campistas. Por jogadores que marcam e atacam com a mesma eficiência. Os sempre abominados volantes são hoje os primeiros armadores de suas equipes. Os bons times se formam com jogadores que roubam