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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Resgatando Rascunhos: O Cerco da Violência

Alguns textos você não tem ideia do que é que se passou pela sua cabeça quando você escreveu. Em outros, você sabe exatamente. Esse aqui deveria ser uma coluna para o Centro Burnier de alguma coisa. Escrevi depois que, após algumas mudanças no bairro, a sensação de insegurança aumentou consideravelmente e um assalto passou a parecer uma questão de tempo. É até um bom texto, acho que não soube encerrá-lo. Mas, provavelmente, ele só ficou adormecido até hoje, desde o dia 16 de maio de 2013, porque eu me esqueci completamente de sua existência. Foi em algum dia do ano de 2001 que a vida do meu bairro mudou. O vizinho da casa de trás foi assaltado, rendido enquanto entrava em casa, trancado no banheiro e os assaltantes fugiram levando tudo o que coube no carro. A partir daí, acelerou-se os processos de precaução que já estavam sendo tomados. Se antes o portão só era trancado na hora de dormir, passou-se a trancá-lo o tempo todo, o carro sempre dentro de casa. Alguns meses depois, o viz

Weezer, Foo Fighters e Pink Floyd

Três bandas que estão entre as minhas favoritas - ou pelo menos entre as que eu mais escutei na minha vida, lançaram discos nesses últimos meses. Discos de qualidade diferente, com expectativas diferentes. O Weezer lançou Everything Will Be Alright In The End , nono disco da carreira. Um disco que recebi com pouca expectativa, porque não dá para ter muita expectativa com o Weezer do novo século. Ainda mais depois do péssimo Hurley e de uns flertes bizarros com o rap. Pois, Everything surpreende positivamente. Não há um hit como Porks and Beans e é claro que não é a mesma coisa dos dois primeiros discos. Mas, EWBAITE consegue se colocar ali no meio da tabela do Weezer, competindo com o disco verde e com Make Believe. Composições fáceis, guitarras pesadas e um outro momento marcante. Música no piloto automático, mas agradável. O Foo Fighters reaparece com Sonic Highways, seu oitavo disco. Depois do excepcional Wasting Light, o disco que fez com que o FF voltasse a valer a pena,

Sino Errado

Nas manhãs em que eu vou à academia, quase sempre passo pela escola da esquina no horário em que o sino está tocando, o sino que anuncia que a aula vai começar. Sempre saio de casa mais ou menos no mesmo horário, sempre passo mais ou menos por lá nessa hora. Hoje não foi diferente. Escutei aquele barulho familiar, mas, havia alguma coisa diferente. Ao contrário de outras oportunidades, em que a calçada estava cheia de alunos, assim como o pátio do colégio, hoje não havia ninguém por lá. Em um primeiro momento achei estranho, mas logo percebi que estamos no dia 17 de dezembro. Se estamos no dia 17 de dezembro, muito provavelmente estamos já no período das férias escolares. Por isso, não havia estudante nenhum no pátio do colégio, apenas um vigia de braços cruzados e aspecto enfadonho. Não faz o menor sentido que o sino do colégio toque em um dia em que não há sala de aula. Imaginei que isso acontece porquê o sinal deve ser pré-programado e que ninguém lembrou, ou ninguém sabe como f

Uma ode para Definitely Maybe

Oasis é aquela típica banda cuja apreciação só foi liberada após algum tempo. Logo ali, no auge do sucesso da banda, gostar de Oasis poderia soar como uma crime. Seja pela arrogância dos irmãos Gallagher (tão famosos como polêmicos), polêmicas relacionadas a plágios e principalmente, um sucesso enorme que atingiu várias camadas de público. Wonderwall tocou em novela e pode ser reconhecível até por fãs de Vítor e Léo, um crime. Após dois discos muito bons, a banda entrou numa espiral descendente, lançou discos medíocres enquanto a voz de Liam Gallagher se deteriorava, os shows ficavam cada vez mais frios e os críticos podiam rir da desgraça alheia. Foi só após o lançamento do ótimo Dig Out Your Soul , seguido pelo fim da banda, que o Oasis foi absolvido. Noel Gallagher lançou um bom disco solo e as pessoas puderam admitir sua genialidade. Vinte anos após seu lançamento, podemos ouvir Definitely Maybe sem culpa e escutar como é um disco excepcional. Uma das melhores estreias de