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Mostrando postagens de julho, 2018

Balanço da Copa 2018

Vamos aos melhores e aos piores da Copa Seleção da Copa Em um 4-2-3-1 Kasper Schmeichel (Dinamarca): Tal qual Preud'Homme em 1994, o melhor goleiro dessa Copa parou cedo. Schmeichel sofreu apenas dois gols no torneio, sendo um de pênalti, e teve a maior média de defesas por jogo. Teve grande atuação nas oitavas de final e supera Courtois - brilhante contra o Brasil, hesitante em outros momentos, e Lloris e Subasic, derrubados pela final. Mário Fernandes (Rússia): O brasileiro naturalizado foi o mais constante escape do ataque russo e sempre muito firme na defesa. Também poderia estar na seleção o belga Meunier. Yerry Mina (Colômbia): O colombiano participou de três jogos e fez gol nos três. Se não bastasse o poderio ofensivo o único gol que a Colômbia sofreu nessas partidas foi de pênalti. Contra a Inglaterra anulou o poderio aéreo adversário e fez o gol que levou o jogo para a prorrogação. Domagoj Vida (Croácia): O croata cresceu muito na reta final e se sobressaiu em diver

França: campeã da objetividade

Fui buscar o que escrevi sobre a França ao longo do torneio. Na abertura contra a Austrália destaquei o jogo que ficaria mais marcado pela estreia do VAR, pois a impressão é de que a França não havia encaixado o jogo. De fato, vitória por 2x1, com gol de pênalti duvidoso e gol contra. Contra o Peru, falei que a França jogava um futebol decepcionante, o que era verdade. Depois veio a melancolia do jogo contra a Dinamarca. Nas oitavas de final veio o despertar francês, com momentos de bom futebol, mas com mais dificuldade do que deveria ter tido. Contra o Uruguai e Bélgica duas vitórias pragmáticas, com cara de time campeão. A França é provavelmente a campeã que menos teve momentos de empolgação desde que eu acompanho futebol. Os momentos de brilho foram esparsos, duraram 15 minutos contra Peru, Argentina e hoje contra a Croácia. A forte defesa levou seis gols na Copa, o maior número desde a Itália de 1982. Mas, a França foi o time que, como diz Tite, soube sofrer. Quando levou gols,

Gigante Croácia

Existem jogos em que, por mais que tentemos encontrar razões táticas e técnicas para explicar o resultado, a verdade é que uma equipe se impôs sobre a outra. Foi o que a Alemanha fez contra a Suécia na primeira fase, por exemplo, e o que a Croácia fez para sobrepor a Inglaterra e garantir uma vaga na final da Copa do Mundo pela primeira vez. No lance decisivo da partida, o gol de empate, Perisic passou por cima de um hesitante Walker para marcar. Até então, a Inglaterra parecia próxima da final. Começou o jogo muito bem. Trippier acertou bela cobrança de falta e toda bola aérea provocava um Deus nos acuda. Kane teve duas boas chances desperdiçadas e impedidas. Stones e Maguire bloqueavam qualquer investida croata e o jogo parecia controlado. Dele Ali e Lingard tocavam bem a bola e, se chances não eram criadas, muito era por conta de Sterling tomando decisões erradas mais uma vez. Impressão que se manteve mesmo quando a Croácia melhorou nos 10 minutos finais da primeira etapa e no s

França com cara de campeã

No bolão da ESPN, o único que participo neste ano, marquei a França como minha opção para campeã do mundo. Apesar de os franceses nunca terem desenvolvido todo o potencial que a simples leitura dos nomes proporciona, eles são de fato o elenco mais equilibrado da Copa, com um grande goleiro, um zaga confiável e excelentes meio-campistas. A Copa começou e a primeira fase foi de certa forma decepcionante. Mesmo em um grupo fraco, os franceses não empolgaram em nenhum momento. Foram burocráticos e sem o instinto assassino que os permitiria matar os jogos. A França joga em busca de um contra-ataque para explorar a velocidade de Griezmann e Mbappé, mas esse contra-ataque só apareceu no jogo contra a Argentina. Bem, a França ainda não empolgou em nenhum momento na Copa, mas é um time que administra bem os riscos e consegue se virar quando precisa. Entre as equipes semifinalistas, foi sem dúvida a que esteve menos tempo flertando com a eliminação e correndo riscos desnecessários. Em su

Quartas de derrotas comuns

Desde que eu me entendo por gente e acompanho futebol com um mínimo de discernimento, esta deve ser a primeira vez que o Brasil é eliminado de uma Copa do Mundo de maneira normal. Perdeu dentro do jogo porque assim é o esporte: alguém tem que perder. Não houve o ambiente de balada de 2006, o rancor de Dunga em 2010 e nem foi como em 2014, porque nunca mais haverá outro 2014. O jogo foi equilibrado, com a Bélgica bem superior no primeiro tempo e o Brasil melhor no segundo. A equipe nacional jogou para empatar no segundo tempo, é verdade, mas a Bélgica jogou para fazer mais do que 2x0 no primeiro tempo. Os belgas aproveitaram melhor o momento de instabilidade brasileira após o gol contra de Fernandinho e o posicionamento de De Bruyne, Fellaini e Lukaku acabou por confundir a marcação brasileira. Fernandinho teve uma jornada horrível. Suas costas foram uma festa para De Bruyne e Lukaku. O gol contra foi azar, mas não dá para descartar que tenha trazido à tona todos os demônios interno

O momentaço da Copa

Provavelmente foi o momento mais empolgante da Copa até o momento. Inglaterra e Colômbia faziam um jogo pra lá de morno. Os ingleses estavam próximos das quartas de final e os colombianos tentavam jogadas aleatórias, quando Uribe acertou um chute espetacular que Pickford pegou de maneira ainda mais espetacular. Os colombianos, já resignados se levantaram euforicamente após a jogada. O goleiro foi até a área e ninguém respirava dentro do estádio do Spartak em Moscou. Na cobrança, Yerri Mina ganhou de Maguire e empatou a partida, em um daqueles momentos que nos fazem lembrar porque o futebol é maravilhoso. Foi um pouco como aquela sequência final de Uruguai e Gana na Copa de 2010. A jogada salvou a partida monótona, que mostrou uma Colômbia pilhada e pouco criativa sem James Rodríguez. A Inglaterra não conseguiu fazer nenhuma coisa especial, mas tinha aproveitado um pouco melhor o seu forte, que é a bola área. Foi em um desses lances que conseguiu o pênalti, convertido por Harry Kane p

Neymar e a Geração Belga

Nesta segunda-feira, o mundo pode viver em todos o esplendor as reações à geração belga. Depois de um primeiro tempo preguiçoso, em que podemos dizer que o Japão executou sua proposta de jogo melhor - apesar de os belgas estarem sempre perto da área, os nipônicos tiveram um começo de segundo tempo arrasador e abriram 2x0 em menos de 8 minutos. Foi a senha para que todo um ressentimento relacionado a Grande Geração BelgaⓇ viesse a tona. A farsa estava enfim desmascarada. Analiso essa reação de duas maneiras. A primeira trata de, mais do que um ódio aos belgas, um ódio ao enaltecimento do estrangeiro em detrimento ao local. Fellaini é o maior exemplo disso. Jogador folclórico, de difícil interpretação dentro do capo, mas que a cada gol ou passe bissexto é incluído no rol de grandes jogadores. É um ódio ao futebol pivote, ao futebol world class, ao hype da Premier League que abriga toda a seleção belga. É difícil separar onde termina a qualidade e começa a empolgação. Veja o time be

O medo entra em campo

Neste domingo, pudemos pela primeira vez observar nesta Copa do Mundo um velho conhecido de mata-matas passados: o medo de perder. Aquele pânico de levar um gol irrecuperável que decretará a eliminação. Esse temor aparece principalmente quando o confronto envolve duas equipes que já estão no limite das expectativas. Não foi tanto o caso do confronto entre Rússia e Espanha. No jogo que abriu o dia, as duas equipes tinham estratégias claras. Os russos queriam se retrancar o máximo que pudessem e se levassem a partida para os pênaltis estaria bom. A classificação seria histórica e a eliminação seria respeitada. Além disso, para que a partida chegasse aos pênaltis, isso certamente significaria uma vantagem psicológica para o time da casa. Já os espanhóis queriam tocar a bola por toda eternidade, na expectativa de que uma hora ela entrasse no gol sozinha. E ela realmente entrou no bizarro lance do gol contra de Ignashevich. Depois disso, a Espanha não chutou mais nenhuma vez e o empate