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Balanço da Copa 2018

Vamos aos melhores e aos piores da Copa

Seleção da Copa
Em um 4-2-3-1
Kasper Schmeichel (Dinamarca): Tal qual Preud'Homme em 1994, o melhor goleiro dessa Copa parou cedo. Schmeichel sofreu apenas dois gols no torneio, sendo um de pênalti, e teve a maior média de defesas por jogo. Teve grande atuação nas oitavas de final e supera Courtois - brilhante contra o Brasil, hesitante em outros momentos, e Lloris e Subasic, derrubados pela final.
Mário Fernandes (Rússia): O brasileiro naturalizado foi o mais constante escape do ataque russo e sempre muito firme na defesa. Também poderia estar na seleção o belga Meunier.
Yerry Mina (Colômbia): O colombiano participou de três jogos e fez gol nos três. Se não bastasse o poderio ofensivo o único gol que a Colômbia sofreu nessas partidas foi de pênalti. Contra a Inglaterra anulou o poderio aéreo adversário e fez o gol que levou o jogo para a prorrogação.
Domagoj Vida (Croácia): O croata cresceu muito na reta final e se sobressaiu em diversos duelos pessoais. Thiago Silva, Miranda, Giménez e Kjaer foram outros zagueiros que tiveram atuações muito boas. Umtiti poderia estar aqui, mas teve um começo de copa bem ruim.
Lucas Hernández (França): A lateral esquerda foi a posição mais carente da competição. O francês está aqui por ter sido constante na defesa e ter apoiado bem o ataque, sendo decisivo contra Argentina e na final.
Paul Pogba (França): Muitas vezes disperso em campo, Pogba ganhou a posição de Kanté por conta da final. Enquanto o motorzinho errou quase todas as jogadas, Pogba decidiu o jogo e dominou o meio-de-campo no começo da segunda etapa.
Luka Modrić (Croácia): Depois de uma primeira fase brilhante, Modric não fez tanta coisa especial no mata-mata, mas teve uma dedicação exemplar e nunca se escondeu do jogo. O croata nunca joga mal.
Eden Hazard (Bélgica): Hazard teve atuações em um nível alto em toda a Copa. Foi importante na virada contra o Japão, jogou muito contra o Brasil e mesmo contra a França. Foi uma liderança técnica importante.
Kylian Mbappé (França): O jovem francês teve momentos inconstantes, mas foi decisivo. Destruiu a Argentina, teve jogadas de brilho contra a Bélgica e marcou gol na final.
Antoine Griezmann (França): Foi regular na primeira fase e cresceu a partir do mata-mata, sendo o comandante das jogadas ofensivas e extremamente decisivo em todos os jogos.
Edinson Cavani (Uruguai): O torcedor uruguaio poderá sempre se lamentar pela lesão que tirou o camisa 21 da partida contra a França. Cavani se matou ao longo da primeira fase, jogou muito contra Portugal e em uma copa que parecia ser a dos centroavantes, acabou herdando a vaga com o declínio de Lukaku e Harry Kane na reta final.

França 4 - Croácia 2 - Dinamarca 1 - Colômbia 1 - Bélgica 1 - Uruguai 1 - Rússia 1

Banco de reservas para completar a seleção de 23 jogadores.
Jordan Pickford (Inglaterra), Thomas Meunier (Bélgica), Thiago Silva (Brasil), Andreas Granqvist (Suécia), Nacer Chadli (Bélgica), N'Golo Kanté (França), Ivan Rakitić (Croácia), Isco (Espanha), Cristiano Ronaldo (Portugal), Mario Mandžukić (Croácia), Romelu Lukaku (Bélgica) e Yann Sommer (Suíça).

França 5 - Croácia 4 - Bélgica 4 - Dinamarca 1 - Colômbia 1 - Uruguai 1 - Rússia 1 - Inglaterra 1 - Brasil 1 - Suécia 1 - Espanha 1 - Portugal 1 - Suíça 1

Os melhores da Copa

20) Philippe Coutinho (Brasil); 19) N'Golo Kanté (França); 18) Ivan Perišić (Croácia); 17) Mário Fernandes (Rússia); 16) Thiago Silva (Brasil); 15) Romelu Lukaku (Bélgica); 14 Mario Mandžukić (Croácia); 13 Isco (Espanha); 12) Domagoj Vida (Croácia); 11) Paul Pogba (França);

10) Cristiano Ronaldo (Portugal)
9) Jordan Pickford (Inglaterra)
8) Ivan Rakitić (Croácia)
7) Kasper Schmeichel (Dinamarca)
6) Yerry Mina (Colômbia)
5) Edinson Cavani (Uruguai)
4) Antoine Griezmann (França).
3) Luka Modrić (Croácia)
2) Kylian Mbappé (França)
1) Eden Hazard (Bélgica)

Os cinco melhores jogos

5) Brasil 1x2 Bélgica: Início equilibrado até a Bélgica encontrar um gol. Depois, momento de descontrole brasileiro com a Bélgica podendo matar o jogo nos contra-ataques e encontrando o segundo gol, em arrancada sensacional de Lukaku e bela finalização de De Bruyne. O brasil cresce no segundo tempo e diminui com Renato Augusto. Depois perde duas chances claras, e Courtois faz boas defesas, uma delas sensacional no chute de Neymar. Do outro lado, Miranda e Lukaku trava um grande duelo. No fim, a Bélgica consegue a maior vitória de sua história.
4) Alemanha 2x1 Suécia: Pressionada, a Alemanha cerca a área sueca sem conseguir muita coisa. Rudy quebra o nariz e sai de campo. Com um a mais a Suécia começa a empilhar chances, aproveitando saídas erradas de Toni Kroos. O belo gol de Toivonen elimina a Alemanha. O segundo tempo começa com Reus fazendo o gol da sobrevida. Os contra-ataques suecos sempre ameaçam e Boateng é expulso. Os dez minutos finais são loucos. Olson faz milagre em cabeçada de Gómez, Brandt manda na trave e, rigorosamente no último lance do jogo, Toni Kroos acerta um chute espetacular para manter a Alemanha viva. Certo que no fim não adiantou nada, mas foi espetacular.
3) França 4x3 Argentina: Mbappé inicia o jogo voando, cava uma falta que origina uma bola na trave e sofre o pênalti que Griezmann converte para abrir o placar. Mbappé segue pendurando toda zaga argentina até a França entrar no seu modo de conservação de energia. Dí Maria acerta um chute espetacular no fim do primeiro tempo para incendiar a partida. Na volta do intervalo, a Argentina acha a virada e coloca a França em risco. A virada é furiosa: Pavard acerta um chute espetacular, Mbappé marca dois gols e anuncia uma goleada. O jogo volta a esfria e no fim Aguero diminui. A Argentina ainda teve uma derradeira chance de empatar no abafa, mas ninguém alcançou a bola em cheio. Um sábado de manhã inesquecível para abrir as oitavas-de-final.
2) França 4x2 Croácia: Foram seis gols em uma final de Copa do Mundo. Um contra, um de pênalti, dois em falhas do goleiro e podemos dizer que o placar normal seria um 1x1. Pouco importa, foram seis gols em uma final de Copa do Mundo.
1) Portugal 3x3 Espanha: Logo no segundo dia da Copa sabíamos que dificilmente haveria algo maior. Espanhóis dominando as ações, mas sendo contraponteados por Cristiano Ronaldo em noite para os almanaques. Teve frango do goleiro, gol de raça, gol de jogada ensaiada, golaço, bola na trave e um final inesquecível na cobrança de falta do português. Todo mundo sabia que o gol ia sair e a bola na rede foi uma agradável confirmação da premonição coletiva.

As cinco melhores atuações coletivas

5) Croácia contra a Argentina: Croatas aproveitaram a bagunça de Sampaoli e se afirmaram no jogo.
4) Inglaterra contra a Suécia: Atuação segura dos ingleses, com o bônus de um goleiro muito bem quando foi preciso.
3) França contra a Bélgica: Franceses jogando no modo de segurança.
2) Colômbia contra a Polônia: A Colômbia aproveitou as fraquezas polonesas e deitou e rolou. James Rodríguez guiou o time, que teve Quintero brilhante e um Cuadrado Mágico (desculpa).
1) Bélgica contra o Brasil: Hazard, Lukaku, De Bruyne e Courtoius em atuações primorosas. Fellaini e Hazard muito bem também.

As cinco melhores atuações individuais
5) Antoine Griezmann contra a Croácia: Fazer um gol, dar uma assistência e ainda cruzar a bola na área para um gol em uma final de Copa. É para ficar na memória.
4) Luka Modric contra a Argentina: Modric conduziu a Croácia, deu meia dúzia de passes espetaculares e, indo além de duas características, fez um gol sensacional que matou a partida.
3) Edinson Cavani contra Portugal: Atuação de um centroavante que tem uma relação especial com o gol e que se matou defensivamente pela equipe.
2) Kylian Mbappé contra a Argentina: Arrancada sensacional que originou o primeiro gol e 2 gols no segundo tempo. O jovem de 19 escreveu seu nome na história das copas com essa atuação antológica.
1) Cristiano Ronaldo contra a Espanha: Se Mbappé tivesse também convertido o pênalti que ele sofreu contra a Argentina, seria essa a melhor atuação? Acho que não. Porque a França teria como vencer a Argentina sem o jovem, mas Portugal não faria frente contra a Espanha sem seu craque. Ele sofreu e converteu o pênalti do primeiro gol. Fez o segundo. Sofreu e converteu a falta do terceiro gol. Cristiano Ronaldo foi o exército de um homem só contra a Espanha, algo que não se vê todo dia.

Os cinco gols inesquecíveis
5) Coutinho contra a Suíça: um chute de rara felicidade (raridade essa que não se aplica ao brasileiro) que parecia abrir um caminho glorioso para o Brasil.
4) Modric contra a Argentina: O camisa 10 abriu os braços pedindo a bola, livre na entrada da área. Recebeu, chamou o zagueiro para dançar e finalizou uma bola com curva, tirando do goleiro e garantindo a primeira das muitas epopeias croatas na competição.
3) Xhaka contra a Sérvia: A Suíça pressionava pelo empate, quando a bola sobrou quicando na área e Xhaka encheu o pé. A comemoração mostrou que o chute veio carregado de raiva, uma raiva histórica, geopolítica, geracional, racial. Foi forte. 
2) Kroos contra a Suécia: Chute de rara felicidade no último lance do jogo. Foi para retuitar a já lendária frase do Lineker prestando condolências a quem não gosta de futebol.
1) Pavard contra a Argentina: O lateral francês praticamente deitou no gramado para pegar a bola com efeito em um chute antológico. O gol da copa.

Menção honrosa para toda essa parte: Denys Cheryshev. Veio do banco e marcou quatro gols na Copa, sendo três golaços. Uma copa inesquecível para um jogador que, se não foi de brilho constante, vai ser lembrado para sempre nos vídeos do Youtube.

******

Seleção dos piores

Willy Caballero (Argentina): O experiente goleiro argentino começou dando sustos na torcida no jogo contra a Islândia e fez sua obra prima contra a Croácia, entregando de presente um gol que fez sua seleção desmoronar em campo. Não dá nem para dizer que compensou os erros com defesas.
Ahmed Fathy (Egito): Capitão da equipe, não teve grande participação no torneio - tentou um chute mais ou menos contra o Uruguai - e marcou um gol contra bizarro contra a Rússia, que também serviu para desestabilizar a equipe e tirar qualquer chance egípcia de avançar na competição.
Yassine Meriah (Tunísia): Na exposta defesa tunisiana ele se sobressaiu vendo a Inglaterra desperdiçar chances construídas às suas costas e depois a Bélgica construir uma goleada.
Fidel Escobar (Panamá): O pior jogador da fraca defesa panamenha. Cometeu pênalti, foi frágil no combate físico e mal no posicionamento.
Jesús Gallardo (México): Tomou uma série de decisões erradas no ataque, mas, na copa dos laterais-esquerdos medianos, ele é uma espécie de melhor jogador da seleção dos piores.
Carlos Sánchez (Colômbia): O pior jogador da Copa, com sobras. Cometeu pênalti infantil no começo do jogo contra o Japão e foi expulso. Ficou de fora na melhor atuação colombiana na competição. Contra a Inglaterra, cometeu novo pênalti. Foi um jogador que praticamente sozinho eliminou a Colômbia na Copa. Sabe o Maradona de 1986? Sánchez fez o contrário neste ano.
Grzegorz Krychowiak (Polônia): Toda a categoria de Krychowiak foi usada para o mal. Errou passes como quem escova os dentes, foi mole na marcação e fez uma besteira enorme no jogo contra a Polônia. Foi novamente ridículo contra a Colômbia e, mesmo marcando um gol, foi o destaque negativo do fraco time polonês.
Enzo Pérez (Argentina): Convocado de última hora, ficou perdido correndo pelo lado do campo e não fez nada de útil.
Maximiliano Meza (Argentina): Inexplicável a titularidade dele e a insistência de Sampaoli em colocá-lo em campo. Cavou um pênalti contra a Islândia, mas este foi seu momento máximo. Parecia uma criança jogando contra adultos. No caso, uma criança em um time bagunçado. Terrível.
Mesut Özil (Alemanha): Depois de duas boas copas, Özil foi até a Rússia para passear. Sua atuação contra a Coreia do Sul foi das mais patéticas, andando em campo e distribuindo passes laterais sem precisão nenhuma. Irritante.
Robert Lewandowski (Polônia): O grande centro-avante polonês entra aqui pelo fator decepção. Foi provavelmente, a única estrela nacional que saiu da Rússia sem balançar as redes e, por mais que sempre haja a ressalva de que o time não ajudou, ele não tentou tanto assim e não foi preciso nas poucas chances que teve. Poderia colocar no time o costarriquenho Ureña, dono da correria mais improdutiva da competição.

Os cinco piores jogadores

5) Maximiliano Meza (Argentina).
4) Grzegorz Krychowiak (Polônia).
3) Mesut Özil (Alemanha).
2) Willy Caballero (Argentina).
1) Carlos Sánchez (Colômbia).

Os cinco piores jogos
5) Marrocos 0x1 Irã: Logo no segundo dia um jogo marcado pela extrema ruindade das duas equipes. O Marrocos empilhou chances, mas perdeu todas de maneira bizarra. Quase fez um gol numa rebatida maluca e o Irã ameaçou em um contra-ataque. O segundo tempo foi pavoroso e o 0x0 só não ficou no placar porque um marroquino fez um gol contra patético no último lance.
4) Austrália 0x2 Peru: Valeu pela festa peruana, mas o Peru quase não fez nada em campo e a Austrália rodou a bola de maneira inútil.
3) Uruguai 1x0 Arábia Saudita: Depois do massacre da estréia, os sauditas foram mais precavidos e trocaram meio time, inclusive o goleiro. Foi ele que acabou responsável pela derrota, ao sair do gol de maneira ridícula e deixar a meta aberta para Suárez. Fora isso, o Uruguai apenas esperou o tempo passar, porque sabia que o adversário não seria capaz de fazer nada.
2) Japão 0x1 Polônia: O Japão resolveu trocar meio time e enfrentou a equipe mais desinteressante do torneio. Um empate era bom para os japoneses, que acabaram sofrendo um gol de bola parada. Depois que a Colômbia fez o gol que classificava os japoneses novamente, a bola ficou rodando ao redor do círculo central.
1) Dinamarca 0x0 França: O empate era bom para os dois e seria melhor que tivessem assinado um acordo de desistência da partida antes, poupando o tempo de todo mundo. Um chute perigoso de Giroud, uma investida besta de Erikssen e nada, simplesmente nada aconteceu em uma das piores partidas de todos os tempos. Lembrem dela, dá próxima vez que forem falar que quem faz jogo de compadres acaba punido.

As cinco piores atuações coletivas
5) Alemanha contra a Coreia do Sul: Uma vitória garantia a classificação alemã e os então campeões pareciam acreditar que ela viria a qualquer momento. Jogo arrastado, caminhado, de pouca objetividade. Algumas chances foram criadas, mas sem muita insistência. As melhores oportunidades foram do zagueiro Hummels, que não se mostrou um bom centroavante.
4) Argentina contra a Croácia: Sampaoli mudou meio time da estreia e a Argentina se mostrou perdida em campo. Desde o início, suas laterais eram corredores para o avanço adversário. Mascherano parecia um observador da partida e, depois de perder um gol sem goleiro no primeiro tempo, os argentinos desmoronaram com a falha de Caballero. Os 3x0 acabaram sendo pouco.
3) Polônia contra o Senegal: O meio-de-campo polonês deveria ter sido desapropriado de tão improdutivo. Milik e Lewandowski pareciam em uma crise de produtividade e, para piorar, a defesa foi terrível. Uma atuação catastrófica do pior cabeça de chave de todos os tempos.
2) Panamá contra a Inglaterra: O Panamá resgatou a boa e velha inocência atribuída as equipes da América Central. Enfrentou a Inglaterra de peito aberto e levou 5 gols no primeiro tempo. Toda bola área inglesa parecia um alarme de incêndio, com os zagueiros panamenhos em pânico sem saber o que fazer.
1) Arábia Saudita contra a Rússia: Logo na estreia do mundial, os árabes mostraram que sim, ainda existe bobo no futebol. Tentaram sair jogando pelo meio, tocando bolas displicentes na defesa, um arquétipo de jogo posicional saudita. Foram destruídos pela limitada anfitriã.

As cinco piores atuações individuais
5) Mesut Ozil contra a Coreia do Sul: Ozil resolveu se vingar das críticas recebidas pelo encontro com o presidente turco. Essa é a única explicação para sua apatia em campo.
4) Willy Caballero contra a Croácia: Como um goleiro resolve sair jogando daquela maneira? Como que ele deu aquela assistência para o Rebic?
3) Fernando Muslera contra a França: Muslera já havia flertado com a tragédia em um lance que tentou driblar Griezmann. Depois, tomou um frango inacreditável, sepultando qualquer pretensão uruguaia de recuperação.
2) Michael Amir Murillo contra a Inglaterra: O pobre lateral-direito não acertou um posicionamento, levou cartão amarelo, enfim, conseguiu ser o pior jogador do time em uma derrota por 6x1.
1) Carlos Sánchez contra o Japão: Três minutos de jogo, seu time sai jogando errado e o adversário chuta contra o gol. Nada mais lógico do que meter a mão na bola, oferecer o gol ao seu adversário e ainda fazer com que seu time passe um jogo inteiro com um a menos em campo e 1x0 contra no placar.

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