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Mostrando postagens de junho, 2015

Vinte anos de um jogo inesquecível

Sou torcedor do São Paulo, enquanto meu pai torce para o Fluminense. As razões que me levaram a não seguir o time do meu pai já devem ter sido explicadas em algum post perdido por aí, assim como já falei que sempre tive grande simpatia pelo tricolor carioca. É o meu segundo time. Suas vitorias fazem meu pai feliz e consequentemente me fazem feliz também. Em 1995 o Fluminense completaria 10 anos sem conquistar nenhum título e vinha de uma sequência de fracassos no campeonato carioca, que então era bem mais importante do que é hoje. Era o ano do centenário do Flamengo, que repatriou Romário e ameaçava formar o melhor ataque do mundo, junto com Sávio e Edmundo. O Fluminense tinha como seu grande astro o folclórico Renato Gaúcho. Não sei exatamente como é que aquele campeonato transcorreu, já que aqueles eram tempos em que não havia internet e o andamento do campeonato era conhecido por meio das tabelas de classificação publicadas nos jornais e dos gols exibidos no glorioso domingo da

Misteriosa Figura

Vejo ele quase todos os dias. No começo achei que era alguém que também esperava para atravessar a rua quando o sinal ficasse vermelho para os carros. Até que reparei que ele não atravessava a rua. Aliás, ele fica numa posição de quem não atravessa a rua, no gramado, ao invés de ficar próximo a faixa de pedestres. Buscando pela memória, tenho dúvidas se ele usa uma pochete ou se é apenas uma barriga protuberante. Ele usa boné e alguma corrente e está sempre lá. Cheguei a imaginar que ele é um desses caras que entregam jornais ou outros panfletos em semáforos. Mas ele não carrega nada. Só sei que ele está sempre lá. O semáforo fecha, ele se aproxima do meio fio, faz que irá gesticular com alguém do outro lado, mas não há ninguém lá. Um agente secreto? Um fugitivo do hospital psiquiátrico que fica a poucos metros dali? Jamais saberei.

Oasis, Coldplay, Foo Fighters, White Stripes e lembranças musicais de dez anos atrás

O ano de 2005 foi um ano diferente para a minha relação com a música e imagino que para a relação de muita gente. Foi nesse ano que os sites de compartilhamento de arquivos começaram a se popularizar. Lembro do lendário Yousendit e principalmente do Rapidshare. Sites que nos livraram do Emule, Kazaa e outros programas similares que nos enchiam de MP3s e vírus, na mesma proporção. Com uma facilidade maior para baixar discos inteiros de uma vez, incorporei um novo hábito: escutar discos em mp3 antes de eles saírem em seus formatos físicos. Isso não chegava a ser uma novidade em 2005, mas ainda era um hábito pouco comum. Pense você que até então nós íamos as lojas para comprar um disco que escutaríamos pela vez. Exatamente por esta época 10 anos atrás, eu tive uma experiência forte com isso. Quatro bandas que eu gostava, ou acompanhava, lançaram discos em um período de quinze dias. Oasis, Coldplay, White Stripes e Foo Fighters lançaram singles, clipes e discos em um período bem próxi

Lembranças de um ano da Copa

Há um ano atrás eu confessor que fui dormir ansioso. O dia seguinte, 12 de junho, era o Dia dos Namorados, mas era o dia em que começava a Copa do Mundo. Poucas coisas no mundo podem ser mais legais do que uma Copa do Mundo. Menos ainda quando a Copa do Mundo é no seu país e sua cidade será sede dos jogos. É difícil explicar a excitação por assistir Camarões x México em uma tarde de sexta-feira e constatar que foi um jogo muito legal. Acompanhar as notícias sobre os jogos, os jogadores, o extra-campo. A ansiedade com o início da transmissão direto do estádio, os jogadores subindo para o aquecimento. A preparação para a entrada final, os jogadores no túnel. A música da FIFA, a entrada no gramado, os jogadores perfilados e o hino nacional. O hino nacional é um momento sublime da Copa do Mundo e vê-los cantados por seus torcedores é sensacional. As escalações, o apito inicial. Lembranças daquele 12 de junho, o gol contra do Marcelo, o pênalti fajuto sobre o Fred, mostrando que as cois

Agora sim, o último ato

Um ano atrás, após a eliminação espanhola na Copa do Mundo escrevi sobre o último ato da dupla Xavi e Iniesta, na melancólica derrota por 5x1 para a seleção holandesa. Ao que tudo indicava então, Xavi abandonaria a seleção espanhola e deixaria o Barcelona para entrar na história e em algum clube do mundo árabe. Lamentei que a última atuação da dupla fosse em um vexame, um triste fim para uma dupla que conquistou tudo o que poderia, uma das maiores da história do futebol. Mas, a história foi bondosa com Xavi e Iniesta. O camisa 6 permaneceu por mais um ano no Barcelona e ganhou uma nova oportunidade para um novo fim. Fim agora sim sacramentado, com a ida de Xavi para o Qatar e um belo fim com a conquista de uma nova tríplice coroa. Seria difícil saber qual foi a última tabela entre os dois, já que eles pouco atuaram juntos neste último ano. Com os dois avançando os trinta anos e com as condições físicas de Xavi se deteriorando, ele virou o reserva de Iniesta. Os dois não consegui

500 dias depois: Santa Cruz do Xingu

Para chegar em Santa Cruz do Xingu, você precisa passar por uma longa estrada de terra que a cada quilômetro fica pior. Bem, na verdade você tem a impressão de que se distância da civilização. No caminho, você cruza com mais tatus do que com outros carros. Almoçamos em um posto de gasolina no meio do nada, com aquela estranha sensação que temos quando encontramos pessoas no meio do nada. Nunca tenho coragem de comer carne nesses lugares. Acho que pode ser uma das vacas que eu vi pelo caminho. Quero ter uma relação profissional com minha comida, mas acho que fiquei impactado com a cena de um bezerro atropelado e uma vaca olhando o cadáver com uma dor materna. Pegamos um caminho errado e andamos por estradas secundárias, com a impressão de que a qualquer momento uma onça ou um índio invadiriam a pista. Santa Cruz tem menos de 2 mil habitantes. Uma rua principal asfaltada, cercada de muitas ruas de um barro úmido, impregnados pela escuridão.  Existem apenas dois hotéis na c