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Mostrando postagens de junho, 2018

O despertar francês e a entrega celeste

A vitória francesa contra a Argentina foi um tanto quando ambígua. Se por um lado, pela primeira vez os azuis mostraram futebol e deram uma amostra do que podem fazer quando tem espaço, somado ao fato de que uma vitória por 4x3 é sempre empolgante, por outro lado a França teve mais dificuldades do que deveria e em muitos momentos voltou a se mostrar uma equipe preguiçosa. Falta um instinto assassino para os franceses, que preferem muitas vezes sentar em cima da vantagem e não conseguem matar os jogos, levando o time a não ter o conforto necessário nos minutos finais. Mbappé fez uma partida histórica e se confirmou como o grande nome da atual seleção francesa. Infernizou a defesa argentina no começo do jogo e definiu a partida no segundo tempo. Parece jogar uma rotação acima do restante do elenco francês, por mais que Griezzmann tenha feito bom jogo hoje também. A Argentina conseguiu prolonga sua agonia ao máximo graças a sua dedicação. Di María fez uma grande partida e Messi não fo

Sobre o antijogo

Mesmo não sendo nada admirável, o que o Japão fez no final do jogo contra a Polônia é muito mais compreensível do que a atitude da Dinamarca contra a França. Os japoneses entraram em campo jogando por um empate para conseguir a sua improvável classificação. Levaram um gol em jogada de bola parada e se viram desclassificados. Após uma tentativa de ataque desordenada, veio o gol colombiano contra Senegal, que voltava a colocar os japoneses na fase seguinte. A partir de então os japoneses voltaram a se segurar no jogo e, nos minutos finais, tocaram a bola esperando que o mundo acabasse. Pode não ser admirável, mas há uma lógica. Imagina se os japoneses se lançam ao ataque e levam um segundo gol que os eliminaria? Hoje estaríamos comentando a inocência dos japoneses que estavam classificados e arriscaram tudo, quando poderiam ter segurado o jogo. Entraria para as anedotas do futebol. Claro, era uma vantagem frágil e os japoneses deram mais sorte do que juízo para se classificar. Mas,

O Passeio Alemão em Kazan

Quatro anos depois da narração de Galvão Bueno eternizar o passeio alemão contra o Brasil em Belo Horizonte, os germânicos voltaram a passear em campo enfrentando a Coreia do Sul em Kazan. Só que, se daquela vez o passeio retratava a facilidade encontrada em campo contra um adversário perdido, dessa vez o passeio mostra o descompromisso e a complacência alemã em campo. A missão parecia em tese fácil: derrotar a Coreia do Sul, de preferência por dois gols de vantagem para não depender de mais nada. Vale ressaltar que, apesar de ser considerada um eterno cachorro morto, os sul-coreanos não são atropelados em um jogo de copa desde que levaram 5x0 da Holanda em 1998. Desde lá venceram Polônia, Portugal e Itália (os dois em jogos polêmicos), empataram com a França em 2006 e com a Rússia em 2014. Goleada sofrida apenas para a Argentina em 2010, em jogo puxado que desandou em dois contra-ataques argentinos no fim da partida. Até por isso, a Alemanha deveria mostrar mais. O time europeu fo

Nem a Argentina sabe como sobreviveu

O primeiro tempo da Argentina mostrou como um time "fechado" e empolgado pode elevar seu nível. Dispostos a fazer o simples, os argentinos abriram o placar com Messi aproveitando ótimo passe de Banega. Depois a empolgação do vestiário passou e os nigerianos equilibraram o jogo. Na volta do intervalo, um pênalti meio forçado, colocou a Argentina em desespero e os nigerianos só não ampliaram o placar por falta de capricho. Acabaram penalizados com o gol de Rojo, da equipe que mostrou como a raça pode compensar uma série de deficiências técnicas e táticas. Há muitas explicações para a classificação argentina, mas nenhuma delas acaba por ser melhor que o acaso. Com um pouco de talento individual é claro. Última observação: para Meza continuar sendo escalado e colocado em campo, a única explicação possível é que ele esteja marcando oito gols por treino. Enquanto isso, a Islândia pressionava desornadamente um tranquilo time croata, mas faltava qualidade com os pés para aproveit

A Hora do Maluco

Foi o Luis Fernando Veríssimo, se eu não me engano, que cunhou essa expressão. Quando uma partida de futebol se encaminha para o fim, os jogadores estão cansados e tudo mais, acaba qualquer preparo físico, tático ou psicológico. Começa a hora do maluco. Jogada que fica ainda mais marcada, caso o treinador faça uma substituição ousada e coloque um maluco qualquer em campo, só para brigar, tentar fazer um gol em uma rebatida. O glorioso grupo B dessa Copa do Mundo foi definido dessa forma. Ao mesmo tempo em que Portugal sofria um gol de pênalti forçado do Irã, a Espanha empatava sua partida contra o Marrocos. Tanto o pênalti iraniano quanto o gol de Iago Aspas passaram por verificação do VAR e foram praticamente simultâneos, criando uma confusão de telinhas na casa do espectador. No fim das contas, tanto Portugal quanto a Espanha passaram por um sufoco danado, mas os dois avançam. Irã e Marrocos foram times bravos, mas se despediram. Talvez tivessem sorte se estivessem em outro grupo

As Maravilhas da Copa do Mundo

Muitas vezes, de onde menos se espera é que vem uma grande surpresa. Esse é o caso de Japão e Senegal, que fizeram neste domingo o grande jogo do qual não se esperava muito da edição 2018 do torneio. Só quem acompanha uma Copa sabe o que isso, o que é ser surpreendido por um Dinamarca x Camarões frenético em 2010, um Argélia x Coreia do Sul goleador em 2014 ou um Eslováquia x Paraguai histórico em 2002. O jogo disputado Ecaterimburg marcou um duelo claro de estilos. Senegal marcava muito forte e se aproveitava da força física para forçar jogadas sobre a desprotegida zaga japonesa. Os japoneses apostavam na velocidade para deixar o time senegalês, mais lento, para trás. Foi acima de tudo, um jogo de dois times que buscaram o resultado e fizeram um duelo franco. Senegal começou melhor, dando a impressão de que iria atropelar os japoneses. Que conseguiram equilibrar o jogo e empataram ainda no primeiro tempo. O Japão voltou melhor no segundo tempo e quando parecia mais perto de virar

O Rocky Balboa do futebol

Lá na época da Copa de 2010, escrevi no CH3 que a Alemanha é uma espécie de Rocky Balboa do futebol. O jogo para eles muitas vezes não é do quanto eles podem apanhar, mas do quanto conseguem bater. Foram vencedores nas copas que tiveram dois dos times mais espetaculares de todos os tempos, contra a Holanda em 74 e contra a Hungria em 54. Certo que as coisas mudaram já a partir daquele 2010, quando em alguns jogos a Alemanha se mostrou muito mais como um Ivan Drago enfrentando Apollo Creed. Mas, eles seguem sendo Rocky Balboa porque, quando parece que eles estão mortos, sabe-se lá de onde eles conseguem tirar forças e vencer. A Alemanha é aquele adversário que não dá para considerar morto, enquanto não estiverem enterrados (em alguns casos é bom esperar três dias para ver se não voltam). Todo esse imbróglio textual inicial para dizer que, mesmo jogando mau, com vários jogadores apagados, a Alemanha conseguiu de alguma maneira vencer a Suécia e de uma hora para outra passa de virtual

As loucuras da vida do Neymar

O fato é que o brasileiro não aprende. Nem o 7x1 da Alemanha na última Copa foi capaz de abalar a nossa síndrome de Pitbull, de achar que no futebol vamos massacrar todos os adversários pelo fato de sermos o Brasil, o pentacampeão, o hexa é nosso. Para a edição do Mundial da Rússia, foi criada a fábula do Menino Neymar, o nosso salvador que irá trazer a taça prometida. Por mais que traga um carga enorme de zoeira, toda essa narrativa tem seu ponto de verdade. E gera uma enorme pressão em cima do Ney da galera e seu choro no final da partida é um pouco parte disso. Há por outro lado, o fato de que Neymar não se ajuda. Não dá para der simpatia por ele. Na partida de hoje, ele foi uma peça nula. Desperdiçou uma chance na cara do goleiro, finalizou mal diversas jogadas e na melhor chance da partida preferiu cavar um pênalti ridículo. Isso sem contar as inúmeras bolas perdidas e uma irritação desmedida que poderia ter gerado até um cartão vermelho, se o juiz fosse de campeonato brasileiro

Até onde vai a Rússia?

Não dá para negar, eu também esperava que a seleção russa teria dificuldades na Copa do Mundo. Teria chances de passar porque o grupo era fraco, mas poderia se enrolar ali diante do Egito, vai saber como seria a Arábia Saudita. Estreou muito bem contra os sauditas, mas a maior impressão da estreia foi a ruindade dos árabes. Contra os egípcios, o desafio seria maior e os russos novamente se saíram bem. O primeiro tempo foi fraco, mas um azar/ruindade do capitão Ahmed Fathi abriu o placar para os russos no início da segunda etapa. Na sequência, os donos da casa mataram o jogo antes dos 20 minutos. Seis pontos garantidos e uma vaga quase garantida, consolidada no dia seguinte. Os russos não são espetaculares, mas surpreenderam. Cheryshev e Golovin estão jogando bem, além de Dzyuba se mostrando um ótimo finalizador. Destaque também para a consistente dupla de volantes, Zobin e Gazinsky, além de Mário Fernandes, o melhor lateral direito da copa até o momento. Contra os uruguaios, o ma

Um meio termo para a Bélgica

Desde que Hazard passou a fazer sucesso no Chelsea, escorado por outros nomes como Fellaini, Mirallas e Kompany, o mundo passou a olhar para a ótima geração belga. O hype explodiu de vez quando De Bruyne começou a acumular assistências no Wolfsburg e foi vendido para o Manchester City, onde virou o melhor jogador do time e do campeonato inglês. Como sempre, uma coisa não exclui a outra: a Bélgica tem um punhado de bons jogadores. Lukaku é centroavante eficiente, os já citados Hazard e De Bruyne podem desequilibrar, Mertens é ótimo finalizador e se movimenta muito, Courtois é ótimo goleiro e a zaga é eficiente. No papel é um time bom. Mas, que foi superestimado, porque é uma equipe muito melhor no FIFA do que na vida real. Com Roberto Martínez no comando, a ótima geração belga tenta pela primeira vez justificar o glamour em campo. A estreia contra o Panamá mostrou o quão bom o time belga pode ser, mas o quanto não devemos esperar que ele seja uma máquina avassaladora. Começo forte e

Cielito Lindo

Não tenho dúvidas de que o último domingo foi o maior dia da história mexicana e que Hirving Lozano deve ganhar estátuas em praça pública, virar nome de avenidas e aeroportos. O México conseguiu uma vitória redentora contra um gigante mundial, uma vitória libertadora, dessas que não acontecem todo dia para os países que, como a moda diz, não estão na principal prateleira do futebol mundial. Juan Carlos Osorio armou seu time para marcar com força e aproveitar o latifúndio deixado nas costas do lateral Kimmich. Lozano se esbaldou por ali e o México não teve um primeiro tempo mais proveitoso por conta das decisões erradas tomadas pro Chicharito Hernández. Para piorar a vida alemã a dupla de zaga pareceu mais pesada do que o costume e alguns jogadores mostraram que não há milagre: temporadas ruins não costumam a ser resolvidas por milagre na Copa. Thomas Muller, Mesut Ozil e Sami Khedira fizeram partidas bem apagadas. Joachim Low deveria olhar com carinho para Gundogan no banco. De p

O Drama do Peru na tarde que poderia ser eterna

Não dá para imaginar o que é ficar 36 anos fora de uma Copa do Mundo, para um país que adora o futebol. É uma espécie de carência geracional, em que qualquer peruano com menos de 40 anos jamais havia acompanhado o principal torneio do planeta torcendo por sua seleção. Também não dá para imaginar o que é o reencontro, essa sensação parecida com a ressurreição, de voltar a existir no momento em que seu hino passa a ser executado para todo o planeta. Melhor ainda seria apenas o reencontro com o gol, esse momento transcendental. E como os peruanos tentaram. O pênalti perdido ridiculamente por Cueva foi a terceira boa oportunidade peruana na partida, depois de boa finalização de Carillo e chute bloqueado de Farfán. O segundo tempo seguiu na mesma toada, com Guerrero quase fazendo de calcanhar, a bola passando de um lado para o outro e uma série de decisões erradas na grande área. Do outro lado, a Dinamarca chegou bem menos ao ataque, mas foi letal quando esteve lá. Falha de posicionamen

Portugal e Espanha para a história

Havia quase a certeza de que Cristiano Ronaldo acertaria aquela falta no fim da partida. Porque era o dia dele, o dia de escrever seu nome na história das Copas com uma atuação inesquecível. Sim, Cristiano Ronaldo fez uma partida para ser lembrada em qualquer retrospectiva do  torneio que for feita daqui em diante, roubou a cena em um jogo inesquecível. Começou com Portugal na frente do placar, em pênalti cavado e convertido pelo camisa 7. Portugal aproveitou o embalo e mostrou um ponto fraco da Espanha, o mesmo que fez Robben se consagrar quatro anos atrás na Fonte Nova: recomposição lenta. Em dois contra-ataques, Gonçalo Guedes tomou decisões erradas que podem ter custado uma vitória portuguesa. Mas, quando a Espanha se encontrou com Iniesta sendo o maestro de sempre e Isco se movimentando muito, foi impressionante. Começou a empilhar chances até Diego Costa empatar em um gol que misturou rúgbi e futebol - ou, o melhor estilo Diego Costa. Depois Iniesta tirou tinta da tarde e

Estatísticas dos Times da Copa

Número de convocações, ou o reino da Concacaf A lista das seleções cujos jogadores somam mais partidas por suas seleções nacionais é um reino da Concacaf. Também pudera, os centro-americanos disputam centenas de torneios (incluindo duas Copas Ouros entre mundiais). As cinco seleções mais experientes são: 1) México 1416 partidas 2) Panamá 1330 partidas 3) Costa Rica 1163 partidas 4) Bélgica 1024 partidas 5) Japão 1003 partidas Por outro lado, estas são as cinco seleções cujos jogadores tem menos experiência internacional: 1) Tunísia 448 partidas 2) Inglaterra 465 partidas 3) Marrocos 536 partidas 4) Nigéria 573 partidas 5) Sérvia 580 partidas Uma grande presença de africanos - continente com as eliminatórias mais curtas - e dois europeus com elencos jovens. O Brasil ocupa a 12ª colocação na metade mais inexperiente da tabela. Na primeira fase, Tunísia e Inglaterra farão um jogo com apenas 963 partidas internacionais em campo. Por outro lado, Panamá e

Estatísticas individuais da Copa

Os 10 jogadores que mais defenderam suas seleções: *Estatísticas compiladas antes dos amistosos de fim de semana 1) Essam El-Hadary, do Egito com 157 jogos 2) Sergio Ramos, da Espanha, com 151 jogos 3) Cristiano Ronaldo, de Portugal, com 149 jogos 4) Rafael Márquez, do México, com 144 jogos 4) Andrés Guardado, do México, com 144 jogos 6) Javier Mascherano, da Argentina, com 143 jogos 6) Gabriel Gómez, do Panamá, com 143 jogos 8) Osama Hawsawi , da Arábia Saudita, com 134 jogos 9) Taisir Al-Jassim, da Arábia Saudita, com 131 jogos 10) Jaime Penedo, do Panamá, com 130 jogos Na lista dos 50 jogadores com mais jogos, o Panamá tem 7 nomes e o Uruguai tem 6. Nenhum brasileiro. Os 10 jogadores com mais gols pela sua seleção 1) Cristiano Ronaldo, de Portugal, marcou 81 gols 2) Lionel Messi, da Argentina, marcou 64 gol 3) Neymar, do Brasil, marcou 54 gols 4) Robert Lewandowski, da Polônia, marcou 52 gols 5) Luis Suárez, do Uruguai, marcou 50 gols 5) Tim Cahill, da Aust