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Mostrando postagens de janeiro, 2013

O vai e vem da reputação (com Jack White)

Blunderbuss, a estreia solo de Jack White, é um bom disco, não tenho dúvidas. Escutei ele sem me prender em nenhuma canção específica que fosse excepcional, mas todas as músicas eram boas, não havia nenhuma ruim. Mesmo assim, analisando friamente, Blunderbuss não é melhor do que mais da metade dos discos em que Jack White esteve presente ao longo de sua carreira. É melhor que os dois discos do Dead Weather. Não é melhor que os dois discos dos Raconteurs, talvez esteja no nível do primeiro, Broken Boy Soldiers. E em relação ao White Stripes, não é melhor que Elephant e White Blood Cells, briga ali com Icky Thump e De Stijl, e só é superior ao disco de estreia e ao Get Behind me Satan. Mesmo assim, Blunderbuss marca um fato novo na carreira de Jack White. É o seu primeiro trabalho que ocupa o topo de várias listas de melhores discos do ano. Ok, para não ser injusto, a estreia dos Raconteurs também brigou pelo topo em algumas listas e White Blood Cells esteve sempre bem posicionado, a

Celular em Casa

Eu mal uso meu celular. Tenho o mesmo número há 9 anos e o mesmo modelo há incríveis dois anos, nesse mundo em que as pessoas trocam de celular mensalmente. Meu celular não tem acesso à internet e permite basicamente falar, ser acordado, utilizar um cronometro, uma outra nota. Se quero enviar uma mensagem utilizando a palavra "bacana" tenho que apertar o 2 inúmeras vezes com intermináveis intervalos de espera até que a letra se consolide. Passo dias, às vezes meses sem receber um telefonema. Minha namorada me liga, minha mãe me liga eventualmente, meu pai, de vez em quando algum parente, além dos telemarketings habituais e os enganos ocasionais. Não corro o risco de sofrer uma ligação importante, urgente. Em outras palavras, eu sobreviveria bem sem o meu celular. Mesmo assim, quando já estava na metade do caminho para o trabalho hoje, sinto meu bolso vazio e percebo que havia esquecido o celular em casa. Fui tomado por um pânico momentâneo. "E se me ligam? E se e

O Sono Vai

Minha hora mais criativa é antes de dormir. Quando o sono começa a chegar e minha mente relaxa e eu começo a ter as mais variadas ideias. Começo a elaborar textos completos que fluem perfeitamente na minha cabeça. Mas o sono é mais forte e eu acabo indo dormir, sem nem sequer ter tentado escrever algo, torcendo para que a inspiração permaneça no dia seguinte. No entanto, quando eu acordo, ou, quando realmente desperto e estou apto a tomar qualquer atitude, a inspiração já se foi e muitas vezes mal consigo lembrar no que eu estava pensando. Acontece todos os dias. Este texto mesmo, estes pensamentos surgiram enquanto eu estava na cama e refletia sobre isso. No dia seguinte só me resta tropeçar nas palavras e no que resta do meu pensamento truncado da noite anterior.

Poor devil

No começo deste ano, a história de um jovem de 15 anos ganhou destaque na imprensa nacional. O estudante T.D.S. foi aprovado via Enem para cursar medicina na Universidade Federal do Ceará ainda estudando o 1º ano do Ensino Médio. Ele obteve permissão do Conselho de Educação local para entrar na faculdade, antes de completar o restante do Ensino Médio. Os jornais celebraram o feito, realmente um feito, uma vez que tantos estudantes demoram anos até conseguir ingressar em um curso de medicina de universidade pública. Sua rotina de estudos foi mostrada, T. foi mostrado como um gênio, um exemplo a ser seguido. Quando sua permissão para entrar na faculdade foi concedida, o estudante disse que pulou de alegria. A psicóloga de seu colégio alertou que a mudança poderia gerar um prejuízo a sua vida social, mas ele comemorou que irá ganhar dois anos em sua vida profissional. Eu apenas lamento. Lamento que T.D.S. irá queimar uma das principais etapas da sua vida, que não irá viver todas as

Andei Escutando (41)

Joni Mitchell – Hejira (1976): Um disco tranquilo e sem alarmes falsos, Amélia. Melhores: Blue Motel Room e Amelia. Love – Reel to Real (1974): Porque Arthur Lee resolveu lançar este disco? O Love deixa toda a sua beleza de lado e investe em uma sonoridade cheia de suingue, como se fosse a trilha sonora de um daqueles filmes sobre negros dos anos 70. Melhores: Singing Cowboy e You Said You Would . Matthew Sweet – In Reverse (1999): Matthew Sweet parece ser uma boa pessoa, que se esforça muito para fazer grandes músicas. Sempre consegue boas melodias mas tem pouca emoção. Melhores: Trade Places e If Time Permits . Moby Grape – Wow (1968): Algumas faixas traduzem o melhor do rock psicodélico dos anos 60, com suas melodias orquestradas. Outras, são experimentações desnecessárias. Melhores : He e Miller’s Blue . Nick Lowe – Jesus of Cool (1978): Nick Lowe quase faz um grande disco. Sua área de trabalho é confortável, ele sempre traz melodias muito boas, mas que fa