Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de março, 2016

Cruyff

O ano, se eu não me engano, era 1999. A revista placar publicou uma série de edições especiais e uma delas continha a sempre pretensiosa e polêmica listagem: os 100 maiores jogadores de todos os tempos. Como era uma espécie de consenso naqueles tempos, Pelé aparecia em primeiro lugar e Maradona em segundo. A partir daí é que a polêmica sempre aumentava e o terceiro lugar era ocupado por Johan Cruyff. Lembro de ter ficado fascinado com aquele holandês magrelo que na foto aparecia sentado sobre a bola, envergando a diferente, mas sempre bela camisa do Ajax. Magro, cabelos longos, parecia até um pouco desengonçado. Não parecia um atleta. O texto colaborava com essa impressão. Cruyff era filho de uma faxineira do clube e passou a treinar futebol por incentivo da mãe, para ver se ele conseguia superar uma má-formação em seus pés. Johan também fumava de maneira alucinada, incluindo um cigarro no intervalo dos jogos. Mesmo assim era o terceiro maior jogador da história. Poucos jogadores

Leicester rumo ao improvável

Neste momento a humanidade inteira pode ser dividida em dois grupos: de um lado estão aqueles que torcem para que o Leicester FC seja o campeão inglês desta temporada. Do outro lado estão as pessoas ruins, sem coração, pessoas desprezíveis que não merecem nenhuma felicidade na vida. Nesses meus 28 anos de vida eu nunca vi nada parecido com o que o Leicester vem fazendo na atual temporada e imagino que algumas outras pessoas mais velhas jamais tenham visto. No futebol existem zebras, é claro, mas não vejo nenhuma que se compare ao que o time azul do norte de Londres está fazendo. O Blackburn foi campeão inglês em 1995. Mas o Blackburn recebeu um grande investimento, tinha Alan Shearer no comando de ataque, Kenny Dalglish no banco de reservas, e vinha realizando boas campanhas no campeonato inglês. Derby County, Ipswich, Burnley, vários outros times menores foram campeões nos anos 60 e 70, mas eram tempos diferentes, o campeonato inglês não era milionário e sempre foi marcado pelo eq

Mercedes: o maior domínio da história?

Muitas temporadas da história da Fórmula 1 ficaram marcadas pelo domínio absoluto de uma equipe sobre as adversárias. Mas, ao que tudo indica, a Mercedes atual está prestes a estabelecer o maior domínio que uma equipe conseguiu exercer ao longo da história da categoria. A equipe e seus dois pilotos, Lewis Hamilton e Nico Rosberg, partem para o terceiro ano seguido conquistando a dobradinha no campeonato, o que seria um fato inédito. Mas há mais razões para afirmar que esse seria o maior domínio da história. Vamos a eles. Foi só a partir dos anos 70 em que a Fórmula 1 passou a adotar o padrão de dois carros por equipe. Desde então é possível lembrar de alguns carros históricos, algumas grandes equipes, mas nenhuma delas conseguiu fazer o que a Mercedes faz agora. Recentemente, a Red Bull conquistou quatro títulos seguidos com Sebastian Vettel. Dois títulos foram conquistados no sufoco da última corrida e dois foram bem fáceis, com ampla superioridade e recorde de vitórias, em 201

Antologia de George Martin

Anthology, o documentário dos Beatles, é um dos poucos DVDs que eu assisti mais de uma vez na minha vida. Todos os cinco DVDs duplos. Gosto da maneira como a narrativa é construída, das imagens raras, do material conseguido para a montagem e, claro, o assunto é a minha banda favorita em todos os tempos. Mas se o documentário fosse ruim, dificilmente teria me dado ao trabalho de assistir novamente. As primeiras partes mostram um olhar nostálgico para os primeiros dias dos seus integrantes e para os primeiros passos do conjunto. Os shows em bares em Liverpool e em Hamburgo, as viagens em um furgão quando a fama começou a chegar, o espanto com essa fama, com o fato de tocar no Paladium. Histórias de garotos legais, vivendo uma vida que nunca imaginaram que viveriam. Mas há uma parte especial no documentário que é justamente a que retrata o período mais fértil dos Beatles, que começou em 1965. As histórias hilárias e assustadoras sobre as primeiras experiências com as drogas e o proces

Mamonas Assassinas, um fenômeno em nossas vidas

Não me lembrava a data exata, mas as efemérides me lembram que foi em um dia 02 de março, um sábado. Dia em que a TV estava ligada na Globo de manhã, como costumava a estar em todos os sábados para assistir algum desenho ou alguma programação esportiva, quando veio a terrível música do plantão: um acidente na Serra da Cantareira com um avião, onde provavelmente estavam os integrantes da banda Mamonas Assassinas. A certeza foi quase imediata de que eles haviam morrido e realmente, é difícil ter sobreviventes em um acidente de avião. Os dias seguintes foram de comoção com a exibição do vídeo do tecladista, que dois dias antes do acidente sonhou com a morte em um acidente de avião, reportagens especiais em todos os canais de TV tentando explicar o acidente, para muitos inexplicáveis (estaria o Dinho no comando da aeronave? Me lembro dos relatos sobre as imagens dos corpos vistas por especialistas da terceira série). Os Mamonas Assassinas foram provavelmente a banda com a carreira m