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Mostrando postagens de setembro, 2018

A narrativa de uma realidade paralela

Liguei a TV ontem exatamente às 20h05, para ver como seria a cobertura política do Jornal Nacional sobre as manifestações do dia. Estava 10 minutos atrasado em relação ao início do jornal e, assim, acredito que perdi o que foi mostrado sobre o #EleNão. Sintonizei a Globo no momento em que começava uma matéria sobre a volta de Bolsonaro para casa em um voo que teve xingamentos e gritos de apoio. Logo depois, o jornal mostrou as manifestações, em sua maioria carreatas, feitas em apoio ao presidenciável do PSL. Pessoas de verde e amarelo em Copacabana, buzinaço em Teresina, Joinville, Divinópolis, 16 cidades no total. Uma delas, no interior de São Paulo, contou com a presença de um dos filhos do capitão. Bolsonaro ainda foi entrevistado dentro do avião e repetiu que, pelo o que vê nas ruas, não aceitará outro resultado que não seja sua vitória em PRIMEIRO TURNO. Falou sobre fraude nas urnas. Houve tempo ainda para uma matéria com a ex-mulher do candidato, antes do início da cobertura

Mudança de Estratégia

Feliz é o candidato que consegue manter o seu discurso durante toda a campanha. Antes das eleições, a equipe de cada candidato traça uma estratégia, sobre a imagem pública que ele quer passar, o discurso que ele vai manter durante a campanha para conquistar, se não o coração, pelo menos o voto do eleitor. E lá se vão as pesquisas qualitativas, os publicitários e coordenadores em busca das palavras-chaves para se comunicar com o cidadão. Dessa forma, tanto a candidatura do PT quanto a do Bolsonaro não foram desconstruídas pelo decorrer dos fatos ou dos adversários. Desde o começo, o PT estava aí para fazer o Brasil feliz de novo, apostando na percepção de parte da população que as coisas estavam melhores antes. O mesmo ocorre com o Bolsonaro, que sempre foi a candidatura da defesa do país contra a ameaça comunista (?), contra tudo o que está aí, e pela preservação dos valores conservadores. Em ambos os casos, são narrativas que estão sendo construídas há algum tempo. Desde que Bol

As dúvidas de Alckmin

Aos poucos, Geraldo Alckmin foi se convertendo no candidato do PSDB para as eleições presidenciais de 2018. Sua re-eleição em primeiro turno para o Governo de São Paulo colocou seu nome no páreo e então, foi só esperar a profecia de Jucá ser cumprida (Aécio será o primeiro a ser comido) para que o nome de Geraldo fosse ungido para a disputa. Ser o candidato do PSDB à Presidência é um ótimo negócio. Desde 1994 os tucanos estiveram juntos com o PT nas duas primeiras posições da disputa. Na eleição do Brasil mais dividido desde a redemocratização e com Lula preso, ser o candidato do PSDB parecia ser o passaporte garantido para o segundo turno, onde tudo pode acontecer. De fato, o caminho parecia traçado dois anos atrás, quando Alckmin chegou a liderar a campanha. Só que tudo se perdeu. Os seus aliados dizem que ele tem a convicção de que no fim tudo vai dar certo (para ele). Mas o fato é que falando um mês para as eleições, ele não consegue chegar aos dois dígitos nas pesquisas de int

A Migração dos votos do Lula

Ao que tudo indica, em breve a candidatura do Lula vai ser definitivamente indeferida e o PT vai ter que oficialmente lançar o plano Haddad. Sem o líder das pesquisas e que tinha chances inclusive de vencer no primeiro turno, o PT vai tentar consolidar o milagre da transferência dos votos. Mas, por enquanto, como os votos do Lula estão sendo transferidos? Recentemente o Ibope concluiu sua primeira rodada de pesquisas de opinião em todos os 27 estados brasileiros. Cruzando os dados estaduais a partir do número de eleitores em cada estados, teríamos Lula com um número total de 54.720.080 votos, ou 46,06% do total. Para o segundo turno os votos migrariam da seguinte forma: Marina receberia 17,43% dos votos do Lula. Ciro Gomes receberia 12,6% Haddad receberia 9,6% Alckmin receberia 6,74% Bolsonaro receberia 6,62% Álvaro Dias receberia 2,8% João Goulart Filho receberia 1,38% Meirelles receberia 1,12% Boulos receberia 1,10% Eymael receberia 0,91% Daciolo receberia 0,39% Prof