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Mostrando postagens de janeiro, 2017

Aberto Retrô da Austrália

No começo, o Australian Open pareceu um tanto quanto decepcionante. Afinal, o fim do último ano deu a indicar que adentraríamos finalmente na época Murray/Djokovic de rivalidade no tênis e os primeiros dias em Melbourne derrubaram tudo. Um apagado Djokovic foi eliminado por Istomin logo na segunda rodada e até agora não dá pra entender como Murray foi atropelado pelo saque-voleio de Mischa Zverev. Na chave feminina, em menor grau, a situação era parecida. Angelique Kerber a nova número 1 fez um campeonato apagado e foi eliminada sem brilho. Halep, Muguruza, nenhuma das candidatas a novas estrelas do circuito conseguiu ir longe. Apenas a interminável Serena Williams seguia em frente. Demorou um tempo até percebermos que este Australian Open foi uma espécie de janela temporal para o passado. Que era um evento destino a nostalgia dos grandes confrontos. Foi apenas quando Venus Williams, navegando por uma chave relativamente tranquila  se colocou na semifinal que todos percebemos qu

Vivendo na Pós-Verdade

Tenho que dizer que estou obcecado com o termo "pós-verdade". Desde que a pós-verdade se popularizou, ao ser escolhida palavra do ano pelo dicionário Oxford, não consigo parar de pensar sobre suas implicações para o mundo atual e para a minha profissão. Colabora para isso que Donald Trump seja o presidente dos Estados Unidos, reforçando toda a força e significância da palavra. Pode parecer em um primeiro momento que seja um daqueles termos empostados que não significam nada, mas tenho cada vez mais tempo que vivemos na era da pós-verdade. "Um adjetivo que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. Esta seria a pós-verdade. Quando a versão é mais importante do que o fato. Estão aí as redes sociais, o Facebook e o Whatsapp, com as pessoas compartilhando centenas de informações falsas, baseadas na falha crença de "se está na internet, deve ser verda

Barack Obama: Sentiremos Falta

A partir desta sexta-feira, Donald Trump será o novo presidente dos Estados Unidos. Por trás de toda a loucura que nos espera, de todas as dúvidas sobre o futuro da humanidade e questões afins, minha única certeza é que sentiremos falta de Barack Obama. O primeiro presidente negro norte-americano assumiu seu mandado rodeado por esperança, após os terríveis anos de George W. Bush. É certo dizer que Obama cometeu erros, que não fez coisas que se esperava que ele fizesse, assim como todo e qualquer cidadão que assume um cargo executivo. Mas o principal legado deixado pelo futuro ex-presidente é o bom senso. Quem foi um adolescentes no começo dos anos 2000, como eu, lembra a imagem que os EUA passavam para o mundo. Era um clichê odiar o país que investia em conflitos bélicos na Ásia, com seus presidente com déficit intelectual e sua política internacional agressiva. Chegou a um ponto em que era quase compreensível entender a Al Qaeda. Obama mudou essa imagem e hoje os EUA não são mai

Bernardinho

Bernardinho era o louco que dirigia a seleção feminina de vôlei. Não era tão louco quanto o cara que dirigia a Rússia, que babava e cuspia, chegava quase a agredir fisicamente as suas jogadoras - coitadas, que tinham sempre uma cara de choro contido. Ninguém duvidava porém das qualidades de Bernardinho naquela seleção feminina. Conquistou duas medalhas de bronze, em Olimpíadas nas quais a equipe masculina havia parado nas quartas-de-final. Fez campanhas brilhantes nas duas competições, tendo apenas um porém: a brilhante geração cubana, tricampeã olímpica, algoz brasileira nas duas semifinais. As derrotas foram em jogos épicos, disputados, derrotas muito doloridas. Não dava pra tirar o mérito, apesar de nossa cultura de destruição dos não vencedores. Mesmo assim, houve alguma polêmica quando Bernardo Rezende foi escolhido como novo treinador da seleção masculina. Ele nunca havia trabalhado com os homens. As meninas queriam que ele continuasse com elas. Treinadores masculinos se sent

Planos para o ano novo

Sempre que um ano novo se aproxima eu penso comigo: um ano novo uma boa época para começar um plano de longo prazo. Não falo de perder peso, fazer exercício, parar de usar drogas lícitas ou ilícitas, ou esses clichês resolutivos do ano novo. Penso naquelas pessoas que durante um ano tiram uma foto de uma mesma coisa. Uma foto da sua cama, do seu café da manhã, do seu almoço. De uma árvore, sei lá. Ao final do ano será possível comparar as mudanças proporcionadas pelos 365 dias do ano. Não sei porque, esse tipo de projeto sempre me fascinou e toda vez que o fim do ano se aproxima, eu penso que poderia fazer algo assim. Só que o problema é que eu não sei exatamente o quê fazer, não defino um plano uma meta, não há nada que eu não ache extremamente ridículo. Assim sendo, quando vou ver, o dia 1º de janeiro já acabou e eu lembro que gostaria de ter feito isso, mas que agora já é tarde demais, já estou na cama dormindo e terei que esperar o próximo ano, quando provavelmente irei esque