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Mostrando postagens de novembro, 2014

500 dias depois: Simulado contra desastres

(Talvez inspirada pela última crônica do Antônio Prata, começo essa nova série: "500 dias depois". Textos que mostram uma visão diferente sobre fatos que presenciei, mas que minha situação profissional me impedem de publicá-los imediatamente. Resolvi escrever esses textos e submetê-los a uma quarentena de 500 dias, até que eles vejam a luz do dia). A previsão era de que o Simulado contra desastres iria começar às 8h em ponto. Quando cheguei até o local, pontualmente atrasado em dois minutos, esperei que já veria pessoas correndo de um lado para o outro, fugindo da enchente imaginária que iria se abater sobre a Cohab São Gonçalo. Engano meu. Meus dois minutos atrasados foram suficientes para encontrar algumas pessoas sentadas sob uma tenda e alguns militares montando outras barracas. O pessoal da Defesa Civil chegou cinco minutos mais tarde. Sob um sol escaldante, começaram a organizar a tragédia. Já havia alguns representantes da imprensa no local, todos chegando por volt

Bernie Ecclestone e o seu umbigo

Não há como negar que a Fórmula 1 passa por uma crise. Crise de público, de audiência, crise financeira de equipes que cada vez mais sofrem para conseguir se manter disputando a temporada. O único que tenta negar isso é Bernie Ecclestone, o todo poderoso da categoria. Em entrevista recente para a imprensa alemã, Ecclestone disse que não via sentido em investir em jovens, porque os produtos que ele vende são para os mais velhos. Disse que não liga para as redes sociais, que a Fórmula 1 não precisa delas, assim como não precisa das equipes pequenas. Não há como negar que Bernie é o responsável por transformar a categoria na fábrica de dinheiro que ela é. Aliás, acho que inclusive, ele próprio é quem mais ganhou dinheiro nessa história. Só que sua visão não acompanha as mudanças do mundo e vai acabar por afundar a F1. Ao não investir na formação de um público novo, a tendência é a audiência só diminua, até o dia em que ela desaparecerá. E para trabalhar com esse novo público, é prec

A revolta dos cupins

Há um dia que se repete todo ano em Cuiabá. Talvez se repita em outra cidade de Mato Grosso, do Brasil, ou do mundo. Talvez no mundo inteiro exista esse dia. Não exatamente no mesmo dia cronológico, mas nos acontecimentos que acontecem ele. O dia é assim: amanhece nublado, depois de um longo período de calor. As nuvens cinzas e escuras se instalam sobre a cidade e logo começam a cair. Cai uma chuva de intensidade diferente ao longo do dia, deve ser assim que funciona em Londres. E então surgem os cupins. Eles começam a voar desvairadamente e desrespeitosamente pelo céu da cidade, batendo na cara das pessoas, nos carros, se afogando em poças d'água, piscinas e lagos. Você olhará pelo chão e verá uma pilha de asas de cupins que foram por aí. Todo ano esse dia acontece uma vez. Não sei quando. Tenho impressão de que às vezes é no fim do ano, mas talvez já tenha acontecido no começo, ou no meio. O fato é que sempre acontece. Todo ano acontece um ataque de cupins.

Uma certa decepção com o Silva

A primeira vez que eu ouvi falar em Silva, foi em meados de 2012, quando fui assistir um show dos Los Hermanos em Brasília. Alguém cantarolou um trecho de uma música e eu não dei a mínima, esses cantores com um nome só - como Cícero - me dão a impressão de fazer aquele sambinha indie indecente, ou um pop cafona com ares grandiloquentes. Um tempo depois, ele apareceu ao público com o clipe da música A Visita . E que grande música. Um pop perfeito, o violino no melhor estilo Stéphane Grappelli, a batida gostosa e uma letra interessante. O clipe bem feito completava o jogo. Baixei o seu EP e não há como negar que foi estranho. Não havia nenhuma música como A Visita naquelas cinco músicas. Era um disco, em boa parte, eletrônico. Mesmo susto quando ele lançou Claridão , seu primeiro disco. As batidas eletrônicas, sua voz que não chega a ser brilhante, letras no meio termo entre o inteligente e o pueril. Mas nada como A Visita . A culpa não chega a ser dele, é claro. Em suas entrevist