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Mostrando postagens de julho, 2011

Cielo

Nunca tive dúvidas de que César Cielo conseguiria se recuperar esportivamente. Já ganhou uma prova no Mundial de natação e imagino que ganhará outras duas. Talvez perca uma, mas sua presença no pódio é garantida. A grande dúvida a respeito da carreira de Cielo, é se ele vai recuperar a sua imagem. Está arranhada sem dúvida. Cielo deixou de ser um garoto que se emocionava no pódio, para ganhar a imagem de um esportista sujo. Sempre que Cielo ganhar uma medalha, todos olharão com desconfiança. Nesse mundial, todos o olharão pensando que ele não deveria estar ali. E de fato, Cielo não devia. Pode ser que seu doping tenha sido um acidente, realmente. Acontece que inúmeros outros atletas passaram por situações semelhantes, comprovaram a não intenção de ganhar vantagem esportiva, que não ganharam essa vantagem. Mas, foram igualmente punidos. Não digo que Cielo deveria ser banido, punido por dois anos. Mas, alguma punição deveria acontecer. A punição talvez não limpasse a sua imagem. Mas, pre

Montevideo

Quando se caminha por Montevidéu, a impressão é que você voltou no tempo. Andar em Montevidéu, com seus prédios antigos e bem conservados, é como andar nos anos 50. Observando os carros antigos, bem antigos que passam. É como se o espírito uruguaio continuasse preso aos seus anos de glórias. Glórias que, glórias? Se elas existem eu não sei, mas é sempre bom imaginar que elas existiram. Passado presente nas inúmeras feiras de antiguidade, colocadas em suas praças frescas e arborizadas. De um povo que aprecia o preparo de uma carne, como quem esculpe uma estátua. Que gosta de bons vinhos e peixes, com preços acessíveis. Uma cidade horizontal, em que os prédios não ultrapassam os quatro andares. Uma cidade de vento, e como venta a beira do mar, que chamam de rio. Se essas glórias eram passadas, agora podem ser presentes. O time uruguaio que conquistou a Copa América é de orgulhar. Já havia feito uma campanha emocionante na Copa do Mundo e consagrou uma geração no torneio continental. Os u

Auro Ida

A morte de Auro Ida me chocou de uma maneira diferente. Eu não o conhecia. Ou melhor, quase não o conheci. Na noite de quinta-feira eu fui ao cinema, no shopping 3 Américas. Passando em frente a rampa da Livraria Janina, minha namorada cumprimentou um homem. Pele queimada, cabelos cheios e grisalhos, japonês de camisa vermelha. Um japonês grande, para os padrões japoneses. Conversam sobre amenidades da profissão jornalística. E então, ela me apresenta. Cumprimento também o japonês. Ele também apresenta a jovem de cabelos pintados de loiro ao seu lado, a sua namorada. Estavam juntos de outro menino, que devia ter uns 14 anos. Seguimos em frente, após a breve conversa. Pergunto a minha namorada quem ele era. Ela diz que era o Auro Ida. Em um primeiro momento, entendi Auro William. Explica que é um jornalista, desses jornalistas das antigas, já trabalhou na Gazeta, já foi secretário de comunicação da prefeitura de Cuiabá. O ingresso para o cinema foi comprado as 20h52. Creio que encontrei

Mosquinhas de banheiro

Quando eu era criança, adorava matar mosquinhas de banheiro. Essas moscas exóticas, que até parecem um coração. Matava várias. Umas 10, 20, 30, em um único dia. Acho que matei tantas, que elas desapareceram. Do nada. Matá-las era fácil. Elas não ofereciam resistência. Não era preciso muita coisa para poder esmagá-las contra a parede. Vez por outra aparece uma, perdida, mosquinha no meu banheiro. Tento matá-la e é mais difícil. Elas estão mais rápidas. Escapam. Lutam pela vida. Será que eu não sou mais o mesmo? Será que não se fazem mais mosquinhas como antigamente? Ou será que Darwin me manda um recado enquanto eu tomo banho?

A manhã e a tarde

A manhã tem um sol cristalino, branco em céu azul límpido. A tarde tem um sol opaco, em um céu alaranjado. As sombras se põe de lados diferentes. A sombra da manhã é refrescante e a da tarde parece perdida num ambiente homogêneo de calor. A manhã queima os olhos e a pele. A tarde parece te derreter.

Andei Escutando (23)

Band of Skulls – Baby Darling Doll Face Honey (2009): Muitas bandas fazem músicas perfeitas que não tem nenhuma emoção. Não é o caso desse grupo, que tem um par de canções fracas, mas que transpiram energia e vibração. O resultado acaba sendo positivo, com canções que grudam na cabeça. Melhores: Fires e Death by Diamond and Pearls . Love (1966): O disco de estréia do Love é algo na linha do folk/rock dos Byrds. Bem longe de Forever Changes e seus arranjos de cordas, instrumentos de sopro, música cigana, fanfarras e o que mais a mente humana conseguir imaginar. Melhores: My flash on you e Colored Balls Falling . Pernice Brothers – Yours, Mine & Ours (2003): Um disco simpático, com uma audição agradável, meio melancólico, mas que não se destaca. Melhores: Waiting for the Universe e The Weakest shade of Blue . R.E.M. – Reckoning (1984): O R.E.M. nunca fez muito a minha cabeça, apesar de ter bons discos. Só continuo achando interessante que a melhor banda dos anos 80 tenha la