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Mostrando postagens de abril, 2013

O medo nas estradas

Tatiana era a menina mais alta da 3ª Série. Nessa época em que as meninas crescem mais rápido e algumas acabam se destacando. A menina mais alta da turma costuma a ser uma figura caricata, meio abobada, tira notas baixas e se destaca nos esportes de força, como a queimada. Costuma a ser alvos de muitas piadas e invariavelmente bate nas meninas menores e acho que nos meninos também, afinal, ela é mais forte. Numa dessas situações, Tatiana estava brigando com alguém - aquelas brigas de crianças se empurrando - escorregou e caiu em cima de mim, que estava sentado junto a parede. Fui parcialmente espremido contra a parede e fiquei meio zonzo. As outras pessoas em volta começaram a gritar, aquele grito de "eeee eeee", de quando alguém faz uma besteira. O alvo dos gritos invariavelmente irá sofrer algum tipo de punição. Tatiana então se ajoelhou ao meu lado para pedir desculpas, jurando que não havia sido por querer. Falei que tudo bem e ficou por isso mesmo, tirando o gosto de

Informação na Internet

(Artigo meio meia-boca para o site do Centro Burnier) Uma das coisas mais interessantes que a internet proporciona é o acesso ao conhecimento. Na minha época de estudante de colégio, realizar um trabalho sobre qualquer assunto não era das tarefas mais fáceis. Era preciso buscar algum livro que falasse sobre o assunto desejado e na maioria das vezes este livro não estava na sua casa. Era uma sorte grande ter um parente que tivesse uma enciclopédia em casa. Não é a toa que existiam tantos vendedores de Barsa antigamente. Uma enciclopédia significava todo o conhecimento do mundo dividido em 20 e poucos fascículos dispostos na estante da sala. Para fazer o trabalho, você se sentava e passava a copiar manualmente o artigo sobre o item que você pesquisava, absorvendo algo durante o processo. Nos tempos da internet isso mudou. A informação está em várias fontes aleatórias que podem ser alcançadas com uma busca simples no Google. Ficou infinitamente mais fácil se informar sobre qualquer

Três cenas no interior (Comunidades Inimagináveis)

Quando eu fiz minha monografia, fui apresentado a um conceito de Benedict Anderson que dizia que as nações eram comunidades imaginadas. Tudo porque nós não conhecemos a maior parte das pessoas que vivem em nosso país, mas podemos imaginar a sua existência. Podemos imaginar o movimento anônimo e constante nas ruas. Imaginamos a nação como algo que sempre existiu e que sempre vai existir, vagando solidamente pelo espaço e pelo tempo. Aliás, Anderson diz que qualquer comunidade maior do que uma vila com poucos habitantes já é imaginada, pelas razões especificadas. Viajando pelo interior de Mato Grosso, muitas vezes me deparo com situações que vão além das comunidades imaginadas. São as verdadeiras comunidades inimagináveis, que não conhecemos, não pensamos que possam existir de verdade. E ainda existem os lugares ainda mais inimagináveis. 1) Me lembro de que em uma das minhas primeiras viagens, vim de Rondonópolis para Cuiabá por uma série de estradas vicinais que chegariam a Barão do

Guardiola e a Esfinge

Se há alguém que não gostou do sorteio para as semifinais da Champions League realizado na última sexta-feira, este alguém foi o técnico catalão Josep Guardiola. As bolinhas colocaram frente-a-frente o seu antigo e até agora único clube, o Barcelona, e seu clube até a próxima temporada, o Bayern de Munique. Até agora Guardiola tem apenas um único e excepcional trabalho, quando dirigiu o Barcelona entre 2008 e 2012, período no qual ele conquistou todos os títulos possíveis e imagináveis. Mesmo assim, é normal que existam contestações sobre a sua capacidade como técnico. Seria ele um gênio ou apenas alguém que comandou um time excepcional? Quando o sorteio determinou o encontro entre Barcelona e Bayern, os corneteiros de plantão devem ter ficado felizes. Qualquer que seja o resultado, todos poderão dizer que Guardiola não é nada demais. A vitória do Barcelona irá diminuir o trabalho realizado. Comprovará que o Barcelona independe do treinador e que quem decidia os jogos eram Messi,

Pequenas/Grandes Emoções do Esporte

O Pontapé Inicial é um programa interessante da ESPN Brasil, que eu quase nunca assisto. Quase nunca assisto porque seu horário é proibitivo para mim, sempre estou no trabalho quando ele passa de manhã. Quando é feriado, geralmente estou dormindo durante sua exibição. Ele é reprisado toda noite, mas seu horário é proibitivo também, porque vejam pelo horário que eu escrevo: a reprise acabou de acabar. Mas hoje estava aqui assistindo/ouvindo a reprise. O programa sempre conta com um bloco para os aniversariantes do dia e hoje dois atletas brasileiros foram lembrados, Fernando Meligeni e Marcelinho Machado. Como homenagem foram mostradas duas matérias antigas com momentos marcantes de suas carreiras - e diria que também da minha vida como telespectador esportivo. Os jogos pan-americanos de 2003, em Santo Domingo, foram bem interessantes. Acho que foi o último Pan charmoso, com atletas brasileiros importantes suando por medalhas em um ambiente quase amador. A partir do Rio em 2007, ten

O pulo no muro

Passo por uma rua do Boa Esperança e vejo um cidadão em frente a um portão, com o pé apoiado no portão num típico gesto de alguém que busca tomar impulso para pular alguma coisa, no caso o portão. O cidadão nota a minha presença e desiste. Passo por ele e olho pelo retrovisor ele pulando o portão. Como tudo na vida, existem muitas hipóteses para esta situação. Ele poderia ser um morador da casa, que por algum motivo está trancado do lado de fora. Esqueceu a chave, o portão fechou sem querer e ele está ali, tentando voltar para dentro. Ou então, ele poderia ser um assaltante, calculando o momento para subtrair objetos de valor da residência. E sua reticência em pular diante da minha presença? Bem, sendo um assaltante, ele não quis ser flagrado em pleno ato. Ou, sendo um morador esquecido, ele não quis que eu pensasse que ele era um assaltante e, constrangido, esperou minha passagem para pular o portão. E eu? Eu poderia ligar para polícia. Se ele fosse um assaltante disfarçado, pod

C.u.i.a.b.á.

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