(Artigo meio meia-boca para o site do Centro Burnier)
Uma das coisas mais interessantes que a internet proporciona é o acesso ao conhecimento. Na minha época de estudante de colégio, realizar um trabalho sobre qualquer assunto não era das tarefas mais fáceis. Era preciso buscar algum livro que falasse sobre o assunto desejado e na maioria das vezes este livro não estava na sua casa.
Era uma sorte grande ter um parente que tivesse uma enciclopédia em casa. Não é a toa que existiam tantos vendedores de Barsa antigamente. Uma enciclopédia significava todo o conhecimento do mundo dividido em 20 e poucos fascículos dispostos na estante da sala.
Para fazer o trabalho, você se sentava e passava a copiar manualmente o artigo sobre o item que você pesquisava, absorvendo algo durante o processo. Nos tempos da internet isso mudou. A informação está em várias fontes aleatórias que podem ser alcançadas com uma busca simples no Google. Ficou infinitamente mais fácil se informar sobre qualquer assunto, mas, essa facilidade trás um problema sério.
Nos tempos da enciclopédia e da cópia manual, a pesquisa era feita em uma fonte confiável. Afinal, o livro havia sido escrito por algum especialista na área e o seu conteúdo havia passado por algumas revisões até chegar a sua versão impressa. Era um conteúdo no qual você podia confiar. Na internet não é assim.
Existe sim muita informação confiável na rede, mas da mesma forma, existe muita coisa desconfiável. As fontes de informação colaborativas trazem bons resultados, mas invariavelmente trazem erros grotescos. Pessoas podem colocar informações equivocadas na rede pelas mais variadas intenções. Ninguém irá impedir que equívocos estejam no topo do Google, por motivos que apenas o próprio mecanismo de busca conhece.
Boa parte desta não-informação é facilmente detectada com uma leitura mais atenta. O problema é que justamente pela facilidade, depositamos nossa confiança no copiar e colar sem conferir o assunto. Outro problema está na interpretação do texto. Por mais mentiroso que um texto possa ser, muitas pessoas simplesmente não conseguem entender o seu teor.
Certa vez eu fiz um texto humorístico sobre a participação do Brasil nos Jogos Olímpicos. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o texto foi reproduzido em enciclopédias virtuais, blogs sobre o assunto e até mesmo em um trabalho escolar de uma criança da 3ª série. Nos comentários, muitas pessoas discutiam um texto repleto de piadas e ironias como se fosse um assunto sério.
A má interpretação de conteúdos é um problema sério. Jornalistas sabem como é. Que jornalista nunca sofreu com alguém contestando uma informação sua e você teve que explicar que não afirmou nada, que quem afirmou isso foi o seu entrevistado e você apenas reproduziu as falas dele.
Enfim, a facilidade da internet associada a falta de capacidade para a interpretação pode trazer resultados terríveis.
Uma das coisas mais interessantes que a internet proporciona é o acesso ao conhecimento. Na minha época de estudante de colégio, realizar um trabalho sobre qualquer assunto não era das tarefas mais fáceis. Era preciso buscar algum livro que falasse sobre o assunto desejado e na maioria das vezes este livro não estava na sua casa.
Era uma sorte grande ter um parente que tivesse uma enciclopédia em casa. Não é a toa que existiam tantos vendedores de Barsa antigamente. Uma enciclopédia significava todo o conhecimento do mundo dividido em 20 e poucos fascículos dispostos na estante da sala.
Para fazer o trabalho, você se sentava e passava a copiar manualmente o artigo sobre o item que você pesquisava, absorvendo algo durante o processo. Nos tempos da internet isso mudou. A informação está em várias fontes aleatórias que podem ser alcançadas com uma busca simples no Google. Ficou infinitamente mais fácil se informar sobre qualquer assunto, mas, essa facilidade trás um problema sério.
Nos tempos da enciclopédia e da cópia manual, a pesquisa era feita em uma fonte confiável. Afinal, o livro havia sido escrito por algum especialista na área e o seu conteúdo havia passado por algumas revisões até chegar a sua versão impressa. Era um conteúdo no qual você podia confiar. Na internet não é assim.
Existe sim muita informação confiável na rede, mas da mesma forma, existe muita coisa desconfiável. As fontes de informação colaborativas trazem bons resultados, mas invariavelmente trazem erros grotescos. Pessoas podem colocar informações equivocadas na rede pelas mais variadas intenções. Ninguém irá impedir que equívocos estejam no topo do Google, por motivos que apenas o próprio mecanismo de busca conhece.
Boa parte desta não-informação é facilmente detectada com uma leitura mais atenta. O problema é que justamente pela facilidade, depositamos nossa confiança no copiar e colar sem conferir o assunto. Outro problema está na interpretação do texto. Por mais mentiroso que um texto possa ser, muitas pessoas simplesmente não conseguem entender o seu teor.
Certa vez eu fiz um texto humorístico sobre a participação do Brasil nos Jogos Olímpicos. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o texto foi reproduzido em enciclopédias virtuais, blogs sobre o assunto e até mesmo em um trabalho escolar de uma criança da 3ª série. Nos comentários, muitas pessoas discutiam um texto repleto de piadas e ironias como se fosse um assunto sério.
A má interpretação de conteúdos é um problema sério. Jornalistas sabem como é. Que jornalista nunca sofreu com alguém contestando uma informação sua e você teve que explicar que não afirmou nada, que quem afirmou isso foi o seu entrevistado e você apenas reproduziu as falas dele.
Enfim, a facilidade da internet associada a falta de capacidade para a interpretação pode trazer resultados terríveis.
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