Passo por uma rua do Boa Esperança e vejo um cidadão em frente a um portão, com o pé apoiado no portão num típico gesto de alguém que busca tomar impulso para pular alguma coisa, no caso o portão. O cidadão nota a minha presença e desiste. Passo por ele e olho pelo retrovisor ele pulando o portão.
Como tudo na vida, existem muitas hipóteses para esta situação. Ele poderia ser um morador da casa, que por algum motivo está trancado do lado de fora. Esqueceu a chave, o portão fechou sem querer e ele está ali, tentando voltar para dentro. Ou então, ele poderia ser um assaltante, calculando o momento para subtrair objetos de valor da residência.
E sua reticência em pular diante da minha presença? Bem, sendo um assaltante, ele não quis ser flagrado em pleno ato. Ou, sendo um morador esquecido, ele não quis que eu pensasse que ele era um assaltante e, constrangido, esperou minha passagem para pular o portão.
E eu? Eu poderia ligar para polícia. Se ele fosse um assaltante disfarçado, poderia salvar o dia de alguma família, que não teria o desprazer de chegar em casa e perceber que a televisão foi roubada, ou do morador que é surpreendido por um marginal em sua sala de jantar. Se ele fosse apenas um morador distraído e constrangido, eu aumentaria ainda mais o seu constrangimento, tendo que explicar que ele não estava tentando assaltar sua própria casa.
Mas eu não liguei. Posso ter contribuído para estragar a vida de um morador. Ou deixei apenas um morador em paz. Qual é a verdade, qual é a versão real dos fatos? Nunca saberei. Só resta esperar e escolher a opção que traga menos desgaste, ao menos para mim.
Como tudo na vida, existem muitas hipóteses para esta situação. Ele poderia ser um morador da casa, que por algum motivo está trancado do lado de fora. Esqueceu a chave, o portão fechou sem querer e ele está ali, tentando voltar para dentro. Ou então, ele poderia ser um assaltante, calculando o momento para subtrair objetos de valor da residência.
E sua reticência em pular diante da minha presença? Bem, sendo um assaltante, ele não quis ser flagrado em pleno ato. Ou, sendo um morador esquecido, ele não quis que eu pensasse que ele era um assaltante e, constrangido, esperou minha passagem para pular o portão.
E eu? Eu poderia ligar para polícia. Se ele fosse um assaltante disfarçado, poderia salvar o dia de alguma família, que não teria o desprazer de chegar em casa e perceber que a televisão foi roubada, ou do morador que é surpreendido por um marginal em sua sala de jantar. Se ele fosse apenas um morador distraído e constrangido, eu aumentaria ainda mais o seu constrangimento, tendo que explicar que ele não estava tentando assaltar sua própria casa.
Mas eu não liguei. Posso ter contribuído para estragar a vida de um morador. Ou deixei apenas um morador em paz. Qual é a verdade, qual é a versão real dos fatos? Nunca saberei. Só resta esperar e escolher a opção que traga menos desgaste, ao menos para mim.
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