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Mostrando postagens de 2009

3 constatações do fim de ano

1) Estava vendo o show do The Who, live at Isle of Wight na TV. A grande dimensão de importância que o The Who tem, é graças aos seus shows. Eles têm músicas clássicas como My Generation, Substitute e The Seeker . Discos ótimos como o Who Sell Out . Mas é ao vivo, que a virtuose, o barulho infernal e energia que a banda proporciona (principalmente o monstruoso Keith Moon) concedem a banda o status de lenda. Conheça o The Who ao vivo e você terá mais chances de gostar. 2) Escutei, após algum tempo, o disco 4 dos Los Hermanos. Minha impressão sempre foi a de ser um disco chato, em que talvez metade se salvava. De fato, as músicas do Amarante são boas, ou tem uma boa média. Primeiro Andar , Condicional e O Vento são muito boas. Agora o Camelo fez pouca coisa. Dois Barcos tem uma parte bonitinha, Horizonte Distante tem um ritmo interessante e os teclados de Pois é são bons. Mas sua insistência em fazer rimas com Morena e soar como o lado mais chato de Caetano Veloso tornam o disco

Andei Escutando (5,5)

Buffalo Springfield Again (1967): Foi uma banda de folk-rock que lançou Neil Young e Stephen Stills ao mundo da música e durou apenas 25 meses. O destaque do disco são as harmonias vocais, as guitarras e os experimentos psicodélicos, típicos de todas as bandas que viveram o ano de 1967. Melhores: Hung Upside Down e A Child's Claim to Fame . Emitt Rhodes (1970) : Rhodes foi um artista que gravou discos no começo dos anos 70, antes de ter sua carreira afundada por questões contratuais. Ele grava todos os instrumentos e tudo o que ele faz lembra muito as baladas de Paul McCartney. Existem ecos de Ob-la-di Ob-la-da em Fresh as Daisy e de Honey Pie em outras cinco. Até a voz é bem parecida. Mas o original é bem melhor. Melhores: Fresh as Daisy e You take the dark out of the night . Forgotten Boys – Gimme More and More (2003): O segundo disco da banda paulista tem o melhor da banda. Riffs marcantes, bateria marcada e músicas animadas. Os Forgotten Boys são uma das bandas que melhor

Escrever

Acho que já escrevi demais. Escrevi demais e ninguém leu. Seja em um blog pré-histórico, ou em um site de música no qual eu falava sobre cotidiano. E acho que alguns realmente foram bons textos. Ou, eu pelo menos fiquei satisfeito na época. Para quem sempre quis dominar as palavras, e sonha em coloca-las de tal modo que pareça que um campo magnético as faz estar em tal disposição. Gostei quando escrevi o seguinte paragráfo: "E agora realmente chove muito. Meus óculos embaçam, e minha camisa está ensopada. Passo em frente a praça que hoje não tem o casal namorando no tronco da árvore. Devem estar em casa por conta da chuva. Passo pela esquina da minha rua e pela poça de água, que sempre se forma ali quando chove. Mais alguns metros e chego na minha casa. Pela última vez cumpro o trajeto escola-casa. Talvez todos os metros que já percorri nesse trajeto fossem suficientes para dar a volta na linha do equador. E agora?". Gostava de escrever textos que divagassem sobre o que acont

Andei Escutando (5)

Discos que estava para escutar a algum tempo. Chico Buarque – Construção (1971): O disco foi lançado no auge da repressão do regime militar, no governo Médici. E reúne as melhores composições do Chico. A raiva, ironia, nostalgia, melancolia, o amor e esperança se misturam nos temas políticos e sociais. E há espaço para a pequena obra-prima que é a faixa título. O ritmo marcado e os versos alternados, que criam um sentido novo para a canção a cada linha. Los Hermanos (1999): O primeiro disco dos Los Hermanos não dá a menor sensação que eles seriam capazes de lançar um disco da qualidade do Bloco do Eu Sozinho , dois anos depois. O som pesado da banda com Camelo cantando de um jeito que não deveria, faz com que faixas como Bárbara e Tenha Dó soem constrangedoras. Para piorar, o estilo da composição de Camelo era muito brega. Alguns trechos seriam dignos do Wando. Amarante fez as duas melhores do disco: Onze Dias e Quem Sabe . Lynyrd Skynyrd Tempos atrás baixei quatro discos para o meu

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Natal

Natal era muito mais interessante quando se era criança. Pelo simples fato de que a graça era receber presentes. E quando se é criança se recebe mais presentes. E os presentes sempre são mais interessantes quando se é criança. Porque você sempre tem um brinquedo que quer ganhar. E era uma decepção tremenda ganhar roupas. Depois você cresce e não tem mais brinquedos pra ganhar. E não tem tantas expectativas sobre algo que você sonha em ganhar.

Top 8 – discos de 2009

Eu não sou daquele tipo de pessoa que escuta quatrocentos discos novos em um ano. Primeiro porque a banda larga não me motiva a baixar qualquer link que aparecer na minha frente e depois apagar se eu não gostar. Costumo a esperar uma boa indicação, uma boa resenha ou simplesmente um estalo que me dê vontade. E eu não sinto isso quando vejo nomes como Vampire Weekend, Klaxons e Bravery empilhados sobre rótulos desinteressantes. Também acredito que 2009 é apenas um pequeno ano no meio de toda uma história de lançamentos musicais. E que existem discos muito mais interessantes espalhados nos 50 anos anteriores, do que em 2009. Então esse ano eu escutei algo em torno de 80 discos. Porque infelizmente nós não nascemos já tendo escutado a discografia dos Rolling Stones e Bob Dylan. Também acho que um disco não pode ser escutado uma vez. Não é possível escutar a música uma vez e decidir se é boa ou não. É preciso escutar pelo menos umas três vezes. Colocar para repetir as faixas favoritas. Dar

Ah, a Pitty

Estava lendo uma entrevista da Pitty a revista Billboard, sobre o processo de criação da música Me Adora. Certa hora o repórter pergunta se houve alguma contribuição externa no processo. E ela responde: "Não. Deve ter tido contribuição extraterrena que é o que acho que acontece de vez em quando, quando a gente lida com arte". Mais a frente em outra pergunta, ela diz: "A gente cria, faz arte, entrega pro mundo desfrutar e - como não poderia deixar de ser - julgar. Acontece que esse julgamento é feito em alguns casos por pessoas que não têm interesse, identificação ou sequer boa vontade de compreender aquele universo que lhe é distinto. Ou seja: fica a cargo deles transmitir a definição de sua obra a milhares de pessoas que normalmente acatam tudo sem questionar. É bem injusto". Pitty, que vale lembrar, de acordo com tabelas publicadas na mesma revista, tem com "Me Adora" a 12ª música mais tocada no país. O que mostra que essas milhares de pessoas que normal

Dialética

E quando percebi, já não tinha como voltar atrás. Desde pequeno sempre tive um problema com argumentações. Não que eu não conseguisse criar um argumento. Mas quando eu pensava em algum eu sempre pensava na resposta de algum opositor. Onde é que meu argumento era fraco e que alguém poderia derrubá-lo. Passava então a pensar naonde é que eu poderia corrigir essa falha, e na possível falha dessa correção. Quando ia perceber, já estava perdido em devaneios argumentativos. Fazer minha monografia foi uma complicação, pois imaginava a cada parágrafo o momento em que minha tese se mostraria fraca. A única solução era chegar até um ponto em que eu pensasse que quem pudesse discordar de mim, jamais perceberia essa falha. E geralmente não percebem, ou apontam uma outra falha, que para mim não era falha. Então, eu sofria para fazer textos, até o momento em que ela não permitisse dubiedades ou contra-argumentações. Ou então eu poderia simplesmente não fazer nada. Quantas vezes já não fui dormir, me

Diários de Pizzas

Quando eu era pequeno me lembro de sempre ir comer pizza na Torre de Pisa. E o pedido era sempre o mesmo. Meia escarola e meia portuguesa. Tal qual eu sempre pedia Gato Frio quando ia no Komilão, ou Carioca quando ia no Alaska. Eu não era uma criança receptiva a idéia de mudanças. Por anos comi esses sabores e imagino que sejam minhas pizzas preferidas até hoje. Aliás, no geral eu abomino escarola, mas como era, e ainda é boa a escarola de lá. Com o tempo mudei para o Edlus. E as pizzas que eu comia não eram tão boas por lá. Acabei descobrindo então a pizza Genovesa. Que se transformou em minha paixão. Por anos me entreguei àquela pizza com presunto fatiado, creme de leite e ervilha. Algumas experiências foram feitas ligando na Roma, até na Mafia. Eram boas pizzas, mas nada como a minha velha genovesa. Comi pizzas em todo o Brasil. Comi em Campinas, Gramado e Iguaba Grande. Comi pizzas em Barcelona e Montevideu. As pizzas paulistanas que são quase sempre iguais. Comi mais pizzas em cas

Os 40 melhores discos dos anos 2000 – parte 2

*Ou, os meus 40 discos favoritos dos anos 2000. Os 10 primeiros 10º Queens of the Stone Age – Songs for the Deaf (2002): Um disco sombrio, apocalíptico. A sintonia entre Josh Homme e Nick Olivieri funcionaram ainda melhor com a participação de Dave Ghrol na guitarra e Mark Lanegan nos vocais. The Sky is Fallin’, First it giveth e No One Knows. 9º Oasis – Dig Out Your Soul (2008): O ultimo disco do Oasis se garante nas ótimas composições de Noel Gallagher (suas melhores desde 1995) e na produção impecável. O começo do disco é avassalador e o final (dominado por composições dos outros membros) faz o nível cair um pouco. De qualquer maneira, foi um encerramento digno. Bag it Up, Waiting for the Rapture e Falling Down. 8º The White Stripes – Elephant (2003): O momento em que os Stripes soaram mais bluezeiros, mais toscos. O gás diminui na metade final, mas é um disco feito para se escutar quando você tem 16 anos. Seven Nation Army, Black Math e I Just Don’t Know What to do With Myself.

Os 40 melhores discos dos anos 2000 – parte 1

*Ou, os meus 40 discos favoritos dos anos 2000. Para muitos os anos 2000 foram a pior década da história da música. Eu não acho. Acredito que sim, em termos de músicas e bandas consumidas em grandes escala a década tenha sido fraca. Mas várias bandas de qualidade, graças a internet, puderam mostrar seu trabalho. Várias das bandas da minha lista, eu não teria escutado 10 anos atrás. Para fazer a lista tive alguns critérios, mas não é interessante explicá-los. No total: dois discos de 2000, oito de 2001, seis de 2002, cinco de 2003, 2 de 2004, 8 de 2005, 3 de 2006, 4 de 2007 e 2 de 2008 . Nenhum de 2009. Da 40ª a 11ª posição 40º Morning Runner – Wilderness is Paradise Now (2006): Músicas paranóicas de uma banda que durou pouco. Burning Benches. 39º Echo and the Bunnymen – Siberia (2005): Um disco sensível e constante, o melhor da segunda fase dos Bunnymen. All Because of You Days. 38º The Fratellis – Costelo Music (2006): Disco divertido com meia dúzia de músicas que grudam na cabeça.

Tempos Calmos

Quando eu era pequeno, lembro que nós deixavamos o portão destrancado o dia inteiro. Também deixavámos o carro do lado de fora e so o guardávamos na hora de dormir. Com o tempo passando, fomos deixando o portão trancado o tempo todo. Logo aconteceu um assalto na casa de trás, e passamos então a deixar o carro do lado de dentro, e entrar e sair com ele sempre que fosse preciso. A casa da frente foi assaltada. E então contratamos um guarda para a rua. Quando alguém chegasse com o carro, outra pessoa ia no portão olhar. Colocamos portão eletrônico. Pularam o muro de outra casa, de dia. Era a hora de colocar uma cerca elétrica. E mesmo com a cerca, o portão, cadeados, cachorros, guardas a sensação de segurança não existe. E não é coisa só daqui. Tem aquele amigo que saiu de casa e foi para um condomínio. O outro foi para um apartamento. Trocou as fechaduras. E mesmo assim o medo sempre está por aí. Lembro de um texto que eu escrevi certa vez, ou, de um pedaço dele. "Escuto One Way Roa

Motoristas de picapes

Estava eu calmamente andando com meu carro na pista da direita. O trânsito ia devagar. Atrás de mim um cara com uma s-10. Começou a dar farol e buzinar. Oras, eu estava na pista da direita. E haviam vários carros na minha frente. Não sei se ele imaginava que eu devesse subir na calçada para ceder passagem, afinal. Então me passou pela esquerda (o que é normal) me fechou e mostrou o dedo. Provavelmente estava com a cueca apertando. E de qualquer forma, ele vai morrer antes de mim. Mas, eu odeio pessoas que dirigem picapes . Geralmente imaginam que são os donos das ruas e avenidas. Que podem andar no meio de duas pistas, sair na sua frente devagar, dar fechadas, mudar de pista sem dar seta. São quase tão ruins quanto os motoqueiros .

Melhores músicas dos anos 2000

Os anos 2000 estão acabando (ou não?). Época então de se fazer listas sobre os melhores dos anos 2000. Como minha preferência é por listas musicais, resolvi publicar minhas opiniões sobre as melhores músicas dessa década. No caso, três por ano. Depois, ainda farei algo sobre os melhores discos. Se eu tiver memória, quem sabe, os melhores filmes. Ou não. 2000: - The Delgados - Accused of Stealing - Ryan Adams - Come Pick me Up - Coldplay - Shiver 2001: - Los Hermanos - Retrato pra Iaiá - Black Rebel Motorcycle Club - Too Real - Super Furry Animals - Presidential Suite 2002: - Wilco - Jesus, etc - Ben Kweller - Walk on Me - Queens of the Stone Age - The Sky is Fallin' 2003: - Snow Patrol - Run - Travis - Peace the Fuck Out - Los Hermanos - De onde vem a calma 2004: - The Thills - Not for all the love in the world - The Libertines - Music when the lights go out - The Delgados - The city consume us 2005: - Black Rebel Motorcycle Club - Howl - Josh Rouse - Streetlights - Echo and the Bu

Prateleiras de CDs

A maneira como as lojas daqui organizam CDs é uma coisa sensacional. Por lojas, só posso me referir a Janina . Porque nas Americanas não existe organização. Principalmente na do shopping Pantanal. Imagino que a cada meia hora os funcionários de lá sejam ordenados a bagunçar as coisas. Já havia visto um disco do Jimi Hendrix na sessão de New Age, ao lado da Enya . Não sei se pensam que alguém vá se relaxar escutando Purple Haze . Ontem eu vi um CD de música de relaxamentos na sessão de Heavy Metal. Porque? Porque o CD se chamava Nirvana. Alguém viu e pensou " hmm , Nirvana é pesado, põe no Metal". E teve a vez em que eu vi o Magical Mistery Tour dos Beatles na sessão de música infantil. Imagino que seja porque é uma capa colorida, com pessoas fantasiadas de animais e o nome de "Viagem mágica e misteriosa". Só podia ser infantil, é claro. Você então coloca seus filhos para escutar "Eu sou o homem-ovo. Eles são os homens-ovos. Eu sou a morsa. Goo goo j

Futuro

O futuro é sempre o grande problema. O incerto, aquilo que está fora de controle. Se o futuro fosse mais facilmente decifrável, a vida seria mais tranquila. Mas o futuro de fato nunca chega. E se sofre pelo o que nunca chega, e isso que nunca chega, parece que sempre muda o que de fato já passou.

Os Cães

Desde que eu me conheço como gente, tenho algum cachorro em casa. Primeiro que me lembro era uma fox - paulistinha , chamada Yasha . Lembro me vagamente de uma cena, quando eu eu devia ter um ano, de estar engatinhando perto da churrasqueira com a Yasha na minha frente. Aliás, o porquê de eu ter essa memória talvez fosse assunto para outro post . Mas, voltando aos cães. Os cães da minha infância foram a Liz , outra fox - paulistinha , o Bansé e a Xuxa , dois vira-latas e a Mel uma fila brasileiro. Existiam cachorros na casa da minha tia, alguns moraram aqui em casa um tempo, mas esses são os que eu mais lembro. Depois em outra fase, o Ciro Gomes e a Bwana . O Ciro que foi provavelmente o primeiro cão que em sã consciência eu acompanhei o começo, o meio e o fim. Eu amo cães. Não me imagino vivendo em uma casa onde não exista pelo menos um. Às vezes troco algumas palavras com ele, brinco um pouco. E sei que o único problema deles, é que eles vivem pouco. Dez, talvez doze anos. Um t

As coisas rodam na internet

Esses dias recebi um e-mail de uma conhecida minha. Certamente você já leu esse e-mail algum dia na sua vida. E dependendo do seu estado de espírito, até riu ou quiçá se emocionou. É aquele e-mail das coisas da faculdade. Você conhece. Fala de como são as coisas da faculdade. Você provavelmente leu ele antes de entrar ou quando saiu de lá. Pois é. A primeira vez que eu vi esse texto, não foi por e-mail. A diretora do colégio em que eu estudava, leu ele, no final do ano, perto do vestibular. Na época eu devo ter rido, e achado engraçado a perspectiva de uma nova vida. Resolvi procurar no meu e-mail (já que eu não costumo a apagar e-mails) em que outras oportunidades ele me foi enviado. Percebi que recebi esse e-mail no dia 19 de julho de 2005. A essa altura eu estava no fim do primeiro semestre e já devia pensar "ah, nem é verdade". Voltei a receber o e-mail em uma semana depois. Depois no começo de 2006 e em julho de 2006. Depois em janeiro de 2008. E finalmente recebi novame

Andei Escutando (4)

Big Star – Keep an eye on the Sky (2009): Durante algum tempo ensaiei um texto sobre essa coletânea/antologia da maior banda desconhecida da história. Acabei desistindo por enquanto. Vale então a citação. Reúne algumas das melhores faixas da banda com versões alternadas, demos e um cd ao vivo. Indispensável. Melhores: Blue Moon (demo) e Hot Burrito #2. Black Rebel Motorcycle Club – Live (2009): O primeiro disco ao vivo oficial da maior banda desconhecida da atualidade. A gravação é meio precária. Alguns bootlegs espalhados pela net são mais interessantes. De qualquer forma, vale o registro. Melhores: Dirty Old Town (cover dos Pogues) e Mercy. Queens of the Stone Age – Lullabies to Paralyze (2005): Até a faixa oito tinha tudo para competir pelo posto de melhor disco do Qotsa. Depois disso o disco cai um pouco e fica arrastado demais. No resto, o de sempre. Canções nebulosas, hard rock tocado em um deserto. Mas Nick Olivieri fez falta. Melhores: Everybody knows that you’re insane e Lo

Tempos de Vestibular

As épocas, ou, o dia do vestibular poderiam ser divertidos, no sentido nostálgico da diversão. Os professores de cursinho reunindo os vestibulandos na hora da entrada: "É isso ai galera. Agora é manter a calma e a tranqüilidade. O tempo é suficiente, prestem atenção em todas as questões e se tudo der certo, o trabalho desse ano vai dar resultado agora". Muitas pessoas se preparavam para o vestibular como uma guerra. Estudavam por horas, pensavam em estratégias. E os professores sempre diziam sobre as fórmulas perfeitas para ser aprovado. A verdade é que não existe fórmula. Cada pessoa precisa se adaptar da melhor maneira. Há quem precise estudar por horas, há quem renda melhor sem estudar. É possível começar as provas pelas questões mais difíceis. Assim como pelas mais fáceis. Cada um é cada um, óbvio. Mas há a questão da pressão. Existem professores, pais, que realmente pressionam os melhores alunos. E claro, as vezes é impossível suportar a pressão. Bem, é complicado. É uma

Top 8 – Albuns Duplos

Álbuns duplos seriam o máximo da criatividade de um artista. Momento em que ele se tranca no estúdio e cria o maior número de canções que conseguir. O resultado dificilmente é regular ou coerente, mas rende bons resultados. O auge desse tipo de trabalho foi no final dos anos 60 e começo dos anos 70, quando os músicos passaram a explorar bastante o tempo no estúdio e as novas tecnologias. Com o advento do CD esses discos saíram de moda. Entre outras coisas, pela duração. Discos de vinil continham no máximo algo próximo aos 48 minutos. Portanto, qualquer trabalho com mais de uma hora de duração teria que ser lançado em um disco duplo. Já os CDs, comportam 80 minutos de música. De forma que um CD duplo nos tempos atuais seria cansativo. A lista abaixa é baseada apenas com meus critérios pessoais e no que eu gosto. E 8, porque eu acho o 8 um número simpático e que foge da obviedade de um top 10. 8 Wilco – Being There (1996) : O segundo disco do Wilco mostrava a banda expandindo seus horizo

Ruas e avenidas

Estudar história regional é conhecer os nomes das avenidas da sua cidade. Ou os parentes das avenidas. E saber que todas essas avenidas um dia já foram conspiradores, traidores, ambiciosos e assassinos.

Textos antigos

*crônica para uma aula de Gêneros do Jornalismo. Já passei muitas vezes por essas ruas que ficam próximas a minha casa. Já percorri por elas, metros suficientes para atravessar o Brasil. Sei quase todos os seus detalhes. O buraco próximo à entrada da agência dos Correios, de onde os carros desviam. Uma casa com um muro alto, cercas e envolta em eucaliptos. Com um portão que está sempre fechado, logo em frente ao campo de futebol onde quando os meninos não jogam bola, as vacas pastam e aparam o gramado. O posto da Previdência Social, que agora está em reforma, apesar de não se ver nenhum sinal de que algo esteja mudando. O mato cresce em volta das paredes brancas com o rodapé azul. O vendedor, que levava seus salgadinhos dentro de um isopor perdeu toda sua freguesia, que ficava na fila do posto. Isso logo depois que ele havia expandido seu comércio e já vendia até DVDs piratas da Banda Calypso. Já o homem que vende caldo de cana ainda tem alguns clientes. Seu público alvo não era quem e

Tênis pendurados

Estava parado no trânsito, no semáforo antes da rotatória do meu bairro. Olho para cima e vejo, um par de tênis pendurados nos fios de alta tensão. Quase que exatamente na metade da distância entre os dois postes. Como é que esses tênis foram parar lá? É praticamente impossível que alguém tenha subido em um poste e jogado os tênis lá. Não havia como alguém chegar por cima. Alguém amarrou os cadarços e ficou jogando até acertar. Quais são as chances de conseguir esse acerto? Quanto tempo foi necessário? E, porque alguém iria querer jogar aqueles tênis ali?

Andei escutando (3)

Black Sabbath – Paranoid (1970): Apesar do carisma de Ozzy Osbourne, o melhor que o Black Sabbath tem a oferecer são as guitarras. O vocal de Ozzy também é marcante, mas o melhor do disco é a sucessão de riffs e solos de Tommy Iommi. É assim na sensacional War Pigs e na clássica Paranoid . Echo & The Bunnymen – The Fountain (2009): É claro que o auge do Echo foi nos anos 80. Mas desde o seu retorno em 1997 a banda apresenta trabalhos consistentes. Ian McCulloch e Will Sergeant sempre oferecem aos ouvintes alguma boa linha de guitarra e algumas belas melodias, que se encaixam na voz cada vez mais cansada de Ian. Em um ano de lançamentos decepcionantes é um alento escutar Everlasting Neverendless . Spacemen 3 – Playing with Fire (1989): Com um pouco de paciência, você começa a observar alguma beleza nesse disco. No geral é um conjunto de improvisações e repetições na guitarra, sintetizadores e vocais sussurrados que parecem vir de outro planeta. Honey e So Hot (Wash away

Papéis velhos

Movimentos se organizam no saguão do IL e poucas pessoas se importam. Continuam tomando café na cantina, perguntando o que vem a ser as cartolinas, a malabarista e os papéis* entregados. Um zine de uma chapa concorrente ao Centro Acadêmico e o lançamento de site religioso se confundem. Um texto irônico que rebate críticas que quase ninguém sabe que críticas são, e divagações filosóficas sobre a existência, que sorteiam um MP3 Player chamam à atenção pela movimentação e não pelo que pretendem. Qualquer um pode vir e dizer o que pensa sobre a vida, a morte ou a fome na África. Mas não sensibiliza ninguém. Para as pessoas na cantina, pouca importa o calor dos acontecimentos, mais importante é o calor do café. *Não sei se atualmente tem acento.

Invasão Ciclista

Estava na Avenida da FEB por volta de 3:30 da manhã, quando vi um ciclista esperando para atravessar a rua, na altura da ponte nova. Cinco minutos depois, voltando, encontrei outro ciclista esperando para atravessa a avenida em frente a um Banco do Brasil. Atravessa a ponte e de volta a Cuiabá vejo mais um ciclista esperando para atravessar, dessa vez a Beira-rio. Passo a Beira-rio inteira para encontrar outro ciclista passando pela ponte do Rio Coxipó. Para terminar encontro mais quatro ciclistas a duas esquinas da minha casa. Imaginei ser o prenúncio de uma Invasão de Ciclistas. Eles saem a noite, quando não há ninguém vendo. Planejam dominar o mundo, talvez. No dia seguinte não vi três, nem quatro. Vi doze ciclistas na entrada do meu bairro. Agindo em plena luz do dia. Dominavam a rua inteira. E não eram ciclistas desses, que se vestem com capacetes, joelheiras e usam garrafas squeeze. Eram ciclistas a paisana. Poderiam a qualquer momento deixar suas bicicletas e se comportar como s

Light up

A primeira vez que eu ouvi falar do Snow Patrol foi no começo de 2005, lendo na saudosa coluna do Sukrilius do site Abacaxi Atômico, um texto sobre os melhores discos do ano de 2004. Em sua lista, o primeiro lugar era do Snow Patrol, com seu disco Final Straw. A lista alias, era muito boa, e foi através dela que também escutei falar de Ben Kweller e Wilco. Todos são hoje alguns dos meus artistas favoritos. No entanto, eu só fui escutar Snow Patrol, por acaso, em uma madrugada no canal Much Music. Se tratava do clipe da música Run. E no momento que eu vi achei sensacional. Fiquei com uma enorme vontade de escutar a música, e baixei o programa eMule apenas para baixar essa música. Depois baixei o disco todo, comprei o disco, e o tenho como um dos melhores discos que conheço, realmente. E Run... é uma música sensacional. E uma das músicas mais emocionantes que conheço. Ela soa como... alguém tentando passar uma mensagem para alguém distante, como se essa pessoa não pudesse ouvir. A música

Jamais

Rubens Barrichello jamais será campeão mundial de Fórmula 1. Nunca. E isso não é culpa exclusiva dele. Existem pessoas que simplesmente não nasceram para ganhar. Não foram talhadas para o sucesso. Não que ele seja um mau piloto. Na F1 pós-94 (ou seja: depois da morte de Senna, e das aposentadorias de Piquet, Mansell e Prost) foram poucos os pilotos mais competentes que ele. Nem mesmo campeões como Damon Hill. Em seus 15 anos de carreira, Rubinho teve algumas atuações memoráveis, atuações que se ele repetisse com freqüência, fariam dele uma lenda do esporte. Mas o fracasso parece estar sempre impregnado no retrato de Barrichello. Seja por suas feições, pelas suas falas, sua dancinha ridícula no pódio. E seja pela sua inconstância. Pelas falhas no momento em que as pessoas imaginavam que ele iria embalar. Pelo carro parado na largada, quando ele parecia ir em busca da vitória. Pelo desempenho medíocre no dia em que precisava vencer. Seu mérito são seus renascimentos. A primeira vitória q

Fragmentos do Talese

... Qualquer que fosse o assunto, os noticiários da televisão se esforçavam por ser sucintos, visualmente fortes e impregnados de tudo o que pudesse induzir as pessoas a permanecer sintonizadas; e as próprias pessoas que eram notícia (aquelas que eram focalizadas pelas câmeras) muitas vezes atuavam para essas câmeras, procurando conciliar a necessidade que estas têm da expressão visual e vitalidade com sua própria necessidade de serem vistas e ouvidas na televisão e assim divulgar aos quatros ventos sua mensagem para as massas. Não é que a televisão deturpasse as notícias; os que eram notícia é que se deturpavam a si mesmos para a televisão. (...) Eu tinha sido formado dentro dos princípios do jornalismo impresso, e quando os repórteres da televisão começaram a entrar em campo, durante meus primeiros anos no Times, foram escarnecidos por meus colegas mais velhos como uma raça de bastardos que envergonhavam a profissão. Dizia-se que tinham uma visão superficial, com muita aparênci

O ideal...

... para mim, seria ter um computador no banheiro. Debaixo do chuveiro. É tomando banho que tenho minhas melhores idéias. É quando frases prontas e que parecem absolutamente geniais vêm à minha cabeça. Durante os devaneios com o barulho da água caindo e a mente relaxada. Me esforço para que as frases se mantenham, para que elas tenham a mesma poesia ao final do banho. Mas o tempo necessário para sair do chuveiro e colocar uma roupa é suficiente para matar as palavras. Para que eu as esqueça completamente, ou para que o que restou delas me pareça completamente banal. O que me sobra, por vezes é o assunto. O assunto... o assunto. Quando é para o meu blog de humor, lembra o assunto já é muito interessante. Ele é sempre necessário, anotado em meus pedaços de papel, ou desconstruídos em uma página do Word. Sei que mais tarde (nem que isso demore dois anos) essas idéias serão desenvolvidas e transformadas em algo para ser postado. Mas é diferente quando o assunto é para este blog. Escrever s

Andei escutando (2)

Bob Dylan – Live 66: O grito vem da platéia: “Judas!”. Bob Dylan havia acabado de tocar Ballad of a Thin Man , na parte elétrica do seu show que tanto irritava os puristas. Ainda mais depois da parte inicial totalmente acústica. Dylan responde “Eu não acredito em você. Você é um mentiroso!”. Era sua época de jovem rebelde, do folk eletrificado. Em que as letras políticas deram lugar ao surrealismo. “Não dá para entender as letras” diziam os puristas no momento em que Dylan aparecia no palco com a The Band para tocar versões barulhentas e perturbadas de suas canções. Perturbado. Essa é a melhor definição para o Bob Dylan da época. E essa é a melhor definição para a versão de Like a Rolling Stone que encerrou o show, após a pequena discussão com a platéia. Como que para irritar, ele ordenou a banda “toquem alto para caralho”. No fim, a platéia aplaudiu. Bob Dylan – Modern Times (2006): O que as pessoas fazem aos 65 anos de idade? Bob Dylan compôs Modern Times. O seu melhor disco em an

Lembranças do Voluntariado (2)

Estava assistindo o final do jogo entre Canadá e República Dominicana. O Canadá vencia com uma vantagem tão grande, que o texto sobre a partida já estava pronto. Esperava apenas o placar final para atualizar. Foi quando um homem entrou na sala de imprensa, com uma camisa vermelha da FIBA. Foi tomar um café, olhou a partida e viu que meu computador estava ligado no site da competição, acompanhando as estatísticas da partida. Viu e perguntou “tá tudo funcionando? Hmm, legal. E o Play by Play ta correto?”. Respondi que sim para as duas perguntas. “Daqui a pouco eu vou fazer do jogo do Brasil. Se der um erro você pode pensar ‘ih, aquele cara que tava aqui ta fazendo merda’”. Sim, há alguém que atualiza o site da competição. E ele toma café ali na sala onde você está. Logo, ele está suscetível a erros também. Tal qual você estaria. Não existe uma máquina atualizadora. Trabalhando nos bastidores você conhece as pessoas que podem errar. Sabe quem é o operador que colocou o VT errado. Reconhec

Lembranças do voluntariado

Cuba e Canadá faziam um jogo equilibrado e de pontuação baixa. Faltando 26 segundos para o final Cuba errou o arremesso e a bola estava com o Canadá. O jogo empatado em 45 x 45. As canadenses teriam, muito possivelmente, a última bola do jogo. A vitória valia a última vaga para o Mundial do ano que vem. O Canadá trabalha a bola sem encontrar espaço. No seu último segundo de ataque a bola caí na mão da pivô Aubry, na linha de três. Aubry é meio desengonçada e provavelmente acerta uma bola de três pontos por ano. Ela tenta o chute e acerta. A três segundos do fim da partida. Os cubanos lamentam e o técnico pede um tempo, para tentar armar uma jogada que possibilite uma bola de três, para empatar a partida e levar o jogo para a prorrogação. Algo que é possível em três segundos, apesar de difícil. No rosto cubano o desespero. Eu torcia pelas cubanas, ou pelos cubanos. Por conta de uma pessoa em especial. Todo dia o assistente técnico cubano, Eduardo Pardo, passava na sala de imprensa para

Se beber não case

Três amigos estão em um carro. Eles foram para uma despedida de solteiro em Las Vegas e não se lembram de nada do que aconteceu na noite. Só sabem que o noivo Doug desapareceu. Começam a procurar no carro alguma pista sobre o paradeiro do noivo. Descobrem um sapato perdido e uma camisinha usada, que ainda está úmida. Com nojo, a camisinha é jogada para lá e para cá até ser jogada pela janela. Eles acabam no acostamento. É quando escutam o barulho de alguém se debatendo no porta-malas. Pensam “é o Doug” e vão correndo abrir. Para a surpresa deles, não é o noivo e sim o um chinês de cuecas que pula e começa a aplicar golpes com um pé de cabra, para depois fugir. Essa é uma das boas cenas do filme mais engraçado que eu vi em algum tempo. O grande pecado é a tradução do título. “The Hangover” ou “A Ressaca” ganhou esse nome de comédia com Ashton Kutcher. Sim, é uma comédia com momentos de humor grotesco. Mas a grande graça são as cenas surreais (o que é o tigre no banheiro?), o politicamen

Ventiladores

Teoricamente o ventilador devia fazer o mesmo barulho, sempre. Mas não, o frio ou o calor alteram seu barulho. Nos dias frios, se você ligar o ventilador na velocidade mais fraca o barulho será ensudercedor. Será como se uma turbina de avião estivesse ligada dentro do seu quarto. Já nos dias quentes a velocidade mais forte parece um absoluto silêncio. Não sei se há lei da física para explicar isso, mas o barulho do ventilador é o suficiente para mostrar se ele está na velocidade certa.

Você percebe...

... que está ficando velho quando sai para jogar bola com os amigos e, apesar de, ter jogado só uns 15 minutos, acorda no dia seguinte como se tivesse sido caído de uma escada e depois atropelado por mamutes. Quando você tinha 16 anos, você podia ficar meses sem fazer nada, e não sentia nada. E também nessa época, você jogava futebol as 4 da tarde. Em Cuiabá. Em Setembro. 45 graus e 15% de umidade do ar. E você jogava e ainda voltava pra casa a pé, andando quinze minutos debaixo do sol. Hoje se você saí de casa no calor, quando volta para casa está com pressão alta, dor de cabeça, tontura. E... oras, você só tem 22 anos, ainda.

Calor

E há um momento em que faz tanto calor, mas tanto calor, que parece que o calor deixa de existir. Talvez seja uma defesa do organismo, talvez seja uma perda de sentidos. Ou talvez seja o corpo que começa a derreter. E assim você vai virando água, tal qual Sheilla Mello.

Capivara

Estava eu em algum lugar de Várzea Grande. A rua sem testemunhas. Foi então que eu vi, lá longe, depois do quebra-mola, um cachorro atravessando a rua. Normal, como todos os cachorros atravessam a rua quando eles querem. Mas o cachorro atravessava de um jeito esquisito. Ou melhor, atravessava do único jeito que se pode atravessar, mas ele andava estranho. O carro foi se aproximando e eu pensando "caramba, que cachorro estranho". Cachorro redondo, estranho demais. Quando o carro já estava próximo, percebi que aquilo definitivamente não era um cachorro. Mas o que poderia ser? O que mais atravessa a rua, que não seja um cachorro? Foquei os olhos no animal, e quando cheguei mais perto percebi: era uma capivara. Pensei "caramba, uma capivara!". Porque capivaras atravessam a rua, logo ali? Não sei. Mas havia uma capivaram em meu caminho, caminho pelo qual não mais passarei. E nenhuma placa me avisou.

Andei Escutando

Ben Harper – White Lies for Dark Times : Por mais que eu tente, imagino que jamais irei gostar do Harper. O disco tem até boas músicas como Number with no name e Skin Thin , e não faz mal. Mas não consegue prender minha atenção. Não é o meu estilo. Brendan Benson – My Old Familiar Friends: Esse disco, apesar de bom, não terá a capacidade de aumentar a polêmica entre os fãs sobre qual disco de Brendan Benson é melhor. My Old Familiar Friends passa longe do anterior Alternative To Love e também de Lapalco . Mas tem boas músicas, com destaque para You Make a Fool Out on Me , Don’t wanna talk e Misery . Jesse Malin – The Fine Art of Self Destruction: O nome do disco é genial, convenhamos. “A fina arte da auto destruição”. A música título também é interessante. Assim com um outro par de canções deste disco. ( Brooklyn e Queen of the Underworld) . O grande problema do disco é a voz do Malin. Sua voz não tem potência e carisma suficiente para encorajar o ouvinte a escutar mais de uma ve

Ensaio de texto sobre o basquete

Vez por outra um jogo de futebol é decidido no último minuto. Mas no último minuto mesmo, naquela situação em que depois não há tempo para um suspiro. Quando isso acontece em um jogo decisivo é a melhor das vitórias e a maior das emoções. No basquete é diferente. O jogo ser decidido no último minuto é algo que acontece sempre. E nos jogos decisivos é ainda mais freqüente. E mesmo com a normalidade é sempre a maior das emoções. E a decisão no basquete não é necessariamente a cesta feita. É a cesta perdida no último lance, a roubada de bola decisiva. O Brasil ganhava da seleção de Porto Rico por 61x60 na final da Copa América, em Porto Rico. A diferença a favor do Brasil chegou a estar em 16 pontos. Faltam 11 segundos para acabar o jogo e o Brasil tem 4 segundos para tentar sua cesta. A jogada planejada falha e os porto-riquenhos têm sete segundos para tentar a cesta da vitória. A quadra é atravessada, a torcida de pé. A bola viaja até a cesta... e quica no aro e caí pra fora. No último

Funcionários não entram

Cheguei um pouco mais tarde ao hospital e não pude entrar por sua entrada principal, mas sim pela entrada do pronto atendimento. Passo pelas pessoas que esperam o pronto atendimento, passo pela sala de procedimentos e vejo uma porta com os seguintes dizeres “PROIBIDA A ENTRADA DE FUNCIONÁRIOS”. Pensei que tinha lido errado. Leio novamente e a frase continuava do mesmo jeito. Comecei a pensar então, mas como assim? Funcionários não podem passar por aquela porta? Ainda há o detalhe de que esta porta leva até o centro cirúrgico. Se alguém chega morrendo ao local o que os funcionários fazem?- Desculpa doutor, mas eu não posso passar por essa porta.

Andei lendo

Histórias de Cronópios e Famas, de Júlio Cortázar. Quando se lê o nome do livro a grande dúvida é “afinal, o que são cronópios”. Pois bem, a surpresa é que Famas, não é o que você imagina. O livro não fala sobre a fama, aquela dos artistas. Famas são seres criados por Cortázar, assim como os Cronópios e também as Esperanças, que foram cortadas do título. Mas todos esses seres são apenas uma parte do fantasioso livro, que na verdade é um livro sobre o nada. São pequenas histórias (não só sobre cronópios e famas) sobre a alegria de se enviar uma pata de aranha para um ministro, a secretária possessiva, a família que distribuía bolas coloridas em uma agência do correio, o homem que vendia gritos e manuais de instruções para se subir uma escada, ou matar formigas em Roma. A graça do livro está na poética do autor. Pela mágica que faz com que qualquer frase soe bela, como se as palavras ali escritas estivessem atraídas por um magnetismo, de tal forma que seria impossível que essas palavras

Semáforos

Dizem que em Cuiabá 55% dos semáforos de Cuiabá são inteligentes. Ou seja, eles têm a capacidade de alternar o tempo em que eles ficam abertos, automaticamente. Se isso for verdade, semáforos são cruéis. Por pura vocação para praticar a maldade eles se alternam para fazer com que você sempre pegue um fechado pela sua frente. Paro na beira-rio. O sinal abre e avanço para pegar o semáforo do modelo fechado. Mais um pouco e lá está o da UFMT. O outro da UFMT, o do shopping. Enquanto houvesse semáforos em meu caminho, eu sei que eles sempre estariam fechados. Por uma simples questão de estatística me consideraria feliz se pegasse só metade deles fechados. E tudo por pura armação maniqueísta deles. Visto que eles são inteligentes.

Planos

Estava eu atravessando a rua rumo a um café, para comer algum salgado no fim da tarde. Sob a sombra de uma árvore que o nome eu não sei, ao lado de uma lanchonete de metal fechada e cheia de cheiro de gordura, estava um segurança. Vestia-se como os seguranças se vestem, com roupas pretas, tentando assumir uma discrição que o tamanho o impede. Conversava com uma pessoa, que não posso dizer o que era, mas chuto que é um flanelinha. Conversava como quem conversa sobre o tempo, ou o jogo de futebol de amanhã. - Estão falando que vão matar ele. - Acho que não. Ele mata antes. Segui reto rumo ao meu lanche. Não sei quem é que tinha seu possível assassinato discutido. Cuidado. Nesse exato momento, a sombra de alguma árvore podem estar planejando a sua morte. Ou discutindo se você morre ou mata antes.

Hospital

A capela de um hospital é o pior lugar do planeta. Ou, a pior atmosfera do planeta. Só de olhar lá para dentro é possível sentir as suplicas, os pedidos desesperados para que uma entidade superior consiga ir além do que a medicina consegue. Quem entra na capela não pede nada além de que a morte seja afastada. E cá estou eu no hospital em uma cadeira desconfortável. Provavelmente é a estratégia para que os acompanhantes dos pacientes procurem logo um ortopedista para dar um jeito na coluna. E o hospital é uma certa bagunça. O centro cirúrgico fica de frente para o elevador social. Então é normal que ao descer para o saguão você dê de cara para pessoas prestes a serem operadas ou logo após a operação. E o elevador de serviço fica do lado do elevador social (normal) mas qual não é minha surpresa a ver que operados são transportados pelo elevador social? Pelo menos passo longe da capela.

O começo

Faz algum tempo, diria que bastante tempo até, que ensaio começar com esse blog. Ele foi criado algum tempo atrás. Aliás, há bastante tempo. Imagino que há dois anos ele esteja por aqui com esse aspecto azulado e vazio. Já imaginei vários textos, já comecei alguns textos, mas nunca tive coragem de postar algum. Por quê? Basicamente porque eu já posto no CH3. E nos últimos tempos dada a freqüência do blog e a necessidade de eu postar quase sempre, a linha editorial (se assim posso dizer) mudou. O blog já tem lugar para alguns textos que possam não ser assim tão engraçados, ou que sejam um pouco mais pessoais. E eu gosto de postar no CH3. Postarei ainda durante muito tempo, imagino eu. Mas mesmo assim, existem coisas sobre as quais eu gostaria de falar que não cabem por lá. Eu gosto de escrever sobre as músicas que escuto, os livros que leio, os filmes que vejo, os jogos que eu assisto. E isso não tem lugar no CH3. Não adiantaria de nada eu escrever que gostei de tal disco, odiei tal fil