Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2013

Santos

Gilmar; Djalma Santos, Bellini e Nilton Santos; Orlando, Zito; Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagallo. Acrescente De Sordi, titular nos cinco primeiros jogos da campanha, ausente apenas da final. O primeiro a partir foi Garrincha, vítima do alcoolismo em 1980. Didi, o melhor jogador da copa de 58, morreu de câncer 2001. O artilheiro Vavá sofreu um infarto em 2002 e em 2010 foi a vez de Orlando. Já 2013 foi cruel. Djalma Santos invejava pela sua saúde, mas não resistiu a uma pneumonia em 23 de julho. No dia 24 de agosto De Sordi morreu e Gilmar também se foi no dia seguinte. E na última quarta-feira, 27 de novembro, Nilton Santos morreu aos 88 anos. A Enciclopédia do Futebol, o maior lateral esquerdo de todos os  tempos, um revolucionário da posição. De tantas jogadores do passado, Nilton Santos é um daqueles que sempre me pareceu uma entidade. Poucas vezes um jogador foi tão unânime, ainda mais em uma posição coadjuvante do futebol. Nos últimos anos sofria com o Alzheimer e finalm

Balanço da Temporada 2013 da Fórmula 1

A temporada 2013 da Fórmula 1 terminou ontem em Interlagos, em uma corrida que resumiu o que foi a temporada. Sebastian Vettel dominante, em uma Red Bull dominante, com Fernando Alonso fazendo seus milagres e a Mercedes fogo de palha. Abaixo, uma avaliação da atuação dos pilotos em 2013. Sebastian Vettel: Temporada consagradora. Igualou o recorde de vitórias em uma temporada, com a incrível sequência de nove vitórias nas últimas nove corridas. Mais, venceu 11 das últimas 13 corridas do ano, massacrando a concorrência após um começo de temporada equilibrado. Quando a Red Bull não está bem, Vettel corre para os pontos e não se afasta dos líderes. Quando a Red Bull está bem, não dá para ninguém. Muitas de suas nove vitórias finais foram conseguidas de maneira humilhante, abrindo uma vantagem esmagadora sobre a concorrência logo no começo, para depois administrar o resultado. (A corrida de Cingapura foi especialmente humilhante, ele era 2 segundos mais rápido por volta em relação aos out

Memórias do GP do Brasil

Acompanha Fórmula 1 desde quando tinha quatro anos, ou seja, desde 1991. Nesse período então, já acompanhei 22 temporadas, 22 grandes prêmios disputados no Brasil. O que será disputado amanhã, será o 23º, no fechamento da 23ª temporada. A corrida no Brasil sempre é um evento especial, daqueles que até quem liga mais ou menos para as corridas acaba acompanhando. Até porque, a corrida sempre acontece ali, bem perto da hora do almoço. A seguir, minhas memórias sobre essas 22 corridas (quando elas existirem). 1991: Lembro de ter assistido a corrida e de que Ayrton Senna a venceu. Mas, sinceramente, não lembro de mais nada, sobre a situação da corrida. Acredito que estou cheio de memórias adquiridas sobre o problema no câmbio, a rodada do Mansell, a perseguição do Patrese, a chuva. Mas, da hora mesmo, não lembro de nada. 1992: Mansell ganhou de maneira fácil. Mas não tenho nenhuma recordação em especial. 1993: Agora sim me lembro bem. Prost liderava, a Williams tinha um carro de out

Os ninfomaníacos do 401

- Nesse banheiro dá para escutar tudo o que as outras pessoas fazem no quarto do lado - comentei com minha namorada. - Sim, escutei eles fazendo sexo. - Bem... deviam ser outros hóspedes, porque eu escutei uma mãe conversando com a filha em espanhol. Bem, pelo menos era melhor imaginar isso. Não era agradável pensar em pais que faziam sexo no banheiro enquanto a filha lia gibi no quarto. A noite, escutei uma pessoa assoando o nariz e uma voz falando em português. Cheguei a conclusão de que a janela do banheiro dava acesso a uma espécie de duto de ar, que ligavam vários banheiros daquele lado do hotel. Assim sendo, existia um quarto com um casal fazendo sexo, outro com uma menininha falando em espanhol com a mãe, outro com pessoas assoando o nariz e por aí vai. Estávamos no quarto andar do Hotel London Palace, na calle Rio Negro em Montevidéu. Bem localizado no centro da cidade, com quartos confortáveis e um café da manhã sensacional. Sofre com os banheiros, que ficam encharcados

Sobre o turismo lá e aqui

Estava ano passado em João Pessoa, simpática capital da Paraíba. Entre as indas e vindas para a praia, planejávamos conhecer também as outras atrações da cidade, como o Centro Histórico, o Farol de Cabo Branco e o Bolero do Ravel de Jurandir do Sax na Praia do Jacaré. Perguntamos sobre como ir até esses locais no hotel (ótimo hotel, aliás) e recebemos uma lista de uma empresa turística, com o valor dos passeios para vários lugares. Quer conhecer o belo centro histórico de João Pessoa? Contrate um passeio Depois, acabamos conhecendo um taxista muito gente boa, que nos levou para um City Tour mais em conta e ainda nos disse qual ônibus poderíamos pegar para chegar até o Farol do Cabo Branco. No Brasil, o turismo vive muito nessa cultura do passeio. Para tudo há um passeio. Em João Pessoa mesmo, não conseguíamos ficar um minuto na praia sem que aparecesse alguém oferecendo um passeio para as praias do sul, um passeio até recifes no meio do mar. Passeios, passeios. Tudo bem, eu s

O amor ao clube e o preço do ingresso

Aproximadamente 37 mil pessoas, 32 mil pagantes, empurraram o Fluminense para um vitória dramática contra o São Paulo. O resultado é fundamental para as ambições do clube carioca de escapar do rebaixamento para a segunda divisão. Antes contra o Náutico, em uma quinta-feira de véspera de feriado, 26 mil pessoas também compareceram ao Maracanã em outra vitória. O público de cerca de 30 mil pessoas pode não ser bom o suficiente, uma vez que o Maracanã comporta mais de 70 mil torcedores. Mesmo assim, as 56 mil pessoas que pagaram ingresso para ver os dois últimos jogos do Fluminense, praticamente dobraram a média de público dos confrontos anteriores do tricolor carioca. O motivo para isso? O preço do ingresso caiu drasticamente, para 10 reais. O motivo desse preço? Justamente a luta da equipe contra o rebaixamento e a necessidade de lotar o estádio. Na reta final do Brasileirão 2013, podemos observar um fenômeno interessante. A presença marcante e apaixonada da torcida das equipes que

Vicente Lenílson, o outsider

A imagem é famosa e é um dos grandes momentos do esporte brasileiro. Final do revezamento 4x100 nos jogos olímpicos de Sidney em 2000. Claudinei Quirino recebe o bastão na terceira colocação e em uma arrancada fulminante, ultrapassa os cubanos e conquista o segundo lugar para os atletas brasileiros. Na madrugada brasileira eu comemorei. Em uma edição olímpica na qual o Brasil decepcionou, sem nenhuma medalha de ouro, a prata no revezamento foi o grande momento nacional. Confira a emocionante narração. A arrancada de Quirino simbolizou a conquista. Ele era de fato o principal corredor brasileiro e sua arrancada eclipsou a atuação de André Ribeiro, responsável por colocar o Brasil na briga pela medalha. Eclipsou ainda mais a atuação dos outros dois atletas, Édson Luciano e Vicente Lenílson, o responsável pela partida e que correu a final com uma lesão na virilha. Minha memória esportiva sempre me fez lembra do nome de Vicente. Encontrei-o neste feriado da proclamação da república,

O Uruguai de Pepe Mujica

Nos últimos tempos, José “Pepe” Mujica se transformou em um ícone mundial. Simpático, carismático, com boas ideias e discursos bons e bonitos, Mujica parece ser aquele avô que todos nós gostaríamos de ter, o professor que queríamos ter encontrado em algum momento, uma pessoa com quem poderíamos tomar um café e filosofar sobre a vida. Acontece que este alguém está na presidência de um país, o pequeno Uruguai, o que dá projeção mundial as suas falas. Aconteceu no épico discurso feito na ONU. Enquanto todos discutiam questões chatas, Mujica perguntava, afinal, o que queremos da vida? Mujica é um presidente incomum. Para começar, é assumidamente ateu. Não se veste com a pompa e circunstância que qualquer auxiliar de vereador tem. Utiliza suas botas velhas e seu casaco surrado. Dispensou a residência oficial dos presidente para continuar morando em sua chácara nos arredores de Montevideo ao lado de sua mulher e de uma cadela manca, enlouquecendo os seguranças. Pepe dispensa protocolos e

"Belos Dias", bela tarde para alguns

Compramos nossos ingressos e nos sentamos em um banquinho, esperando pelo início da sessão. Começamos a olhar em nossa volta e percebemos que estávamos cercados por velhinhos e velhinhas. Eles já estavam lá quando entramos na Reserva Cultural em São Paulo, mas não tínhamos percebido o fato. Aos poucos, fomos nos dando conta de que eles também estavam esperando o início da sessão de "Os Belos Dias" (Les Beaux Jours), da diretora francesa Marion Vernoux. Se tivéssemos analisado bem o cartaz... Se há alguma coisa fascinante em São Paulo é a oferta de programas culturais que a cidade oferece, ainda mais para quem mora na distante Cuiabá. Tudo bem que cabem 20 Cuiabás dentro de São Paulo, mas não deixa de ser impressionante perceber que a capital paulista tem mais salas dedicadas aos cinema fora do circuito do que todas as salas de Cuiabá para os blockbuster. Se lá é possível escolher onde ver um filme grego, aqui temos que torcer para que um filme melhorzinho seja exibid

Arte Moderna

Logo ao entrar no primeiro andar de exposições do Pavilhão da Bienal no Parque do Ibirapuera em São Paulo, nos deparamos com um pequeno espaço vazio onde um segurança estava sentado, olhando entediado para o chão. Comentei com minha namorada "veja só, esse segurança representa toda a monotonia da sociedade moderna diante do trabalho maçante". Bem, era uma brincadeira, o guarda não participava da exposição, ou como eles dizem, não representava uma instalação. Mas, até que poderia. Entre os fatos que ocorrem no ano da graça de 2013, a Bienal de Arte de São Paulo não está incluída, porque ela acontece nos anos pares desde 1994. Antes, ela era realizada nos anos ímpares, mas por algum motivo, o amaldiçoado ano de 1993 não organizou a mostra. No entanto, neste ano de 2013 eles resolveram organizar uma compilação, um Best Of, um Greatest Hits com tudo o que aconteceu nas 30 edições da Bienal que já foram organizadas. Tanto, que o nome da mostra é 30 x Bienal. O x significando &qu

O fator uruguaio

O Uruguai definitivamente não tem mais dinheiro do que o Brasil. Não teria espaço para isso, mão de obra, nem nada. O Uruguai tem apenas bois que produzem uma carne admirada no mundo inteiro, além de inúmeros produtos derivados do leite. O doce de leite uruguaio é fenomenal. O queijo também. E o iogurte. Pouco falado, mas que não existe nada parecido a isso no Brasil. Tomar um iogurte brasileiro após um uruguaio chega a ser decepcionante. Enfim, o Uruguai sabe cuidar do seu gado. Ah, eles também tem vinhos. O Uruguai não tem dinheiro, apesar de uma pesquisa revelar que o cidadão médio uruguaio é aquele que mais tem gastos com supermercado em um ano. Uma taxa muito maior do que a de qualquer outro país da América do Sul e isso talvez explique a sensação de que tudo saí muito caro no Uruguai, mesmo com um real valendo nove vezes mais do que um peso uruguaio (acho que isso tem a ver com o fato de que os uruguaios descobriram o turismo, principalmente o turismo brasileiro). Mas, enfim no