Fui buscar o que escrevi sobre a França ao longo do torneio. Na abertura contra a Austrália destaquei o jogo que ficaria mais marcado pela estreia do VAR, pois a impressão é de que a França não havia encaixado o jogo. De fato, vitória por 2x1, com gol de pênalti duvidoso e gol contra. Contra o Peru, falei que a França jogava um futebol decepcionante, o que era verdade. Depois veio a melancolia do jogo contra a Dinamarca. Nas oitavas de final veio o despertar francês, com momentos de bom futebol, mas com mais dificuldade do que deveria ter tido. Contra o Uruguai e Bélgica duas vitórias pragmáticas, com cara de time campeão.
A França é provavelmente a campeã que menos teve momentos de empolgação desde que eu acompanho futebol. Os momentos de brilho foram esparsos, duraram 15 minutos contra Peru, Argentina e hoje contra a Croácia. A forte defesa levou seis gols na Copa, o maior número desde a Itália de 1982. Mas, a França foi o time que, como diz Tite, soube sofrer. Quando levou gols, soube reagir rapidamente. (Demorou 19 minutos para marcar depois de sofrer gol da Austrália, em 20 minutos transformou um 1x2 em 4x2 contra a Argentina e arrumou um pênalti 10 minutos depois de sofrer o empate da Croácia).
A grande final foi mais uma atuação padrão dos franceses. Foram dominados no começo do jogo e a Croácia flertava com a zebra. Veio então a bola parada e Mandzukic acabou fazendo o gol contra. Perisic empatou o jogo e a Croácia seguia melhor, mas outra bola parada originou um pênalti assinado pelo VAR. A Croácia seguia melhor no começo do segundo tempo, fazendo Lloris trabalhar e caminhar para a luva de ouro.
Mas aí, dois ataques velozes originaram dois gols em duas grandes bobeadas de Subasic. O goleiro, herói dos pênaltis, acabou se transformando em um frangueiro na final. A Croácia diminuiu em bobeira enorme de Lloris, que jogou a luva de ouro fora e ficou com a taça FIFA. (sim, não há relação de troca).
A concentração de talentos da França compensou as oscilações. Quando Umtiti foi mal no começo da Copa, Varane comandou a zaga. Quando o zagueiro do Real Madrid falhou, o do Barcelona foi gigante. Pavard estava lá para corrigir outros erros. Lloris fez as duas defesas mais importantes da Copa. Hernández avançou poucas vezes, mas sempre com perigo. Kanté foi um monstrinho e, quando foi mal na final, Pogba foi um monstro. Regulares apenas Griezmann, sempre ajudando na marcação e servindo o ataque, e Giroud. Um poste. Quem defende a função tática dele está só arrumando desculpa para parecer que entende de futebol e vê coisas que os outros não são capazes.
Não foi de encher os olhos, mas foi constante. Em uma copa muito equilibrada, a França mereceu o título por ser a que teve menos momentos ruins para ser penalizada.
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Estatísticas francesas:
Teve mais posse de bola em três jogos: Austrália (51%), Dinamarca (62%) e Uruguai (58%). Terminou a final com 39%.
Só correu mais que os adversários nos jogos contra Peru e Argentina.
Só finalizou menos no gol adversário no jogo contra o Uruguai.
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