Pular para o conteúdo principal

O Fim do Playcenter

Foi no Playcenter que eu conheci o pânico. Fui andar na montanha russa e creio que esta já seja uma experiência ruim para uma criança de cinco anos. Mas, meu tio imaginou que seria uma boa ideia que eu fosse sentado na primeira fileira.

Aquelas tantas descidas me traumatizaram. Fiquei pálido, quase transparente quando voltei ao chão, depois de, sei lá, cinco horas de passeio na Montanha Russa. Não sei quanto tempo dura a volta, mas para mim, naquele dia, foi interminável. Creio que foi um dia inteiro.

Depois dessa experiência traumática, as pessoas relatam que eu fiquei assustado até na descida de um outro brinquedo. Levei anos para superar o trauma com a montanha russa, mas, digo que até hoje eu não vejo graça no negócio. Culpa daquele dia? Uma incompatibilidade de signos? Não sei.

De qualquer forma, o Playcenter era uma espécie de terra do sonho. Ir a São Paulo significava a possibilidade de ir ao Playcenter. Um ambiente de sonho, magia, aventuras e essas coisas todas que os publicitários dizem. Chegar em São Paulo e passar em sua frente, criava aquela sensação de "Ah! O Playcenter!", como se ele fosse um velho amigo.

O anúncio de que o parque irá fechar as suas portas, não mata as possibilidades de ir em todos aqueles brinquedos gigantes, assassinos, velozes e furiosos, porque eu não iria neles de qualquer forma. É apenas uma facada no passado.

Comentários

Postagens mais visitadas

Assim que vamos

A maior parte de nós se vai dessa vida sem saber o quão importante foi para a vida de alguém. Uma reflexão dolorida que surge nesses momentos, em que pensamos que gestos simples de respeito tendem a se perder, enquanto o rancor - este sim é quase eterno.

Top 8 - Discos favoritos que ninguém liga

Uma lista de 8 discos que estão entre os meus favoritos de todos os tempos, mas que geralmente são completamente ignorados pela crítica especializada - e pelo público também, mas isso já seria esperado.  1) Snow Patrol - Final Straw (2003) Sendo justo, o terceiro disco do Snow Patrol recebeu críticas positivas quando foi lançado, ou, à medida em que foi sendo notado ao longo de 2003 e 2004. Mas, hoje ninguém se atreveria a citar esta pequena obra prima em uma lista de melhores discos dos anos 2000 e a culpa disso é mais do que o Snow Patrol se tornou depois, do que da qualidade do Final Straw . Antes deste lançamento o Snow Patrol era uma desconhecida banda escocesa de raízes norte-irlandesas, tentando domar suas influências de Dinosaur Jr. na tradicional capacidade melódica no norte da Grã Bretanha. Em Final Straw eles conseguiram juntar algum barulho suave do shoegaze com guitarras influenciadas pelo lo-fi e uma sonoridade épica, típica do pós-britpop radioheadiano. O resultado ...

Lembranças de shows

(Não que eu tenha ido em muitos shows na minha vida. Até por isso é mais fácil tentar lembrar de todos para este post/arquivo) Os Headliners (ou, aqueles que eu paguei para ver) Oasis em São Paulo, estacionamento do Credicard Hall (2006) O Oasis estava retornando ao Brasil após cinco anos, mas era como se fosse a primeira vez para muita gente. As apresentações de 1998 encerraram um ciclo produtivo ininterrupto de seis anos e a banda estava em frangalhos. Depois vieram dois discos ruins, que transformaram a banda em um dinossauro. No meio disso, uma apresentação no Rock in Rio no dia do Guns N Roses. Ou seja, a banda não apareceu por aqui nas desastrosas turnês de 2000 e 2002 (Na primeira, Noel chegou a abandonar a banda após Liam duvidar da paternidade de sua primeira filha. A turnê do Heathen Chemistry foi um desastre, com Liam cantando mal - vários shows tiveram longas sessões solo de Noel - os pulsos de Andy White não dando conta da bateria e diversas datas canceladas, seja por far...