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Andei Escutando (38)


Bert Jansch (1965): Escutar Bert Jansch é aquela típica coisa que lhe dá um ar de superioridade. Uma conotação de exclusividade, com o charme intelectual que só o folk tem. Ainda mais em um disco gravado só com o violão e de maneira amadora. E, para melhorar, o disco é muito bom. Melhor que o mais famoso Nick Drake, por exemplo.
Melhores: Needle of Death e Oh How Your Love is Strong.

Cheap Trick (1977): Uma banda cheia de truques vagabundos e clichês de hard rock. Riffs pesados, visual caricato, guitarras de quatro (!!) braços. Chato pra caramba.
Melhores: Mandocello e Speak Now Or Forever Hold Your Peace.

Idlewild – Warning/Promisses (2005): O Idlewild é uma bandinha. Faz algumas músicas boas, competentes, mas sempre na zona de conforto, dando a impressão de que qualquer um seria capaz de fazer igual. Sem graça.
Melhores: I Want a Warning e As If I Hadn’t Slept.

Lou Reed – The Blue Mask (1982): Um disco bem pesado, Lou Reed parece desesperado enquanto canta. As músicas variam de medianas para boas, mas há Average Guy, uma espécie de hino instantâneo das pessoas normais, medianas.
Melhores: Average Guy e Heavenly Arms.



Rufus Wainwright – Release the Stars (2007): Talvez seja o melhor disco do Rufus Wainwright. Tem todas aquelas frescuras que ele coloca nos seus álbuns, mas um pouco mais dosadas, sem a sacanagem de colocar músicas em latim.
Melhores: Slideshow e Between My legs.

Ryan Adams – III/IV (2010): Não dá para não admirar a carreira de Ryan Adams e seus incontáveis discos lançados anualmente, semestralmente. O problema é que quase sempre o resultado é inconstante. É difícil esperar que este seu segundo disco duplo (que pela duração, poderia ser simples) e além do mais de sobras de estúdio (segundo da carreira), seja constante. Se tivesse umas 12 músicas talvez fosse genial. Mas será que a qualidade de Ryan Adams não está na quantidade?
Melhores: Stop Playing With My Heart e Typecast.

The Black Crowes – Warpaint (2008): O disco da volta dos corvos é o disco mais puxado para o blues. Aliás, é um disco de blues cru. Mediano.
Melhores: Wounded Bird e Goodbye Daughters of Revolution.

The Coral – Butterfly House (2010): Um trabalho medíocre. As qualidades do The Coral estão ali, mas o problema está na produção anos 80 do disco. O eco nos vocais é de doer.
Melhores: She’s Comin’ Around e Sandhills.

The Jesus & Mary Chain – Munki (1998): Munki é um disco com cara de disco de despedida, disco maldito, disco desiludido. Eles odeiam ou amam o Rock ‘n’ Roll? Não sei, mas algumas músicas dão motivos para que você os ame (outras para que você odeie).
Melhores: Black e I Hate Rock ‘n’ Roll.



The Soundtrack of Our Lives – Communion (2008): 24 músicas sem brilho. Talvez seja o disco duplo mais cansativo que eu já escutei, competindo ali com o Stadium Acadium do Red Hot Chili Peppers.
Melhores: Without Warning e Thrill Me.

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