E quando percebi, já não tinha como voltar atrás.
Desde pequeno sempre tive um problema com argumentações. Não que eu não conseguisse criar um argumento. Mas quando eu pensava em algum eu sempre pensava na resposta de algum opositor. Onde é que meu argumento era fraco e que alguém poderia derrubá-lo. Passava então a pensar naonde é que eu poderia corrigir essa falha, e na possível falha dessa correção. Quando ia perceber, já estava perdido em devaneios argumentativos.
Fazer minha monografia foi uma complicação, pois imaginava a cada parágrafo o momento em que minha tese se mostraria fraca.
A única solução era chegar até um ponto em que eu pensasse que quem pudesse discordar de mim, jamais perceberia essa falha. E geralmente não percebem, ou apontam uma outra falha, que para mim não era falha.
Então, eu sofria para fazer textos, até o momento em que ela não permitisse dubiedades ou contra-argumentações. Ou então eu poderia simplesmente não fazer nada.
Quantas vezes já não fui dormir, meio revoltado com coisas que li e discordei absurdamente. Vezes em que cheguei a pensar em escrever, e até comecei, sobre minha discórdia do que o autor havia escrito. Mas sempre desistia, por pensar que meus argumentos contrários seriam facilmente derrubados. É um dilema a certeza de que você dificilmente terá a certeza.
Abdiquei de escrever comentários em blogs da internet. Porque geralmente penso que eles serão mal interpretados, e a internet é o melhor lugar para interpretações ruins.
E ai está o mal da minha ironia. Quando vejo, fui irônico e nem percebi. E para tentar fugir de discussões áridas sempre tento fazer um comentário leve e bem humorado. Só que quase sempre uso a ironia.
Minha ironia é quase sempre má interpretada. Quando escrevo seriamente, as pessoas pensam que é uma brincadeira. E quando escrevo uma ironia, logo as pessoas pensam que é sério.
Escrevo e reescrevo o que quero dizer, para eliminar a possibilidade da dúvida. E chegava o momento em que eu penso que finalmente consegui. As vírgulas no lugar certo e os pensamentos organizados de tal modo que não haja espaço para erros.
Mas logo mudo de idéia. Percebo que fatalmente alguém achará que escrevi seriamente, e minha ironia será transformada em uma verdade argumentativa que há de ser derrubada. E aí, não há mais a possibilidade de apagar aquilo.
Sim, eu sei que no fundo ninguém nem ira prestar atenção.
Desde pequeno sempre tive um problema com argumentações. Não que eu não conseguisse criar um argumento. Mas quando eu pensava em algum eu sempre pensava na resposta de algum opositor. Onde é que meu argumento era fraco e que alguém poderia derrubá-lo. Passava então a pensar naonde é que eu poderia corrigir essa falha, e na possível falha dessa correção. Quando ia perceber, já estava perdido em devaneios argumentativos.
Fazer minha monografia foi uma complicação, pois imaginava a cada parágrafo o momento em que minha tese se mostraria fraca.
A única solução era chegar até um ponto em que eu pensasse que quem pudesse discordar de mim, jamais perceberia essa falha. E geralmente não percebem, ou apontam uma outra falha, que para mim não era falha.
Então, eu sofria para fazer textos, até o momento em que ela não permitisse dubiedades ou contra-argumentações. Ou então eu poderia simplesmente não fazer nada.
Quantas vezes já não fui dormir, meio revoltado com coisas que li e discordei absurdamente. Vezes em que cheguei a pensar em escrever, e até comecei, sobre minha discórdia do que o autor havia escrito. Mas sempre desistia, por pensar que meus argumentos contrários seriam facilmente derrubados. É um dilema a certeza de que você dificilmente terá a certeza.
Abdiquei de escrever comentários em blogs da internet. Porque geralmente penso que eles serão mal interpretados, e a internet é o melhor lugar para interpretações ruins.
E ai está o mal da minha ironia. Quando vejo, fui irônico e nem percebi. E para tentar fugir de discussões áridas sempre tento fazer um comentário leve e bem humorado. Só que quase sempre uso a ironia.
Minha ironia é quase sempre má interpretada. Quando escrevo seriamente, as pessoas pensam que é uma brincadeira. E quando escrevo uma ironia, logo as pessoas pensam que é sério.
Escrevo e reescrevo o que quero dizer, para eliminar a possibilidade da dúvida. E chegava o momento em que eu penso que finalmente consegui. As vírgulas no lugar certo e os pensamentos organizados de tal modo que não haja espaço para erros.
Mas logo mudo de idéia. Percebo que fatalmente alguém achará que escrevi seriamente, e minha ironia será transformada em uma verdade argumentativa que há de ser derrubada. E aí, não há mais a possibilidade de apagar aquilo.
Sim, eu sei que no fundo ninguém nem ira prestar atenção.
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