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Diários de Pizzas

Quando eu era pequeno me lembro de sempre ir comer pizza na Torre de Pisa. E o pedido era sempre o mesmo. Meia escarola e meia portuguesa. Tal qual eu sempre pedia Gato Frio quando ia no Komilão, ou Carioca quando ia no Alaska. Eu não era uma criança receptiva a idéia de mudanças.

Por anos comi esses sabores e imagino que sejam minhas pizzas preferidas até hoje. Aliás, no geral eu abomino escarola, mas como era, e ainda é boa a escarola de lá.

Com o tempo mudei para o Edlus. E as pizzas que eu comia não eram tão boas por lá. Acabei descobrindo então a pizza Genovesa. Que se transformou em minha paixão. Por anos me entreguei àquela pizza com presunto fatiado, creme de leite e ervilha. Algumas experiências foram feitas ligando na Roma, até na Mafia. Eram boas pizzas, mas nada como a minha velha genovesa.

Comi pizzas em todo o Brasil. Comi em Campinas, Gramado e Iguaba Grande. Comi pizzas em Barcelona e Montevideu. As pizzas paulistanas que são quase sempre iguais. Comi mais pizzas em casa do que na rua. Descobri que pizzas na manhã seguinte são ainda melhores.

O Edlus fechou e eu nunca mais comi uma pizza genovesa digna de nota. Desisti de tentar nos lugares para não provar o sabor da frustração da pizza não correspondida.

Mas hoje sou adepto de vários sabores. Minhas preferidas são as que tem presunto moído, mas não desprezo as tradicionais Muzzarela e Calabresa quando vão no rodizio. Abomino as invenções de pizzas de estrogonofe ou picanha. Aprecio as doces, com exceção a Pizza Califórnia, que eu acredito que seja uma aberração.

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