Pular para o conteúdo principal

Memórias de Copa do Mundo (7)

As memórias desta Copa do Mundo. O que eu não irei esquecer.

Não irei me esquecer do primeiro gol da copa, marcado por Tshabalala. A bola lançada, a velocidade do camisa 8 e toda a expectativa de que a África do Sul conseguiria marcar o seu gol. E então o belo chute, o golaço para concretizar os sonhos. Ele chutou com a força de um país inteiro. Depois veio a frustração com o gol de empate, mas o gol de Tshabalala é inesquecível.

As defesas do goleiro Enyeama. Seu duelo particular com Messi e suas três defesas brilhantes. Outros milagres operados contra a Grécia, até a sua falha no gol que decretou a derrota nigeriana. Depois, o seu choro com a falha. Ele não merecia.

Também não me esquecerei dos duelos perdidos por Messi. O melhor do mundo tentou várias vezes e quase marcou um golaço por jogo. Quase. Não era para ele ter feito os gols mesmo.

A falha bizonha de Robert Green.

O tormento de ter assistido Eslovênia e Argélia na manhã seguinte ao dia dos namorados.

Não me esquecerei dessa seleção alemã. Da violência com que atacava seus adversários e como os detonava no dia em que estava inspirada. A habilidade displiscente de Özil, o jogo elegante de Schweinsteiger e a estrela de Thomas Müller.

O comovente choro de Jong Tae-Se durante o hino nacional norte-coreano no jogo contra o Brasil.

Da atuação de Diego Forlán no jogo contra a África do Sul. Recuado para o meio de campo ele armou o time e finalizou. Não me esquecerei da copa que Forlán fez. O jogador dessa copa que entra para o meu time dos sonhos das copas. Ao lado de Hagi, Bergkamp... Forlán já é uma lenda.

A comemoração de Milan Jovanovic no seu gol contra a Alemanha. A corrida rumo a torcida e o pulo no fosso. Um gol histórico para uma nação que parece finalmente ter se livrado das tensões separatistas.

Dos gols estadunidenses, conquistados nos finais das partidas. O monte humano sobre Donovan, a euforia de uma classificação histórica e heróica. Donovan, outro pequeno mito das copas.

O sensacional e irregular gol de Luis Fabiano. A ajeitada no braço, os dois chapéus, nova ajeitada no braço e a finalização furiosa. O gol mais belo e irregular do torneio. O juiz validou o gol por uma licença poética. Ou talvez por ter ficado impressionado com o lance e não ter percebido a irregularidade. Na hora, eu também não percebi, na tensão em saber se aquilo realmente estava acontecendo.

O gol que Yakubo perdeu, com o corpo posicionado, o gol vazio e na risca da pequena área. Impressionante.

O drama italiano contra a Eslováquia. A bola que talvez tenha entrado, o gol perdido por Pepe e a incredulidade. Não era possível acreditar que a Itália cairia logo ali. Cada gol eslovaco parecia matar a Itália e cada gol italiano parecia fazer que o impossível era possível. Não era.

O jogo entre Alemanha e Inglaterra. Talvez o maior jogo de Copa do Mundo que eu já tenha visto na minha vida. O começo arrasador, a reação inglesa, o não-gol, a bola no travessão e a morte nos contra-ataques.

Neste jogo, jamais me esquecerei do não-gol de Frank Lampard. O lance mais histórico da competição. Daqueles que nos fazem duvidar se aquilo acreditou. É muita coincidência histórica para ser verdade.

A mão de Luiz Suárez salvando o gol da classificação ganesa em cima da linha, depois de um bate e rebate incrível no último minuto. O pênalti marcado e a expulsão de Suárez. O seu choro e depois a sua explosão com a bola de Asamoah Gyan batendo no travessão, caprichosamente.

O choro de Gyan depois da desclassificação ganesa nos pênaltis.

Os pênaltis perdido por Óscar Cardozo e por Xabi Alonso num espaço de 4 minutos.

O gol de Maxi Pereira nos acréscimo do jogo contra a Holanda e a tensão de um empate histórico que não veio.

A bola de Forlán batendo no travessão, no último lance do jogo contra a Alemanha.

O gol de Iniesta, para acabar com todos os estigmas sobre a seleção espanhola. A derrota da violência holandesa.

Comentários

Postagens mais visitadas

Assim que vamos

A maior parte de nós se vai dessa vida sem saber o quão importante foi para a vida de alguém. Uma reflexão dolorida que surge nesses momentos, em que pensamos que gestos simples de respeito tendem a se perder, enquanto o rancor - este sim é quase eterno.

Top 8 - Discos favoritos que ninguém liga

Uma lista de 8 discos que estão entre os meus favoritos de todos os tempos, mas que geralmente são completamente ignorados pela crítica especializada - e pelo público também, mas isso já seria esperado.  1) Snow Patrol - Final Straw (2003) Sendo justo, o terceiro disco do Snow Patrol recebeu críticas positivas quando foi lançado, ou, à medida em que foi sendo notado ao longo de 2003 e 2004. Mas, hoje ninguém se atreveria a citar esta pequena obra prima em uma lista de melhores discos dos anos 2000 e a culpa disso é mais do que o Snow Patrol se tornou depois, do que da qualidade do Final Straw . Antes deste lançamento o Snow Patrol era uma desconhecida banda escocesa de raízes norte-irlandesas, tentando domar suas influências de Dinosaur Jr. na tradicional capacidade melódica no norte da Grã Bretanha. Em Final Straw eles conseguiram juntar algum barulho suave do shoegaze com guitarras influenciadas pelo lo-fi e uma sonoridade épica, típica do pós-britpop radioheadiano. O resultado ...

Lembranças de shows

(Não que eu tenha ido em muitos shows na minha vida. Até por isso é mais fácil tentar lembrar de todos para este post/arquivo) Os Headliners (ou, aqueles que eu paguei para ver) Oasis em São Paulo, estacionamento do Credicard Hall (2006) O Oasis estava retornando ao Brasil após cinco anos, mas era como se fosse a primeira vez para muita gente. As apresentações de 1998 encerraram um ciclo produtivo ininterrupto de seis anos e a banda estava em frangalhos. Depois vieram dois discos ruins, que transformaram a banda em um dinossauro. No meio disso, uma apresentação no Rock in Rio no dia do Guns N Roses. Ou seja, a banda não apareceu por aqui nas desastrosas turnês de 2000 e 2002 (Na primeira, Noel chegou a abandonar a banda após Liam duvidar da paternidade de sua primeira filha. A turnê do Heathen Chemistry foi um desastre, com Liam cantando mal - vários shows tiveram longas sessões solo de Noel - os pulsos de Andy White não dando conta da bateria e diversas datas canceladas, seja por far...