Pular para o conteúdo principal

Na noite do dia 12/06, parte 2 (Vanguart)

Para o público de Cuiabá, o Vanguart é como aquela menina bonita e inteligente da época do colégio. Ela chamava a atenção por onde passava, muitos eram apaixonados por ela, mas se mantinha algum desprezo. Ela não poderia ser tudo isso. Anos depois, ela foi embora para uma cidade maior. No Facebook você vê que ela está ainda mais bonita, rodeada de pessoas legais e que agora ela não faz mais parte do seu mundo.

Na noite desse dia 12/06 o Vanguart tocou no Sesi Papa, em Cuiabá após sabe-se lá quantos anos. Depois de uma época em que a banda tocava em qualquer canto da cidade, um show deles se transforma em um pequeno evento.

Em meados de 2007 eu vi o Vanguart tocando no saguão do Instituto de Linguagens da UFMT. O saguão estava apinhado de pessoas que acompanharam o grupo em uma apresentação de vinte e poucos minutos, durante o intervalo. Tocaram seus clássicos de então, sem glamour, sem palco, no chão. Ali quase todo mundo tinha alguma relação com a banda. O Hélio tinha namorado a amiga de alguém, o guitarrista foi meu colega de sala nas aulas de Teoria da Comunicação, você via o baixista pregando cartazes nos murais.

Agora, em 2014, o grupo se apresentou em um espaço maior, mas que era um enorme saguão do Instituo de Linguagens. Por onde você andava encontrava colegas de sala, calouros, veteranos, pessoas de outros cursos. Uma sensação familiar.

Já a banda, realmente não era mais a mesma. O som da banda soa muito melhor agora, ao vivo. O show ainda se realiza numa espécie de transe com a plateia, mas as músicas eram novas. Músicas de uma nova fase que, muitos alis, não conheciam direito mesmo. Apesar de serem ótimas músicas.

Não é a toa que os grandes momentos do disco foram com aquelas músicas antigas, como Cachaça, Los chicos de Ayer e, principalmente, Semáforo. Um momento de comunhão entre público e banda, quando todos os amigos cantaram juntos e por um momento voltaram a se sentir em 2007.

O show terminou com um cover de Raul Seixas e a banda se despediu até sabe-se lá quando. Como a menina mais bonita do colégio que veio passar as férias e agora vai voltar para o seu mundo.

Comentários

Postagens mais visitadas

Assim que vamos

A maior parte de nós se vai dessa vida sem saber o quão importante foi para a vida de alguém. Uma reflexão dolorida que surge nesses momentos, em que pensamos que gestos simples de respeito tendem a se perder, enquanto o rancor - este sim é quase eterno.

Top 8 - Discos favoritos que ninguém liga

Uma lista de 8 discos que estão entre os meus favoritos de todos os tempos, mas que geralmente são completamente ignorados pela crítica especializada - e pelo público também, mas isso já seria esperado.  1) Snow Patrol - Final Straw (2003) Sendo justo, o terceiro disco do Snow Patrol recebeu críticas positivas quando foi lançado, ou, à medida em que foi sendo notado ao longo de 2003 e 2004. Mas, hoje ninguém se atreveria a citar esta pequena obra prima em uma lista de melhores discos dos anos 2000 e a culpa disso é mais do que o Snow Patrol se tornou depois, do que da qualidade do Final Straw . Antes deste lançamento o Snow Patrol era uma desconhecida banda escocesa de raízes norte-irlandesas, tentando domar suas influências de Dinosaur Jr. na tradicional capacidade melódica no norte da Grã Bretanha. Em Final Straw eles conseguiram juntar algum barulho suave do shoegaze com guitarras influenciadas pelo lo-fi e uma sonoridade épica, típica do pós-britpop radioheadiano. O resultado ...

Lembranças de shows

(Não que eu tenha ido em muitos shows na minha vida. Até por isso é mais fácil tentar lembrar de todos para este post/arquivo) Os Headliners (ou, aqueles que eu paguei para ver) Oasis em São Paulo, estacionamento do Credicard Hall (2006) O Oasis estava retornando ao Brasil após cinco anos, mas era como se fosse a primeira vez para muita gente. As apresentações de 1998 encerraram um ciclo produtivo ininterrupto de seis anos e a banda estava em frangalhos. Depois vieram dois discos ruins, que transformaram a banda em um dinossauro. No meio disso, uma apresentação no Rock in Rio no dia do Guns N Roses. Ou seja, a banda não apareceu por aqui nas desastrosas turnês de 2000 e 2002 (Na primeira, Noel chegou a abandonar a banda após Liam duvidar da paternidade de sua primeira filha. A turnê do Heathen Chemistry foi um desastre, com Liam cantando mal - vários shows tiveram longas sessões solo de Noel - os pulsos de Andy White não dando conta da bateria e diversas datas canceladas, seja por far...