Pular para o conteúdo principal

Copa 2014: Grupos A e B, 1ª Rodada

Quatro jogos interessantes abriram a Copa do Mundo no Brasil.

Brasil 3x1 Croácia
O Brasil não jogou bem em sua estreia na Copa. Dependeu demais da individualidade do Neymar e o sistema defensivo esteve inseguro. Precisou de uma enorme ajuda da arbitragem que marcou um dos pênaltis mais ridículos da história, por mais que a FIFA e o Fred falem o contrário. Pênalti marcado justamente em um momento em que a Croácia jogava melhor. Pênalti tão roubado que até tirou a graça da partida e ofuscou o belo gol de Oscar, em boa partida. Daniel Alves precisa jogar mais, Thiago Silva precisa ficar mais atento e Paulinho e Hulk precisam jogar bola. A Croácia mostrou um time técnico e deve melhorar com a volta de Mandzukic. No entanto, a escalação de três meias habilidoso é linda, mas ainda precisa de ajustes. Talvez seja o caso de colocar alguém mais marcador, deixar a saída de bola nos pés de Rakitic e aprozimar Modric dos jogadores mais ofensivos.
Melhor jogador: Neymar

México 1x0 Camarões
Os mexicanos superaram a desconfiança por uma série de partidas ruins e jogaram bem. Certo que o time camaronês se confirmou como uma equipe fraca, um amontoado de volantes e zagueiros viris que não conseguem acionar o ataque direito. Giovani dos Santos jogou muito bem e teve dois gols legais anulados, os articuladores Guardado e Herrera foram bem e a vitória poderia ser mais fácil se não fosse a arbitragem. México e Croácia tem tudo para fazer um bom jogo na briga pela segunda vaga do grupo, enquanto Camarões deve ir pra casa logo.
Melhor jogador: Giovani dos Santos

Espanha 1x5 Holanda
Nem o mais pessimista dos espanhóis, nem o mais otimista dos holandeses imaginaria esse resultado. Ainda mais até os 40 minutos do primeiro tempo, quando a Espanha não era brilhante mas ameaçava encurralar a Holanda, com sua troca de passes e Xavi surpreendentemente bem. O peixinho sensacional de Van Persie mudou o jogo e a Holanda massacrou no segundo tempo, em jornadas impressionantes de Van Persie, Robben e Daley Blind - ótimo lateral esquerdo. Os holandeses superaram a desconfiança e mostraram que podem ir longe, com um time de garotos que faz o jogo sujo para o trio experiente decidir - o outro é Sneijder, em jornada discreta. A Espanha precisa mudar. O time não teve pernas no segundo tempo e Vicente del Bosque tem que animar o time. Parece claro que Xavi e Xabi Alonso não dão mais conta da armação e criação e deixam Iniesta sobrecarregado. Talvez seja o caso de apostar em Javi Martínez, o volante/zagueiro que pode dar mais consistência defensiva sem prejudicar a saída de jogo. Juanfran, lateral-direito conservador, mas eficiente, pode ser outra boa saída. Diego Costa não foi bem, mas o gol perdido por Fernando Torres no fim do jogo mostra que ainda é preciso investir nele.
Melhor jogador: Robbie van Persie

Chile 3x1 Austrália
Os chilenos viveram 15 minutos mágicos na Arena Pantanal. O estádio estava pintado de vermelho, repleto de chilenos que cantaram o Hino Nacional a plenos pulmões e impulsionaram um começo de jogo arrasador, com muita marcação e velocidade. Alexis Sánchez brilhou e praticamente garantiu a vitória. No entanto, o time relaxou e a Austrália começou a chegar aproveitando o vígor físico. Tim Cahill aproveitou a baixa estatura da zaga chilena e diminuiu. A jogada aérea seguiu forte, e o goleiro Bravo precisou trabalhar. Beausejour, que entrou bem, decidiu a partida no fim. O Chile mostrou ser um time interessante, mas vai ter que jogar muito para vencer a Espanha, mesmo abatida. Um empate seria ótimo. A Austrália mostrou que tem muitas limitações técnicas, mas que tem coração. Pode tomar um saco de gols, mas vai brigar muito.
Melhor jogador: Aléxis Sánchez.

Comentários

Postagens mais visitadas

Oasis e a Cápsula do Tempo

Não dá para entender o Oasis pensando apenas na relevância das suas músicas, nos discos vendidos, nos ingressos esgotados ou nas incontáveis exibições do videoclipe de Wonderwall na MTV. Além das influências musicais, das acusações de plágio e das brigas públicas, o Oasis faz parte de um fenômeno cultural (um pouco datado, claro), mas é uma banda que captou o espírito de uma época e transformou isso em arte, promovendo uma rara identificação com seus fãs. Os anos 1990 foram marcados por problemas econômicos no mundo inteiro. Uma juventude já desiludida não via muitas perspectivas de vida. A Guerra Fria havia acabado, uma nova revolução tecnológica começava, o Reino Unido vivia uma crise pós governo Thatcher e nesse cenário surge um grupo cantando letras incrivelmente ousadas para meros desconhecidos.  Definitely Maybe, primeiro disco do grupo, fala sobre curtir a vida de maneira meio sem propósito e sem juízo. A diversão que só vem com cigarros e álcool, o sentimento supersônico de...

Oasis de 1 a 7

Quando surgiu em 1994, o Oasis rapidamente se transformou em um fenômeno midiático. Tanto por suas canções radiofônicas, quanto pela personalidade dos irmãos Gallagher. Eles estiveram na linha frente do Britpop, movimento que redefiniu o orgulho britânico. As letras arrogantes, o espírito descolado, tudo contribuiu para o sucesso. A discografia da banda, no entanto, não chega a ser homogênea e passa a ser analisada logo abaixo, aproveitando o retorno do grupo aos palcos brasileiros após 16 anos.  Definitely Maybe (1994) O primeiro disco do Oasis foi durante muito tempo o álbum de estreia mais vendido da história do Reino Unido. Foi precedido por três singles, sendo que dois deles são clássicos absolutos - Supersonic e Live Forever . O vocalista Liam Gallagher cantava em algum lugar entre John Lennon e Ian Brown, enquanto o som da banda bebia de quase tudo o que o Reino Unido havia produzido nos 30 anos anteriores (Beatles, T. Rex, Sex Pistols, Smiths, Stone Roses). O disco começa c...

Somos todos Leicester

O que era inacreditável, o que parecia impossível agora é verdade. O Leicester é o campeão inglês da temporada 2015-16. Incrível que o título tenha vindo de maneira até confortável, com duas rodadas de antecedência. Incrível que mesmo com a folga na tabela e a liderança estável nas últimas rodadas, era impossível acreditar que o título realmente viria. Parecia que a qualquer momento os Foxes poderiam desabar. O que mais falar sobre esse time? Formado por uma série de refugos, jovens que jamais explodiram, uma ou outra promessa. Filho de goleiro, zagueiro jamaicano e zagueiro alemão grosso, atacante japonês, atacante que até outro dia jogava no futebol amador. Não há nada parecido com o que Leicester fez nesse ano na história do futebol. Talvez na história do esporte. O título do Leicester é uma das maiores façanhas da história da humanidade. Não há o que falar, o que teorizar. Só resta olhar esse momento histórico e aceitar que às vezes o impossível acontece. Que realmente nada é i...