Eu gosto de fazer riscos em papel. Quando me sinto ansioso, sem concentração, nervoso, triste. Pego um pedaço de papel qualquer que tenho pela frente e começo a fazer riscos. Podem ser retos, levemente circulares, seguirem algum padrão, ou ligarem o nada ao lugar nenhum. Não fazem sentido nenhum e não possuem nenhuma beleza específica. Mas me acalmam. Acabam por ser uma pequena obra expressionista.
Não dá para entender o Oasis pensando apenas na relevância das suas músicas, nos discos vendidos, nos ingressos esgotados ou nas incontáveis exibições do videoclipe de Wonderwall na MTV. Além das influências musicais, das acusações de plágio e das brigas públicas, o Oasis faz parte de um fenômeno cultural (um pouco datado, claro), mas é uma banda que captou o espírito de uma época e transformou isso em arte, promovendo uma rara identificação com seus fãs. Os anos 1990 foram marcados por problemas econômicos no mundo inteiro. Uma juventude já desiludida não via muitas perspectivas de vida. A Guerra Fria havia acabado, uma nova revolução tecnológica começava, o Reino Unido vivia uma crise pós governo Thatcher e nesse cenário surge um grupo cantando letras incrivelmente ousadas para meros desconhecidos. Definitely Maybe, primeiro disco do grupo, fala sobre curtir a vida de maneira meio sem propósito e sem juízo. A diversão que só vem com cigarros e álcool, o sentimento supersônico de...
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