Havia quase a certeza de que Cristiano Ronaldo acertaria aquela falta no fim da partida. Porque era o dia dele, o dia de escrever seu nome na história das Copas com uma atuação inesquecível. Sim, Cristiano Ronaldo fez uma partida para ser lembrada em qualquer retrospectiva do torneio que for feita daqui em diante, roubou a cena em um jogo inesquecível.
Começou com Portugal na frente do placar, em pênalti cavado e convertido pelo camisa 7. Portugal aproveitou o embalo e mostrou um ponto fraco da Espanha, o mesmo que fez Robben se consagrar quatro anos atrás na Fonte Nova: recomposição lenta. Em dois contra-ataques, Gonçalo Guedes tomou decisões erradas que podem ter custado uma vitória portuguesa.
Mas, quando a Espanha se encontrou com Iniesta sendo o maestro de sempre e Isco se movimentando muito, foi impressionante. Começou a empilhar chances até Diego Costa empatar em um gol que misturou rúgbi e futebol - ou, o melhor estilo Diego Costa. Depois Iniesta tirou tinta da tarde e Koke acertou uma pancada na trave, no que poderia ter sido um golaço. Portugal ficou sem saída de jogo e encontrou o segundo gol em uma falha do geralmente extraordinário De Gea.
O segundo tempo foi de domínio espanhol que empatou com Diego Costa em jogada ensaiada e virou em um chute improvável de Nacho, daqueles momentos para levantar o estádio. Continuou mais perigosa até que, C.Ronaldo, sempre ele, cavou a falta e cobrou com perfeição para arrumar o empate. Na loucura dos momentos finais Portugal até ameaçou a vitória, mas o empate foi justo: para coroar a boa atuação da Espanha - se mostrando uma das favoritas ao título - e consagrar Cristiano Ronaldo, que não tinha um bom retrospecto em copas.
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Portugal e Espanha redimiram o jogo que abriu o grupo B. Se o clássico ibérico já é forte concorrente ao título de melhor jogo da Copa, Marrocos e Irã fizeram um confronto que, esperamos, tenha sido o pior do torneio.
O primeiro tempo até trouxe alguma animação, com um Marrocos faceiro que teve a chance de abrir o placar antes dos 10 minutos, mas finalizou mal três bolas. O Irã cresceu e perdeu a melhor chance da partida.
O segundo tempo, por sua vez, foi horrível. Correria desenfreada, bico pra todo lado, jogadas ríspidas e um momento ali em que os jogadores começaram a se machucar um atrás do outro. O 0x0 parecia uma maldição de Alá, até que um infeliz marroquino mandou contra as próprias redes. Era a única maneira de alguém marcar um gol.
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Uruguai e Egito também beliscaram o 0x0. A equipe egípcia apostou em se defender bem, mas abdicou de atacar. Muslera trabalhou apenas em um chute de longe de Fathy. Luis Suárez teve um atuação ridícula, desperdiçando três chances que um centroavante como ele não poderia ter desperdiçado. Não todas em um jogo. Os volantes também estavam desligados.
Quem estava bem foi Cavani, que obrigou o goleiro egípcio a fazer uma grande defesa, fez uma grande jogada no primeiro tempo, deixou Suárez na cara do gol duas vezes e carimbou uma bola na trave em cobrança de falta. Quem também nunca falha no Uruguai é a dupla de zaga: Diego Godín foi o monstro de sempre e Giménez, um pouco mais inseguro atrás, garantiu a vitória em grande cabeçada. O Egito vai ter que vencer a Rússia, se quiser passar de fase.
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A Arábia Saudita se mostrou o time mais fraco que vi em copas do mundo desde os próprios árabes e os chineses de 2002. Até a Coreia do Norte de 2010 tinha uma consciência defensiva maior. Inacreditável que um time erre tantas saídas de bola pelo meio em uma Copa. Foi um convite para o atropelamento russo, comando por GALOVIN. Boa atuação dos anfitriões, mas os árabes pareceram tão ruins que é difícil fazer alguma previsão.
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