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Até onde vai a Rússia?

Não dá para negar, eu também esperava que a seleção russa teria dificuldades na Copa do Mundo. Teria chances de passar porque o grupo era fraco, mas poderia se enrolar ali diante do Egito, vai saber como seria a Arábia Saudita. Estreou muito bem contra os sauditas, mas a maior impressão da estreia foi a ruindade dos árabes. Contra os egípcios, o desafio seria maior e os russos novamente se saíram bem.

O primeiro tempo foi fraco, mas um azar/ruindade do capitão Ahmed Fathi abriu o placar para os russos no início da segunda etapa. Na sequência, os donos da casa mataram o jogo antes dos 20 minutos. Seis pontos garantidos e uma vaga quase garantida, consolidada no dia seguinte.

Os russos não são espetaculares, mas surpreenderam. Cheryshev e Golovin estão jogando bem, além de Dzyuba se mostrando um ótimo finalizador. Destaque também para a consistente dupla de volantes, Zobin e Gazinsky, além de Mário Fernandes, o melhor lateral direito da copa até o momento.

Contra os uruguaios, o maior desafio até aqui. Na sequência, um confronto contra Espanha ou Portugal. Ainda não dá para confiar em nada demais dos russos na competição, mas como nenhuma das favoritas brilhou, vá saber o que pode acontecer.

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Espanha e Irã fizeram o maior duelo ataque x defesa da competição até o momento. Os iranianos se defenderam com brilhantismo, enquanto a Espanha trocava passes e não conseguiam se infiltrar na grande área. Falta finalização de longa distância para a Espanha, uma alternativa para uma copa tão fechada.

Depois que Diego Costa conseguiu abrir o placar em um bate-rebate, os iranianos se lançaram um pouco mais ao jogo e criaram problemas para a defesa espanhola. Chegaram a empatar no primeiro gol anulado pelo VAR desta copa, impedimento claro.

Ficou o questionamento: os iranianos não poderiam ter tentado um pouco mais o jogo? Entrar em campo pelo 0x0 é uma estratégia sempre perigosa e o Irã não teve nenhuma saída de jogo antes de levar o gol. Acabaram castigados.

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Marrocos se iguala ao Peru no quesito jogar bem e não fazer o gol. Os africanos surpreendentemente dominaram Portugal, mas chances contundentes mesmo, não foram mais do que três.

Portugal venceu em mais um lance de brilho de Cristiano Ronaldo. Mas foi muito pouco para os portugueses pensarem em algo maior.

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Por volta dos 20 minutos do primeiro tempo, o goleirão saudita saiu catando borboletas e a bola caiu nos pés de Luis Suárez que só completou para as redes. Nada mais aconteceu em campo, tirando uma ou outra investida de Cavani em um jogo pavoroso.

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