Alemanha e Argentina chegaram na final com filosofias de jogo diferentes. Talvez sejam as duas equipes com mais qualidades ofensivas em seu elenco, mas a Argentina tem uma postura visivelmente mais cautelosa.
A defesa argentina, muito criticada antes da Copa - realmente tem zagueiros limitados - está funcionando muito bem, com destaque para Garay e a entrada de Demichelis. Na frente da zaga, Mascherano é um leão de guarda e ainda responde pelo início das jogadas. Eis uma diferença clara em relação a seleção brasileira: o Brasil tem dois ótimos zagueiros, em um esquema pífio. A Argentina tem dois zagueiros medianos em um bom esquema.
A Alemanha deverá ficar mais com a bola, por mais que os argentinos não tenham total desprezo por ela. Schweinsteiger e Kroos tentarão criar os espaços e o camisa 7 alemão pode ser um jogador decisivo em campo. Kroos e Khedira deverão bater de frente com Mascherano e Biglia. Lahm e Höwedes com Lavezzi e Enzo Pérez (ou Dí Maria) e Thomas Müller e Özil com Rojo e Zabaleta.
Messi e Schweinsteiger deverão se encontrar. O meia alemão, atuando mais recuado nessa Copa, não é o melhor dos marcadores e pode sofrer com Messi, que atua mais centralizado, caindo para a direita. Mas, e quando a bola estiver com Schweinsteiger? Messi irá marcá-lo? Ele terá caminho livre para começar as jogadas? Um dos dois volantes terá que avançar para cercá-lo? Essa dinâmica pode criar espaços na bem postada defesa argentina.
A Argentina vai ter que apostar em Messi. Finalizando, caindo em cima de Höwedes ou lançando bolas nas costas da defesa alemã, que sempre joga bem avançada. Um grande duelo, com ligeira vantagem alemã que terá outro desafio: lembrar que o jogo contra o Brasil não pode ser um parâmetro. Os alemães costumam a ter a frieza necessária para isso.
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