De certa forma, a impressão era de estar assistindo a final da Copa de 2010 novamente. Eis o grande duelo do futebol atual: Quem tem a bola x Quem não tem a bola. De qualquer forma, costuma a vencer quem sabe o que fazer quando tem a bola.
A Alemanha tinha a bola, mas sofria contra a sólida defesa argentina. Méritos totais para Alejandro Sabella, que com zagueiros limitados montou um grande sistema defensivo. A Argentina não tinha a bola, mas era extremamente perigosa. Messi estava ligado na partida e mesmo sem ser brilhante ele criou as principais chances argentinas: bolas que cruzavam a área e encontravam o pé sempre certeiro de Boateng, em partida monstruosa.
No entanto, a grande chance da partida foi criada por Toni Kroos. Recuou mal uma bola e deu um presente para Higuaín, que bateu de maneira bizonha na bola. Higuaín ainda fez um gol impedido, bem anulado.
A Alemanha cresceu de produção após a entrada de Schürrle no lugar de Kramer, que sofreu uma pancada na cabeça e ficou completamente desorientado. Höwedes cabeceou uma bola na trave, no que seria uma extrema ironia: o mais limitado jogador alemão marcar um gol na final.
Os argentinos cresceram na volta do segundo tempo, adiantando a marcação contra os alemães que pareciam um pouco atordoados. Messi perdeu grande chance. Aos poucos o jogo se restabeleceu, com a Alemanha tendo a bola e a Argentina pressionando nos contra-ataques, mas num jogo bem mais tranquilo para os goleiros. O cheiro de prorrogação estava no ar e ela veio. Até porque a bola do jogo voltou a queimar nos pés de Höwedes.
O começo da prorrogação foi eletrizante. Grande jogada de Götze e Schürrle que terminou numa grande defesa de Romero e um bate-rebate na defesa que originou um contra-ataque, parado por Boateng. Palacio teve a segunda grande chance do jogo, recebeu na cara de Neuer, tentou um toque por cobertura que foi para fora. O primeiro tempo da prorrogação acabou com aquele cheiro de eletricidade e pênaltis no ar.
Os dois times já não tinham mais pernas e o medo de um gol que impossibilitaria a reação travou o jogo. Schweinsteiger era um guerreiro e Mascherano se desdobrava na frente da zaga. Os dois times já não ameaçavam e quando os pênaltis pareciam inevitáveis, Mario Götze apareceu.
O jovem astro alemão fez uma Copa fraca, perdeu sua posição de titular mas apareceu no momento decisivo. Matou o cruzamento de Schürrle com categoria e chutou cruzado, sem chance para Romero. Faltavam apenas sete minutos para o fim do jogo. A Argentina se lançou para o ataque e o jogo entrou naquele momento em que só há luta e alma. A Alemanha tratava de manter a bola longe da área, até que no último minuto, Schweinsteiger derrubou Messi a alguns metros da área.
O melhor do mundo teria ali a sua chance da consagração, com todo o peso do mundo nos ombros. Chutou longe do gol e a partida acabou.
A Alemanha levou o título, coroando sua boa campanha, sua ótima geração e seu trabalho de reconstrução no futebol. Venceu o time que mais quis ter a bola e que isso siga sendo uma tendência no futebol mundial. A Argentina foi longe, mas para ganhar o título precisava de mais. Precisava mais de Messi e muito mais de seus coadjuvantes. Agüero fez um péssima Copa e Higuaín não foi o que se esperava também.
Que venha 2018!
Melhor Jogador: Jérôme Boateng.
Melhor Jogador: Jérôme Boateng.
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