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No advento do fim

“Eram 18 horas e vinte e poucos minutos de uma sexta-feira em que poderia ou não chover, 28 de agosto. Foi nesse momento em que eu soube que o Oasis acabou.”

Assim eu pretendia começar a escrever o que seria o então segundo texto deste blog. Que não foi para frente, não tinha idéia. Quando o Oasis acabou, era a minha banda preferida na atualidade. Mas eu já imaginava que o grupo estava acabando. Não digo que me surpreendi. Não tinha o que falar.

Mas, agora acabaram os White Stripes. Soube disso há uns 10 minutos. Um conjunto que parecia ser daqueles que nunca acabariam, afinal, eram só dois. Ex-marido e mulher. Um que faz barulho na guitarra e a outra que dá uma paulada na bateria. Um grupo espontâneo, que não dá a idéia de sofrer no processo de composição. Ok, eu sei, o grupo não fazia nada junto há 2 anos. Mas parecia ser uma pausa para que Jack White se dedicasse aos seus projetos paralelos, incluindo o horrível Dead Wheater.

Lembro-me quando escutei Elephant em 2003. Foi o disco que me abriu para o som dos anos 2000, me mostrou que havia música nessa época. Escutei o disco muito. O riff marcante de Seven Nation Army, o barulho enlouquecedor de Black Math, a beleza de You’ve got her in your pocket o blues. Os White Stripes foram o conjunto que marcaram minha adolescência, por ser um conjunto da minha adolescência. Escutei mais Oasis e Beatles, mas eles eram da adolescência dos outros.

Talvez, seja cansativo se vestir de vermelho, branco e preto durante tanto tempo. Com o fim dos Stripes, minha adolescência morre um pouco.

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