Pular para o conteúdo principal

Eslováquia 3x2 Itália

Existem jogos que não são exemplos de técnica, tática ou habilidade. Mas ficam para a história pela disposição. Eslovacos e italianos fizeram hoje um jogo para a história.

A Itália entrava em campo com o fracasso rondando. Poderia ser eliminada com um empate, ou até podia se classificar com um empate. Uma derrota a eliminava. Para os eslovácos, só a vitória interessava e mesmo assim, poderia não ser suficiente.

Apesar da má campanha, os italianos aparentavam ter mais time. A Eslováquia se mostrou uma das equipes mais insolentes do torneio. Fora isso, a camisa da Itália costuma a jogar sozinha. É difícil demais vencer a Itália.

Pois o jogo começou com a Eslováquia melhor. Hamsik desperdiçou boa chance. E ainda no primeiro tempo Vittek recebeu passe de Kucka e abriu o marcador. De Rossi falhou na jogada. A tragédia italiana se anunciava, mas, quem acompanha futebol já viu os italianos passarem por situações mais difíceis.

O segundo tempo mostrava uma Itália perdida em campo. O meio nada criava e Iaquinta e Di Natale não tinham poder de conclusão. A Itália foi pro abafa em busca do empate, que a essa altura, a classificaria. O goleiro Mucha saiu mal do gol e o chute italiano foi salvo sobre a linha pelo joelho de Skrtel.

A Itália começou a provar de sua tradicional arma, o contra-ataque. Mas foi em uma cobrança de escanteio que Vittek marcou o segundo gol eslovaco. Era difícil de acreditar, faltavam menos de 15 minutos e a eliminação italiana era clara.

Pois foi então que Quagliarella dominou a bola, tabelou com Iaquinta e chutou para grande defesa de Mucha. Di Natale marcou no rebote, 1x2. Parecia que a Itália ira conseguir de novo uma classificação suada. Quagliarella teve gol anulado em impedimento milimétrico. Era o jogo mais tenso da copa, sem dúvidas.

E num lance bobo, uma cobrança de lateral, Kopunek apareceu livre para fazer 3x1. O gol da classificação eslovaca, eliminação italiana.

Mas, é difícil vencer a Itália. Quagliarella marcou um belo gol por cobertura e deu chances a Itália. E no última lance do jogo, Pepe teve a chance de finalizar mas pegou muito mal na bola.

Acabou. É difícil acreditar mas a Itália foi eliminada na primeira fase. Já a Eslováquia, conseguiu mostrar tudo o que não mostrou nos outros jogos. Uma classificação histórica.

Comentários

Postagens mais visitadas

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Ziraldo e viagem sentimental por Ilha Grande

Em janeiro de 1995 pela primeira vez eu saí de férias em família. Já havia viajado outras vezes, mas acho que nunca com esse conceito de férias, de viajar de férias. Há uma diferença entre entrar em um avião para ir passar uns dias na casa dos seus tios e pegar o carro e ir para uma praia. Dormir em um hotel. Foi a primeira vez que eu, conscientemente, dormi em um hotel. Contribui para isso o fato de que, com sete anos, eu havia acabado de terminar a primeira série, o ano em que de fato eu virei um estudante. Então, é provável que pela primeira vez eu entendesse o conceito de férias. Entramos em uma Parati cinza e saímos de Cuiabá eu, meus pais, minha prima e minha avó. Ao mesmo tempo em que essas eram as minhas primeiras férias, elas eram também a última viagem da minha avó. A essa altura ela já estava com um câncer no pâncreas e sem muitas perspectivas de longo prazo. Disso eu não sabia na época. Mas ela morreu cerca de um ano depois, no começo de 1996, após muitas passagens pelo hos

Imola 94

Ayrton Senna era meu herói de infância. Uma constatação um tanto banal para um brasileiro nascido no final dos anos 80, todo mundo adorava o Senna, mas eu sentia que era um pouco a mais no meu caso. Eu via todas as corridas, sabia os resultados, o nome dos pilotos e das equipes. No começo de ano comprava revistas com guias para a temporada que iria começar, tinha um macacão e um carrinho de pedal com o qual dava voltas ao redor da casa após cada corrida. Para comemorar as vitórias do Senna ou para fazer justiça com meus pedais as suas derrotas. Acidentes eram parte da diversão de qualquer corrida. No meu mundo de seis anos, eles corriam sem maiores riscos. Pilotos por vezes davam batidas espetaculares, saiam ricocheteando por aí e depois ficava tudo bem. Já fazia 12 anos que ninguém morria em uma corrida. Oito sem ninguém morrer em qualquer tipo de acidente. Os últimos com mais gravidade tinham sido o do Streiff e do Martin Donelly, mas eu nem sabia disso, para dizer a verdade. Não sab