Quando Diego Hypólito começou sua apresentação na final olímpica do sol, juro que eu só torci para que ele não caísse no chão. Só isso já estaria bom. Diego não era mais favorito a nada, não era o melhor do mundo como era em 2008, ter chegado na final já era uma bom resultado. Que ele fizesse uma apresentação simples e terminasse em sexto. Mas que ele não caísse no chão.
De certa forma, acho que ele talvez pedisse por isso. Imagino que ele deve viver atormentado pelas lembranças de Pequim, quando era favorito a medalha de ouro e caiu sentado no chão em seu último movimento. Chegou em Londres sem ser favorito, mas na briga, e desabou de cara no chão ao errar uma pirueta qualquer.
Suficiente para virar motivo de chacota nacional, símbolo da falta de preparo mental dos atletas brasileiros. Somado a homossexualidade, Diego era uma piada fácil para todos, alguém simples de ser humilhado.
Por isso, eu só esperava que ele não caísse de novo. Porque ninguém mereceria viver o que ele viveria caso perdesse o equilíbrio de maneira cruel. A cada salto acrobático vinha o alívio, ele não caiu.
Outros adversários sim caíram. Os dois japoneses favoritos passaram pelo que Diego passou nas últimas Olimpíadas e caíram. Ele sem manteve no segundo lugar até o fim e conquistou uma medalha. E eu só torcia para que ele não caísse no chão. E realmente ele se manteve em pé nesses últimos anos.
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