O salto com vara sempre foi uma das minhas provas de campo favoritas no atletismo. Porque há um clímax, um desafio que deve ser transposto. A vara lá no alto, em uma altura absurda. Há um ritual de corrida, de movimentos, que resultarão na superação ou não do obstáculo. Além de ser um esporte curioso daqueles que você imagina como é que alguém teve a ideia de fazer isso.
Os poucos segundos que se passam entre o encaixe da vara, o início da decolagem, o contorcionismo para superar a barra e o sucesso ou o fracasso durante a queda no colchão são de uma agonia extrema. Os movimentos para o sucesso são precisos. Qualquer leve esbarração em qualquer momento do movimento pode derrubar tudo.
Thiago Braz escreveu uma história emocionante nesse esporte tão agoniante. A cada salto em que ele superava alturas inimagináveis, até a ousadia de pular para 5,03 metros e conseguir algo que nunca conseguiu na vida, deixando o francês paranoico. (De certa forma, digo que acho vaias em esportes individuais uma maldade sem fim. Uma crueldade contra uma pessoa que está sozinha contra o mundo em um momento para o qual ele se preparou por toda a sua vida. Mas ao se comparar com Jesse Owens, o francês praticamente justificou retroativamente as vaias recebidas).
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Que agonia é a trave da ginástica artística. Sim, os caras fazem muita força nas argolas, o salto é a mais plástica de todas as modalidades e qualquer morreria ao saltar do cavalo ou tentar uma acrobacia nas barras paralelas. Mas a trave não dá. Olha a espessura daquele negócio em que mal dá pra se equilibrar em cima.
As atletas giram, pulam, dão cambalhotas sobre aquele pequeno pedaço e a sensação de que elas podem cair a qualquer momento provoca náuseas. É como aqueles caras atravessando cordas por sobre precipícios. Mas dando cambalhotas por lá.
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O basquete mata. Eis uma verdade da vida. Se eu pudesse der algum conselho para qualquer pessoa, esse conselho seria: não assista basquete. A agonia dos minutos finais do basquete irá tirar vários meses da sua vida.
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Os pênaltis, o momento mais agônico do futebol. O craque batendo o pênalti. Essa crueldade histórica que faz com que os craques desperdicem pênaltis decisivos. Marta erra a cobrança e, por deus, ela não merecia ser a responsável pela eliminação. Ninguém merecia, é claro, mas não a Marta. A maior jogadora de futebol feminino de todos os tempos não precisava passar por isso depois de tudo o que ela fez, do tanto que ela carregou a modalidade nas costas.
A goleira Bárbara a salvou e voltou a pegar o pênalti decisivo, depois de uma das séries mais desgastantes do ponto de vista emocional do torcedor em todos os tempos.
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A agonia no rosto de Juan Martín del Potro. O gigante argentino que colocou o coração em quadra e chegou a final olímpica depois de quase se aposentar por conta das lesões que o perseguiram durante os últimos anos. Batalhou como deu, mas não conseguiu a suportar um Andy Murray incansável. Jogo tão desgastante que no final ninguém sabia se chorava, comemorava, ou aplaudia. Como é bom ver Del Potro de volta ao circuíto mundial.
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Quanto sofrimento no vôlei, no vôlei de praia, no handebol. Quanta agonia nessas Olimpíadas.
Os poucos segundos que se passam entre o encaixe da vara, o início da decolagem, o contorcionismo para superar a barra e o sucesso ou o fracasso durante a queda no colchão são de uma agonia extrema. Os movimentos para o sucesso são precisos. Qualquer leve esbarração em qualquer momento do movimento pode derrubar tudo.
Thiago Braz escreveu uma história emocionante nesse esporte tão agoniante. A cada salto em que ele superava alturas inimagináveis, até a ousadia de pular para 5,03 metros e conseguir algo que nunca conseguiu na vida, deixando o francês paranoico. (De certa forma, digo que acho vaias em esportes individuais uma maldade sem fim. Uma crueldade contra uma pessoa que está sozinha contra o mundo em um momento para o qual ele se preparou por toda a sua vida. Mas ao se comparar com Jesse Owens, o francês praticamente justificou retroativamente as vaias recebidas).
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Que agonia é a trave da ginástica artística. Sim, os caras fazem muita força nas argolas, o salto é a mais plástica de todas as modalidades e qualquer morreria ao saltar do cavalo ou tentar uma acrobacia nas barras paralelas. Mas a trave não dá. Olha a espessura daquele negócio em que mal dá pra se equilibrar em cima.
As atletas giram, pulam, dão cambalhotas sobre aquele pequeno pedaço e a sensação de que elas podem cair a qualquer momento provoca náuseas. É como aqueles caras atravessando cordas por sobre precipícios. Mas dando cambalhotas por lá.
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O basquete mata. Eis uma verdade da vida. Se eu pudesse der algum conselho para qualquer pessoa, esse conselho seria: não assista basquete. A agonia dos minutos finais do basquete irá tirar vários meses da sua vida.
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Os pênaltis, o momento mais agônico do futebol. O craque batendo o pênalti. Essa crueldade histórica que faz com que os craques desperdicem pênaltis decisivos. Marta erra a cobrança e, por deus, ela não merecia ser a responsável pela eliminação. Ninguém merecia, é claro, mas não a Marta. A maior jogadora de futebol feminino de todos os tempos não precisava passar por isso depois de tudo o que ela fez, do tanto que ela carregou a modalidade nas costas.
A goleira Bárbara a salvou e voltou a pegar o pênalti decisivo, depois de uma das séries mais desgastantes do ponto de vista emocional do torcedor em todos os tempos.
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A agonia no rosto de Juan Martín del Potro. O gigante argentino que colocou o coração em quadra e chegou a final olímpica depois de quase se aposentar por conta das lesões que o perseguiram durante os últimos anos. Batalhou como deu, mas não conseguiu a suportar um Andy Murray incansável. Jogo tão desgastante que no final ninguém sabia se chorava, comemorava, ou aplaudia. Como é bom ver Del Potro de volta ao circuíto mundial.
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Quanto sofrimento no vôlei, no vôlei de praia, no handebol. Quanta agonia nessas Olimpíadas.
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