Dez anos é um tempo razoável na vida de uma pessoa. Tempo para se transformar em outra pessoa, viver em um outro mundo. Tempo razoável para mudar de opinião sobre várias coisas.
Há dez anos que eu comecei a prestar atenção em música, escutando os discos disponibilizados para streaming, assistir MTV no período da tarde e a conhecer minhas primeiras bandas. Faço abaixo uma análise sobre quatro lançamentos daquele ano, que eu tive a oportunidade de escutar naquele ano e o que mudou na minha percepção daquela época. Não irei falar de discos como Yankee Hotel Foxtrot, Sha Sha ou Songs for the Deaf, porque eu simplesmente não os escutei naquela época.
Oasis - Heathen Chemistry
O que se falava: Os irmãos Gallagher, famosos por sua polêmica e pela música, lançam um novo disco, calcado na tradição do rock britânico e chupando Beatles até a medula.
O que eu pensava: que os irmãos Gallaghers eram deuses e tinham lançado uma obra prima. Ou talvez nem tanto, porque eu já achava as últimas três músicas bem chatas.
O que eu penso hoje: Heathen Chemistry foi, sem dúvida, o pior momento do Oasis. O disco mais sem inspiração da banda, Liam Gallagher registrando seus piores vocais em estúdio e uma produção pavorosa. Fora o conjunto fraco de canções. A primeira metade ainda se salva, mas após a melosa Little by Little, o disco é pavoroso.
O que mudou? Escutei mais música, abri minha cabeça e soube reconhecer que mesmo as minhas bandas favoritas são capazes de fazer merda.
O que não mudou? Stop Crying Your Heart Out ainda é uma boa música e Better Man continua sendo uma porcaria.
Foo Fighters - One By One
O que se falava: O ex-baterista do Nirvana, Dave Ghrol lança mais um disco de qualidade, com clipes divertidos.
O que eu pensava: eu gostava do disco, mas, pensando bem, não havia outro motivo para isso que não fosse o prazer da novidade.
O que eu penso hoje: One by One é um disco ruim, claro. Dave Grhol cairia na maldição da repetição de fórmulas. E o Foo Fighters só voltaria a lançar algo bom 10 anos depois.
O que mudou? Amadurecimento.
O que não mudou? Nunca sei se escrevi o nome do Dave Grohl corretamente.
The Vines - Higly Evolved
O que se falava: O Rock não morreu, ele renasceu na mão dos australianos do The Vines. A mistura perfeita entre Beatles e Nirvana.
O que eu pensava: Rock 'n' roll, porra! Acho que eu era muito influenciado pelo o que lia, na época.
O que eu penso hoje: The Vines seria uma boa banda se o vocalista não fosse meio retardado e insistisse em gritar, quando ele não sabe gritar.
O que mudou? A percepção do The Vines para o mundo. É parecido com o Sylvester Stallone, quando concorreu ao Oscar por Rocky. Quando as pessoas perceberam que ele só sabia fazer aquilo, perdeu a graça.
O que não mudou? Outthataway ainda tem bons riffs.
Coldplay - A Rush of Blood to the Head
O que se falava: Coldplay, a nova maior banda do mundo.
O que eu pensava: Coldplay é uma merda.
O que eu penso hoje: Coldplay é uma merda.
O que mudou? Nada.
O que não mudou: In My Place continua sendo uma das canções mais irritantes da história.
The Vines - Higly Evolved
O que se falava: O Rock não morreu, ele renasceu na mão dos australianos do The Vines. A mistura perfeita entre Beatles e Nirvana.
O que eu pensava: Rock 'n' roll, porra! Acho que eu era muito influenciado pelo o que lia, na época.
O que eu penso hoje: The Vines seria uma boa banda se o vocalista não fosse meio retardado e insistisse em gritar, quando ele não sabe gritar.
O que mudou? A percepção do The Vines para o mundo. É parecido com o Sylvester Stallone, quando concorreu ao Oscar por Rocky. Quando as pessoas perceberam que ele só sabia fazer aquilo, perdeu a graça.
O que não mudou? Outthataway ainda tem bons riffs.
Coldplay - A Rush of Blood to the Head
O que se falava: Coldplay, a nova maior banda do mundo.
O que eu pensava: Coldplay é uma merda.
O que eu penso hoje: Coldplay é uma merda.
O que mudou? Nada.
O que não mudou: In My Place continua sendo uma das canções mais irritantes da história.
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