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Andei Escutando (40)


Badfinger – Airwaves (1979): Imagine que o principal compositor da sua banda cometeu suicídio. Você seguiria o trabalho? Não, né? Pois o Badfinger resolveu lançar discos sem Pete Ham. Somado ao futuro suicídio de Tom Evans, isso me faz acreditar que Joey Molland é dos piores seres vivos do planeta. O disco em si, é fraco e mais uma razão para respeitarem o suicídio alheio.
Melhores: Lost Inside Your Love e Love is Gonna Come At Last.

Bert Jansch – When Circus Comes to Town (1995): O que mais me chama a atenção neste simpático disco é que a voz de Bert permanece praticamente a mesma de 30 anos antes, quando ele estreou.
Melhores: Back Home e Morning Brings Peace of Mind.

Joni Mitchell – Blue (1971): Não vou mentir: você precisa de um pouco de coragem e insistência para se acostumar com a voz aguda de Mitchell.
Melhores: All I Want e Little Green.

Moby Grape – 20 Granite Creek (1971): Mais ou menos.
Melhores: Gypsy Wedding e Road to the Sun.

Pearl Jam – Vitalogy (1994): Eu sei Pearl Jam. O problema sou eu e não você. Sou eu que não consigo achar graça nos seus discos. Mas, convenhamos, aqui vocês colocaram umas músicas tão ruins no meio do álbum, que até parece que vocês estão de sacanagem.
Melhores: Better Man e Corduroy.

Radio Moscow – Brain Cycles (2009): Em alguns momentos você pensa: estou ouvindo gravações perdidas de Jimi Hendrix. Não é para tanto, mas esse disco tem seus bons momentos.
Melhores: 250 Miles e Broke Down.

Rufus Wainwright – Out of The Game (2012): A faixa título, que abre o trabalho, é sensacional e está entre as melhores coisas que Rufus já fez. O resto do disco é razoável, com momentos do mais puro aborrecimento.
Melhores: Out of the Game e Rashida.

Silva – Claridão (2012): Um bom trabalho, principalmente quando você se acostuma com as batidas eletrônicas. Um crime: a versão diferente de A Visita que colocaram no disco, com Silva parecendo uma espécie de Caetano Veloso nos tempos de Sozinho. Prefira a versão do EP do ano passado.
Melhores: A Visita e 2012.

The Kinks – Low Budget (1979): Triste constatar e admitir: mas esse disco dos Kinks é ruim. Foi uma época dura mesmo, que não perdoou ninguém.
Melhores: Little Bit of Emotion e A Gallon of Gas.

The Soundtrack Of Our Lives – Origin, Vol. 1 (2004): Provável melhor trabalho dos suecos, justamente por terem economizado no número de músicas, diminuindo o espaço para as besteiras.
Melhores: Mother One Track Mind e Believe I’ve Found.

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Aonde quer que eu vá

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