Nelson Rodrigues costumava a falar do complexo de vira-latas do torcedor brasileiro. Que diante dos adversários estrangeiros, o brasileiro se sentia intimidado e já entrava derrotado. Complexo que teria sido superado com a conquista de três Copas do Mundo.
Ultimamente, o processo é justamente o contrário. Diante de qualquer adversário, o brasileiro o menospreza. Temos certeza que somos os melhores em qualquer esporte. Nossas derrotas não tem mérito nenhum do adversário, são frutos apenas do nosso fracasso individual. Se jogássemos corretamente, não teríamos como perder. Um complexo de pitbull.
Quando o Santos foi enfrentar o Barcelona, esse sentimento apareceu, em menor grau, mas apareceu. A superioridade do Barcelona era evidente, gritante. O time catalão é muito provavelmente a melhor equipe dos últimos 30 anos. Joga de maneira envolvente, massacra os seus adversários e ganha títulos em sequência. Ainda tem gênios como Messi e craques como Iniesta e Xavi.
Messi é o melhor jogador do mundo há três temporadas. Joga em alto nível há pelo menos cinco. Marcou gols em duas finais de Champions League e, agora, em duas finais mundiais. Destruiu incontáveis jogos, dos mais fáceis e dos mais difíceis. Não há no mundo, ninguém que jogue o que ele joga.
Mas fale isso para boa parte dos brasileiros. As atuações destacadas de Neymar em jogos do Campeonato Paulita, e uma ótima participação na Libertadores, ainda com altos e baixos típicos de seus 19 anos, fizeram com que uma parte da imprensa brasileira o colocasse acima de todos. Neymar seria a arma que destruiria o Barcelona. Apontavam suas vantagens. Criou-se um embate entre Messi e Neymar, como se fosse o jogo da tomada do trono. Um embate falso, inexistente.
A imprensa também colocava o duelo entre duas escolas de futebol-arte. Acontece, que a arte santista não é praticada há pelo menos um ano. O time que ganhava em jogos de muitos gols acabou ao final da Copa do Brasil do ano passado. O time campeão da Libertadores desse ano, é um time burocrático como tantos outros do Brasil.
O Barcelona obviamente triturou o Santos, como faz com tantos outros times. Foi o Campeão Mundial sem dificuldades. Ao final do jogo, a imprensa começou a falar "finalmente se consolida, faz história o Barcelona". Na cabeça dos jornalistas ufanistas, o Barcelona precisaria derrotar um time brasileiro para poder, enfim, ser considerado o melhor do mundo. Derrotar os grandes adversários europeus não era nada. Era preciso vencer a pátria do futebol-arte, num discurso à la Zagallo.
Muitos comentaristas também falavam surpresos sobre o Barcelona. Num ar de "nossa, eles são isso tudo mesmo". Uma surpresa para quem antes do jogo dizia "Ter mais posse de bola contra o Al-Sadd é uma coisa, contra o Santos é outra", ignorando o fato de que o Barcelona há quatro anos tem mais posse de bola contra qualquer outro adversário.
E aí, entra o lado da Globo. Como a Globo não tem o costume de transmitir os campeonatos europeus, não tem os direitos, eles subestimam os campeonatos de lá. Eram inesquecíveis os debates comandados por Cléber Machado, questionando as qualidades dos times europeus, diante dos regionais.
Surpresos com esse time do Barcelona, que joga assim há pelo menos quatro temporadas, todos agora começam a questionar o que acontece no Brasil, porque o Brasil não joga como o Barcelona.
PS: Não sei aonde esse texto vai dar, interrompo-o por aqui. Volto outra hora.
Ultimamente, o processo é justamente o contrário. Diante de qualquer adversário, o brasileiro o menospreza. Temos certeza que somos os melhores em qualquer esporte. Nossas derrotas não tem mérito nenhum do adversário, são frutos apenas do nosso fracasso individual. Se jogássemos corretamente, não teríamos como perder. Um complexo de pitbull.
Quando o Santos foi enfrentar o Barcelona, esse sentimento apareceu, em menor grau, mas apareceu. A superioridade do Barcelona era evidente, gritante. O time catalão é muito provavelmente a melhor equipe dos últimos 30 anos. Joga de maneira envolvente, massacra os seus adversários e ganha títulos em sequência. Ainda tem gênios como Messi e craques como Iniesta e Xavi.
Messi é o melhor jogador do mundo há três temporadas. Joga em alto nível há pelo menos cinco. Marcou gols em duas finais de Champions League e, agora, em duas finais mundiais. Destruiu incontáveis jogos, dos mais fáceis e dos mais difíceis. Não há no mundo, ninguém que jogue o que ele joga.
Mas fale isso para boa parte dos brasileiros. As atuações destacadas de Neymar em jogos do Campeonato Paulita, e uma ótima participação na Libertadores, ainda com altos e baixos típicos de seus 19 anos, fizeram com que uma parte da imprensa brasileira o colocasse acima de todos. Neymar seria a arma que destruiria o Barcelona. Apontavam suas vantagens. Criou-se um embate entre Messi e Neymar, como se fosse o jogo da tomada do trono. Um embate falso, inexistente.
A imprensa também colocava o duelo entre duas escolas de futebol-arte. Acontece, que a arte santista não é praticada há pelo menos um ano. O time que ganhava em jogos de muitos gols acabou ao final da Copa do Brasil do ano passado. O time campeão da Libertadores desse ano, é um time burocrático como tantos outros do Brasil.
O Barcelona obviamente triturou o Santos, como faz com tantos outros times. Foi o Campeão Mundial sem dificuldades. Ao final do jogo, a imprensa começou a falar "finalmente se consolida, faz história o Barcelona". Na cabeça dos jornalistas ufanistas, o Barcelona precisaria derrotar um time brasileiro para poder, enfim, ser considerado o melhor do mundo. Derrotar os grandes adversários europeus não era nada. Era preciso vencer a pátria do futebol-arte, num discurso à la Zagallo.
Muitos comentaristas também falavam surpresos sobre o Barcelona. Num ar de "nossa, eles são isso tudo mesmo". Uma surpresa para quem antes do jogo dizia "Ter mais posse de bola contra o Al-Sadd é uma coisa, contra o Santos é outra", ignorando o fato de que o Barcelona há quatro anos tem mais posse de bola contra qualquer outro adversário.
E aí, entra o lado da Globo. Como a Globo não tem o costume de transmitir os campeonatos europeus, não tem os direitos, eles subestimam os campeonatos de lá. Eram inesquecíveis os debates comandados por Cléber Machado, questionando as qualidades dos times europeus, diante dos regionais.
Surpresos com esse time do Barcelona, que joga assim há pelo menos quatro temporadas, todos agora começam a questionar o que acontece no Brasil, porque o Brasil não joga como o Barcelona.
PS: Não sei aonde esse texto vai dar, interrompo-o por aqui. Volto outra hora.
Comentários