Aqui em casa, todos nós convivíamos com a certeza de que Joãosinho Trinta havia morrido. A única dúvida, era se o nome dele é Joãosinho ou Joãozinho. Aliás, não sei disso até hoje.
Anos atrás o carnavalesco teve um mal súbito e foi internado em estado grave, desenganado. Em algum momento, sua morte ficou conhecida para nós. Sempre que seu nome era mencionado em algum carnaval, minha mãe fazia um comentário do tipo "Mas esse eram aparecido. Coitado, que Deus o tenha".
Sua morte era um fato consumado, uma realidade óbvia. Não havia razões para que ele estivesse vivo. Sua morte era uma certeza.
Até que um dia, em um carnaval qualquer, eu estava assistindo a televisão. E o repórter entra com uma chamada ao vivo. O entrevistado? Joãosinho Trinta. Meu coração disparou. Por alguns momentos vivi um choque, me perguntei se estava sonhando, se aquilo era a realidade, o que aquilo era. A entrevista prosseguiu com o carnavalesco em um estado lastimável, mas vivo. Creio que não cheguei a dormir nesta noite.
No dia seguinte comuniquei o fato a minha mãe: ele estava vivo. Minha mãe não acreditou. Pensou que eu tivesse visto alguma imagem de arquivo, que o sono tivesse me confundido. Fez perguntas para conhecidos e ninguém arriscaria dizer que ele não havia morrido.
Eis que ontem, vem a notícia de sua morte. Aqui em casa, é a sua segunda morte. As notícias foram acompanhadas, com um ar de atenção, para ter certeza que não estávamos sendo enganados. Que sua morte é a sua morte, e não alguma simples internação. Salvaremos a notícia, montaremos bancos de dados para que não sejamos surpreendidos com uma aparição sua em um carnaval próximo.
Anos atrás o carnavalesco teve um mal súbito e foi internado em estado grave, desenganado. Em algum momento, sua morte ficou conhecida para nós. Sempre que seu nome era mencionado em algum carnaval, minha mãe fazia um comentário do tipo "Mas esse eram aparecido. Coitado, que Deus o tenha".
Sua morte era um fato consumado, uma realidade óbvia. Não havia razões para que ele estivesse vivo. Sua morte era uma certeza.
Até que um dia, em um carnaval qualquer, eu estava assistindo a televisão. E o repórter entra com uma chamada ao vivo. O entrevistado? Joãosinho Trinta. Meu coração disparou. Por alguns momentos vivi um choque, me perguntei se estava sonhando, se aquilo era a realidade, o que aquilo era. A entrevista prosseguiu com o carnavalesco em um estado lastimável, mas vivo. Creio que não cheguei a dormir nesta noite.
No dia seguinte comuniquei o fato a minha mãe: ele estava vivo. Minha mãe não acreditou. Pensou que eu tivesse visto alguma imagem de arquivo, que o sono tivesse me confundido. Fez perguntas para conhecidos e ninguém arriscaria dizer que ele não havia morrido.
Eis que ontem, vem a notícia de sua morte. Aqui em casa, é a sua segunda morte. As notícias foram acompanhadas, com um ar de atenção, para ter certeza que não estávamos sendo enganados. Que sua morte é a sua morte, e não alguma simples internação. Salvaremos a notícia, montaremos bancos de dados para que não sejamos surpreendidos com uma aparição sua em um carnaval próximo.
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