Eu me lembro muito bem da primeira vez em que vi Muhammad Ali. Abertura dos Jogos Olímpicos de 1996 em Atlanta. Sempre há uma expectativa por saber quem será o responsável por acender a pira olímpica e após idas e vindas a tocha chega as mãos de um senhor negro rechonchudo que tremia muito: coube a ele a honra de acender o símbolo máximo das Olimpíadas e naquele mesmo momento eu fiquei sabendo da existência de Muhammad Ali e do Mal de Parkinson.
Dos meus recém completados nove anos, pude perceber a emoção em meu pai que assistia a cerimônia, na voz do Galvão Bueno. Com o passar dos anos eu passei a entender a figura e a entender a comoção que aquele ato representou. Digo até que vinte anos depois sou capaz de me sentir emocionado em compreender aquele momento.
Que Muhammad Ali foi o maior boxeador de todos os tempos. Não só o rei das pancadas, um touro assassino como outros campeões, mas alguém capaz de transformar a pancadaria em arte, com seu jogo de pernas, suas provocações. Alguém capaz de fazer o mundo parar para lhe assistir em atuação. Um showman, que levou seu esporte para outro patamar. Adaptando para a minha geração, um Usain Bolt, um Roger Federer.
Que Muhammad Ali foi enorme fora dos ringues também. Um ativista pelos direitos iguais. Que sofreu com o preconceito na pele. Campeão olímpico, retornou ao seu país onde era proibido de frequentar determinados lugares por sua cor. Que se recusou a ir lutar no Vietnã. Qual era o sentido de atravessar milhares de milhas pelo oceano para matar pessoas que não fizeram mal para ele? Que por sua recusa foi suspenso do esporte e teve seus títulos anulados.
Que Muhammad Ali voltou. Venceu novamente os títulos que lhe foram tirados. Que se aposentou e passou a sofre do Mal Parkinson, viveu sua vida desde então recluso.
Que Muhammad Ali apareceu ali, em 1996, em Atlanta, na Geórgia segregacionista, para ser reconhecido como o gênio que foi. Como o atleta brilhante e como o ser humano que contribuiu para que o mundo fosse um lugar melhor com as armas que tinha: seus punhos e sua voz.
Quase vinte anos depois, ainda é possível sentir a emoção desse momento.
Dos meus recém completados nove anos, pude perceber a emoção em meu pai que assistia a cerimônia, na voz do Galvão Bueno. Com o passar dos anos eu passei a entender a figura e a entender a comoção que aquele ato representou. Digo até que vinte anos depois sou capaz de me sentir emocionado em compreender aquele momento.
Que Muhammad Ali foi o maior boxeador de todos os tempos. Não só o rei das pancadas, um touro assassino como outros campeões, mas alguém capaz de transformar a pancadaria em arte, com seu jogo de pernas, suas provocações. Alguém capaz de fazer o mundo parar para lhe assistir em atuação. Um showman, que levou seu esporte para outro patamar. Adaptando para a minha geração, um Usain Bolt, um Roger Federer.
Que Muhammad Ali foi enorme fora dos ringues também. Um ativista pelos direitos iguais. Que sofreu com o preconceito na pele. Campeão olímpico, retornou ao seu país onde era proibido de frequentar determinados lugares por sua cor. Que se recusou a ir lutar no Vietnã. Qual era o sentido de atravessar milhares de milhas pelo oceano para matar pessoas que não fizeram mal para ele? Que por sua recusa foi suspenso do esporte e teve seus títulos anulados.
Que Muhammad Ali voltou. Venceu novamente os títulos que lhe foram tirados. Que se aposentou e passou a sofre do Mal Parkinson, viveu sua vida desde então recluso.
Que Muhammad Ali apareceu ali, em 1996, em Atlanta, na Geórgia segregacionista, para ser reconhecido como o gênio que foi. Como o atleta brilhante e como o ser humano que contribuiu para que o mundo fosse um lugar melhor com as armas que tinha: seus punhos e sua voz.
Quase vinte anos depois, ainda é possível sentir a emoção desse momento.
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