Pular para o conteúdo principal

Os 23 de Felipão na Copa das Confederações

A lista de 23 convocados de Luís Felipe Scolari para a Copa das Confederações trouxe uma grande polêmica: a ausência de Ronaldinho Gaúcho.

Tenho que dizer que concordo com sua não-convocação. Ronaldinho é um jogador com brilhantes passagens em sua carreira mas que sempre fracassou na seleção brasileira, para esperneio de Lúcio de Castro. Já jogou como meia-armador, ponta esquerda, segundo-atacante e teve poucos momentos de brilho. Foi coadjuvante de Ronaldo e Rivaldo em 2002, coadjuvante de Adriano na Copa das Confederações em 2005 e fracassou na Copa de 2006, quando era o melhor do mundo.

Tudo porque Ronaldinho é um jogador sem sangue. Falta a ele a percepção de que decide jogos decisivos. Acabou com aquele histórico Barcelona e Real Madrid em 2006, mas o jogo já estava 1x0 quando ele apareceu com brilho. Na final da Champions League daquela temporada, Ronaldinho foi uma nulidade em campo. Seus maiores momentos de brilho na carreira, ocorreram em jogos que já estavam mais "tranquilos". O Gaúcho é ótimo para destruir partidas que já estavam encaminhadas, mas tenho dúvidas sobre sua importância para resolver os jogos problemáticos.

Assim sendo, não sei se Ronaldinho é o jogador mais indicado para comandar um elenco talentoso, mas jovem. Se em um momento difícil, Ronaldinho colocaria a bola embaixo do braço e comandaria uma virada contra a Argentina. Sei que ele seria capaz de marcar três gols e dar duas assistências olhando para um lado e tocando para o outro contra o Uzbequistão.

Aliás, não sei se existe jogador para comandar a seleção. Kaká talvez, se ainda jogasse futebol.

O resta da convocação não tem muitos problemas.

Júlio César, Jefferson e Diego Cavalieri são os goleiros. Reflexo de uma geração de bons goleiros brasileiros, mas que nenhum parece ser "o cara". Júlio César já foi, hoje não é mais. Cavalieri foi brilhante em 2012, hoje não passa tanta segurança. Jefferson está em um momento melhor, mas é difícil saber como será até a Copa do Mundo.

Daniel Alves e Jean são as opções para a lateral direita. Daniel Alves já foi o melhor lateral do mundo, hoje está numa fase decadente e marca cada vez pior. Bom volante e medíocre lateral, Jean é sinônimo da péssima fase dos laterais brasileiros. Para a lateral esquerda foram chamados o problemático Marcelo, que também já esteve em melhor fase e Filipe Luis, regular no Atlético de Madrid.

Os zagueiros são Thiago Silva, David Luiz, Dante e Réver. Por incrível que pareça, hoje o ponto forte do Brasil são os zagueiros. Todos os quatro são ótimos e podem jogar como titulares. Dedé, Miranda e Gil ainda seriam boas opções em caso de contusões.

Luiz Gustavo e Fernando serão as opções mais defensivas de volantes, dois bons jogadores, com boa qualidade de passe e marcação. Paulinho e Hernanes devem brigar pela segunda vaga. Paulinho voltou a jogar bem no Corinthians e teve atuação monstruosa no segundo tempo contra o Boca Jrs. Hernanes caiu de rendimento este ano na Lazio, mas também é boa opção.

O problema do Brasil está nas posições mais ofensivas. Oscar pode ter um futuro brilhante e joga bem no Chelsea, mas como saberemos se ele está pronto? Só com o tempo. Jádson faz um bom ano no São Paulo, mas parece estar lá apenas como uma opção mais experiente para a armação.

Lucas, Bernard, Neymar e Hulk deverão brigar pelas vagas pelos lados do campo. Os três primeiros são jovens e talentosos, mas também não tem experiência. Neymar terá que chamar a responsabilidade de ser o protagonista pela seleção. Hulk é bom jogador, mas jamais teria chances em tempos passados, quando o Brasil tinha mais opções para o ataque.

Fred será o centroavante titular, o melhor da posição no Brasil atualmente. Faz uma temporada 2013 mediana, mas pode ser decisivo. Seu reserva, Leandro Damião, é uma incógnita.

Comentários

Postagens mais visitadas

Ziraldo e viagem sentimental por Ilha Grande

Em janeiro de 1995 pela primeira vez eu saí de férias em família. Já havia viajado outras vezes, mas acho que nunca com esse conceito de férias, de viajar de férias. Há uma diferença entre entrar em um avião para ir passar uns dias na casa dos seus tios e pegar o carro e ir para uma praia. Dormir em um hotel. Foi a primeira vez que eu, conscientemente, dormi em um hotel. Contribui para isso o fato de que, com sete anos, eu havia acabado de terminar a primeira série, o ano em que de fato eu virei um estudante. Então, é provável que pela primeira vez eu entendesse o conceito de férias. Entramos em uma Parati cinza e saímos de Cuiabá eu, meus pais, minha prima e minha avó. Ao mesmo tempo em que essas eram as minhas primeiras férias, elas eram também a última viagem da minha avó. A essa altura ela já estava com um câncer no pâncreas e sem muitas perspectivas de longo prazo. Disso eu não sabia na época. Mas ela morreu cerca de um ano depois, no começo de 1996, após muitas passagens pelo hos

Aonde quer que eu vá

De vez em quando me pego pensando nisso. Como todos sabem, Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente de avião em 2001. Acabou ficando paraplégico e sua mulher morreu. Existe uma música dos Paralamas, chamada "Aonde quer que eu vá" que é bem significativa. Alguns trechos da letra: "Olhos fechados / para te encontrar / não estou ao seu lado / mas posso sonhar". "Longe daqui / Longe de tudo / meus sonhos vão te buscar / Volta pra mim / vem pro meu mundo / eu sempre vou te esperar". A segunda parte, principalmente na parte "vem pro meu mundo" parece ter um significado claro. E realmente teria significado óbvio, se ela fosse feita depois do acidente. A descrição do acidente e de estar perdido no mar "olhos fechados para te encontrar". E depois a saudade. O grande detalhe é que ela foi feita e lançada em 1999. Dois anos antes do acidente. Uma letra que tem grande semelhança com fatos que aconteceriam depois. Assombroso.

Pattie Boyd

Pattie Boyd O romance envolvendo George Harrison, Pattie Boyd e Eric Clapton é um dos mais conhecidos triângulos amorosos da história. Sempre achei o caso interessante. A princípio, a visão que nós temos é bem simplista. Pattie trocou o sensível George Harrison, aquele que lhe cantou a sentimental Something na cozinha, pelo intempestivo Eric, aquele que a mostrou a passional Layla na sala. E se há uma mulher irresistível neste mundo, esta mulher é Pattie Boyd. Só que o trio Boyd-Harrison-Clapton é apenas a parte mais famosa de uma série de relações amorosas e traições, que envolveram metade do rock britânico da época. E o que eu acho incrível, é que todos continuaram convivendo ao longo dos anos. George Harrison Pattie Boyd era uma modelo que fazia figuração em um vagão de trem durante a gravação de uma cena de A Hard Day’s Night, o primeiro filme dos Beatles. George era justamente um Beatle. Eric Clapton era o deus da guitarra e converteu vários fãs em suas inúmeras bandas